Uma questão certamente chave para o bom funcionamento de uma democracia é a possibilidade e capacidade dos cidadãos eleitores identificarem, com clareza e rigor, a responsabilidade dos diversos partidos pelos problemas e situações que o País atravessa.
«As cidades iraquianas de Sadr, Adamiya, Kufa, Falija, Shula e outras foram encerradas e estão a ser bombardeadas por mísseis e tanques das forças de ocupação norte-americanas e dos seus aliados. A população civil está a ser assassinada. A estrada de Fallujah foi fechada e as notícias que chegam do interior desta cidade indicam que nas ruas jazem corpos sem vida de muitas pessoas. Não há ambulâncias, nem água, nem electricidade. Os jornalistas estão proibidos de circular e muitas das suas câmaras foram destruídas. Tudo indica que esta situação vai manter-se nos próximos dias. Por favor, ajudem.»
As palavras são de Iman Khamas, directora do Centro do Observatório da Ocupação em Bagdad, e datam de 6 de Abril. Um ano depois da invasão do Iraque, estas palavras são um retrato eloquente da «libertação» fabricada nos EUA.
Comemorar Abril não é, como pretendem os simpatizantes do regime fascista, hoje no poder, vangloriar os «benefícios» de uma chamada «evolução» que certamente se daria sem o derrubamento da ditadura, com uma mais completa submissão ao imperialismo e a aquisição tecnológica e «desenvolvimentista» feita à custa da exploração dos trabalhadores e do povo. Comemorar Abril é celebrar a Revolução, as profundas transformações que, uma vez conquistada a liberdade, alteraram completamente Portugal que simultaneamente adquiriu soberania em relação ao imperialismo e permitiu a completa independência de novos países.
Mais do que história encarcerada nos círculos de especialistas, a abordagem das nacionalizações e do controlo operário no processo revolucionário português continua a fazer-se no quadro de um intenso combate político, tal como quase sempre sucede quando se fala do 25 de Abril de 1974 e das outras conquistas que ele trouxe ou para que abriu portas. Para a direita, há que limpar das memórias a derrota que sofreu com a revolução e prosseguir a recuperação, sempre inacabada, pois o que interessa é o lucro, sempre mais lucro e sempre mais privado. Para a esquerda, preservar a memória e a verdade é uma afirmação de que as respostas que a revolução encontrou para derrotar os seus inimigos foram correctas na altura e de que os caminhos de Abril precisam ser retomados, para bem do País e da esmagadora maioria dos portugueses.
O sonho milenar de tornar a terra propriedade de quem a trabalha teve realização em Portugal. Combatendo a sabotagem dos agrários, ocupando terras, organizando a produção, os operários agrícolas levaram avante aquela que foi, talvez, a maior das grandes conquistas revolucionárias de Abril, a Reforma Agrária: a terra que antes lhes roubava o vigor a troco de quase nada era agora sua, isto é, era trabalhada em benefício dos trabalhadores e do País! Mas esta, como todas as conquistas da Revolução portuguesa, não foi obra de decretos ou leis governamentais, antes nasceu e cresceu da acção decidida das massas e do seu partido de sempre, o PCP.
Enviado por Spínola para Angola, o almirante Rosa Coutinho fez o que era, para a contra-revolução, impensável: garantir o caminho irreversível da descolonização de Angola. À conversa com o Avante!, contou-nos como tudo se passou. Acrescentamos ao depoimento alguns dos acontecimentos mais relevantes nas outras ex-colónias.
A Comissão Organizadora das Comemorações Populares do 25 de Abril dá diversas razões para festejar os 30 anos da Revolução dos Cravos, nomeadamente combater a precariedade e os despedimentos, o aumento da fome e da pobreza, a manutenção de direitos adquiridos, defender a Segurança Social e o Serviço Nacional de Saúde. Publicamos o apelo à participação na íntegra. Em Lisboa, a manifestação inicia-se às 15h30 no Marquês do Pombal e segue para o Rossio.
A eurodeputada e primeira candidata da CDU às eleições de 13 de Junho para o Parlamento Europeu prossegue a sua intensa actividade, contactando trabalhadores e estruturas por todo o País.
A lista unitária reforçou a sua posição na Comissão de Trabalhadores da TAP, elegendo sete dos onze membros. Há dois anos tinha eleito 5. Para o PCP, trata-se de uma grande vitória dos trabalhadores.
O direito à Saúde universal e gratuita consagrado na Constituição está cada vez mais a ser posto em causa pela política deste Governo. E em todos os pontos do País se ouve a reclamação desse direito.
Todos devem manter-se informados e mobilizados, alertou a CGTP-IN, no Dia Mundial da Saúde, em Lisboa, durante uma manifestação em que foram denunciados os prejuízos da política de destruição do SNS a favor dos interesses privados.
Os problemas dos estudantes açoreanos multiplicam-se, como o fecho de escolas por razões economicistas e implantação de ensino recorrente informatizado sem computadores suficientes.
A proposta de Lei de Bases da Educação, actualmente em debate na especialidade, deve incorporar e ter em conta as opiniões e sugestões que têm vindo a ser manifestadas pela comunidade educativa.
O anunciado fim do sistema de passes sociais combinados nos transportes públicos está a provocar o protesto de diversas instituições e organizações populares.
Seis países europeus deverão registar no presente ano um défice orçamental superior ao limite de três por cento do PIB imposto pelo Pacto de Estabilidade.
Os líderes das duas comunidades cipriotas apelaram, no dia 8, ao «Não» no referendo marcado para o próximo dia 24 de Abril sobre o plano da ONU para a reunificação da ilha.
A Guerra do Golfo foi preparada longa e friamente para servir interesses fundamentais do imperialismo, em que se incluem a apropriação unilateral de recursos energéticos de interesse mundial e o estabelecimento de bases militares de valor geoestratégico. Esta guerra foi depois imposta aos povos dos países da coligação agressora sob falsos argumentos, que arruínam a credibilidade de poderosos estados governados por poderes políticos só formalmente democráticos.
Nós temos necessidade da história, mas temos
necessidade dela de um modo muito diferente daquele que necessita o desocupado insensível no jardim do saber.
Nietzsche, Da Utilidade e do Inconveniente da História