Uma questão de colo
Jorge Coelho decidiu juntar a sua voz aos que, no seu partido, mais preocupados estão com o enviar recados ao PCP do que em dar combate à gestão autárquica de Santana Lopes em Lisboa. A cidade parou, a especulação disparou, as ilegalidades acumulam-se? Nada que o inquiete, moído de preocupações que está com a alegada perda de peso eleitoral do PCP e com a possibilidade de o ter que levar, segundo palavras suas, ao colo em próximas eleições. Descontado o anticomunismo que o invade e a fanfarronice que o caracteriza, e para que se não moa em vão, aqui se deixam três registos.
O primeiro, para lhe conceder naturalmente a mais plena liberdade de revelar uma irresistível atracção pelo Bloco de Esquerda em matéria de futuros acordos eleitorais na cidade de Lisboa. Um impulso preferencial só explicável aliás, atendendo ao papel decisivo que esta força política desempenhou na vitória da coligação de direita liderada por Santana Lopes, por razão da origem esquerdista de Jorge Coelho.
O segundo, para lhe recordar que as posições que o PCP detém na cidade de Lisboa não são obra do acaso, mas sim resultado de uma acção coerente construída ao longo de anos em estreita ligação com a população, na promoção dos seus interesses e num combate em defesa da cidade contra uma gestão que ao longo da década de oitenta destruiu e descaracterizou Lisboa. Posições conquistadas por direito próprio, que para registo de memória passada e futura aqui se recorda, numa permanente denúncia da gestão de Nuno Abecasis e da acção colaboracionista dos eleitos do PS em sucessivos mandatos.
O terceiro e último, para sublinhar que Jorge Coelho tem pleno direito de colocar as fasquias que entender, dar asas ás ambições hegemónicas que quiser e estabelecer as condições que melhor lhe convier. Certo também de que, mesmo que assim seja lá no interior da casa onde é dirigente, bom seria que Coelho fosse tomando consciência que fora dela só está em posição de impor o que quer que seja a quem se disponha a aceitá-las.
Pelo que melhor faria se, intervalando no seu anticomunismo, revelasse um pouco que seja de sentido de responsabilidade. E, sobretudo, admitindo que, por trás de tanta arrogância, pode haver alguma réstia de interesse pela cidade de Lisboa, recomendar-lhe, para melhor uso do seu tempo, que cuide de garantir que as orientações e posições dos vereadores do seu partido não coincidam vezes demasiadas com algumas das mais graves decisões da gestão de Santana Lopes. Pela simples razão de que em matéria de levar quem ou quê ao colo uma coisa é segura: a que permite afirmar, como o seu percurso bem o prova, que o PCP em circunstâncias algumas se revelará disponível para dar boleia a projectos e políticas de direita.
O primeiro, para lhe conceder naturalmente a mais plena liberdade de revelar uma irresistível atracção pelo Bloco de Esquerda em matéria de futuros acordos eleitorais na cidade de Lisboa. Um impulso preferencial só explicável aliás, atendendo ao papel decisivo que esta força política desempenhou na vitória da coligação de direita liderada por Santana Lopes, por razão da origem esquerdista de Jorge Coelho.
O segundo, para lhe recordar que as posições que o PCP detém na cidade de Lisboa não são obra do acaso, mas sim resultado de uma acção coerente construída ao longo de anos em estreita ligação com a população, na promoção dos seus interesses e num combate em defesa da cidade contra uma gestão que ao longo da década de oitenta destruiu e descaracterizou Lisboa. Posições conquistadas por direito próprio, que para registo de memória passada e futura aqui se recorda, numa permanente denúncia da gestão de Nuno Abecasis e da acção colaboracionista dos eleitos do PS em sucessivos mandatos.
O terceiro e último, para sublinhar que Jorge Coelho tem pleno direito de colocar as fasquias que entender, dar asas ás ambições hegemónicas que quiser e estabelecer as condições que melhor lhe convier. Certo também de que, mesmo que assim seja lá no interior da casa onde é dirigente, bom seria que Coelho fosse tomando consciência que fora dela só está em posição de impor o que quer que seja a quem se disponha a aceitá-las.
Pelo que melhor faria se, intervalando no seu anticomunismo, revelasse um pouco que seja de sentido de responsabilidade. E, sobretudo, admitindo que, por trás de tanta arrogância, pode haver alguma réstia de interesse pela cidade de Lisboa, recomendar-lhe, para melhor uso do seu tempo, que cuide de garantir que as orientações e posições dos vereadores do seu partido não coincidam vezes demasiadas com algumas das mais graves decisões da gestão de Santana Lopes. Pela simples razão de que em matéria de levar quem ou quê ao colo uma coisa é segura: a que permite afirmar, como o seu percurso bem o prova, que o PCP em circunstâncias algumas se revelará disponível para dar boleia a projectos e políticas de direita.