População contra fim de passes sociais
O anunciado fim do sistema de passes sociais combinados nos transportes públicos está a provocar o protesto de diversas instituições e organizações populares.
Os transportes públicos perderam 13 por cento de utentes
A Comissão de Utentes de Transportes da Margem Sul sublinha que esta medida afecta essencialmente os utentes com menos recursos económicos, aqueles que já sofrem com as políticas de baixos salários, pequenas pensões e desemprego.
Por outro lado, o fim dos passes sociais não desincentiva o uso de transportes colectivos. «Para além da descoordenação de horários e do seu custo exagerado, utilizar os serviços das empresas Transportes Sul do Tejo, Vimeca, ScottUrb e Rodoviária de Lisboa implica novos passes e mais caros», especifica a comissão.
«Se esta é apenas mais uma forma de pressão por parte destas empresas sobre o Governo, como a senhora presidente da Autoridade Metropolitana de Transportes afirma, é de muito mau gosto usarem os utentes para exigirem mais dinheiro ao Estado», comenta.
«Caso esta política avance, implica a profunda alteração da mobilidade na Grande Lisboa, com o recurso à utilização de mais transportes rodoviários individuais», afirma a comissão de utentes.
Resultados das privatizações
A Câmara Municipal de Odivelas aprovou uma moção que repudia a posição dos operadores privados dos transportes públicos da região de Lisboa e exige ao Governo medidas de defesa do passe social e antimodal. No documento, proposto pelos vereadores eleitos pela CDU, a autarquia promete apoiar as iniciativas populares contra a concretização desta medida.
«Os operadores privados valem-se da sua quase situação de monopólio para acabarem com os passes. As graves repercussões desta medida são ainda maiores para os habitantes da periferia de Lisboa. Este é o resultado da privatização da Rodoviária Nacional – feita em nome da concorrência e da melhoria de condições – e da política de agravamento das condições de vida e de trabalho da generalidade da população que o Governo tem vindo a desenvolver. E que conduziu à perda de 13 por cento de utentes entre 1991 e 2001» no serviço transportes públicos, lê-se na moção.
«O passe social intermodal constitui um avanço e um elemento estruturante da política de transportes, pelo que constitui de atraente ao sistema de transportes públicos, com enormes benefícios para a mobilidade e o ambiente e consequentemente para a qualidade de vida das populações», acrescentam os eleitos.
A 29 de Março, as empresas Transportes Sul do Tejo, Vimeca, ScottUrb e Rodoviária de Lisboa anunciaram que os passes sociais combinados deixariam de ser válidos nas suas carreiras a partir de 1 de Junho.
Actualmente, Portugal é o país da União Europeia onde as famílias mais dispendem do seu orçamento para pagar os transportes. O fim dos passes implicaria aumentos até 50 por cento nos custos.
Por exemplo, um utente que more em Caneças e trabalhe em Lisboa tem actualmente acesso a um passe combinado de 34,20 euros. Com a política defendida pelos operadores, o utente teria de comprar o passe da Rodoviária de Lisboa e o passe combinado do Metro e da Carris, num total de 46,75 euros. Neste caso, tratar-se-ia de um aumento de 36 por cento.
Por outro lado, o fim dos passes sociais não desincentiva o uso de transportes colectivos. «Para além da descoordenação de horários e do seu custo exagerado, utilizar os serviços das empresas Transportes Sul do Tejo, Vimeca, ScottUrb e Rodoviária de Lisboa implica novos passes e mais caros», especifica a comissão.
«Se esta é apenas mais uma forma de pressão por parte destas empresas sobre o Governo, como a senhora presidente da Autoridade Metropolitana de Transportes afirma, é de muito mau gosto usarem os utentes para exigirem mais dinheiro ao Estado», comenta.
«Caso esta política avance, implica a profunda alteração da mobilidade na Grande Lisboa, com o recurso à utilização de mais transportes rodoviários individuais», afirma a comissão de utentes.
Resultados das privatizações
A Câmara Municipal de Odivelas aprovou uma moção que repudia a posição dos operadores privados dos transportes públicos da região de Lisboa e exige ao Governo medidas de defesa do passe social e antimodal. No documento, proposto pelos vereadores eleitos pela CDU, a autarquia promete apoiar as iniciativas populares contra a concretização desta medida.
«Os operadores privados valem-se da sua quase situação de monopólio para acabarem com os passes. As graves repercussões desta medida são ainda maiores para os habitantes da periferia de Lisboa. Este é o resultado da privatização da Rodoviária Nacional – feita em nome da concorrência e da melhoria de condições – e da política de agravamento das condições de vida e de trabalho da generalidade da população que o Governo tem vindo a desenvolver. E que conduziu à perda de 13 por cento de utentes entre 1991 e 2001» no serviço transportes públicos, lê-se na moção.
«O passe social intermodal constitui um avanço e um elemento estruturante da política de transportes, pelo que constitui de atraente ao sistema de transportes públicos, com enormes benefícios para a mobilidade e o ambiente e consequentemente para a qualidade de vida das populações», acrescentam os eleitos.
A 29 de Março, as empresas Transportes Sul do Tejo, Vimeca, ScottUrb e Rodoviária de Lisboa anunciaram que os passes sociais combinados deixariam de ser válidos nas suas carreiras a partir de 1 de Junho.
Actualmente, Portugal é o país da União Europeia onde as famílias mais dispendem do seu orçamento para pagar os transportes. O fim dos passes implicaria aumentos até 50 por cento nos custos.
Por exemplo, um utente que more em Caneças e trabalhe em Lisboa tem actualmente acesso a um passe combinado de 34,20 euros. Com a política defendida pelos operadores, o utente teria de comprar o passe da Rodoviária de Lisboa e o passe combinado do Metro e da Carris, num total de 46,75 euros. Neste caso, tratar-se-ia de um aumento de 36 por cento.