Bush subestimou informações da CIA
Os últimos dias foram um pesadelo para a administração Bush. Enquanto no Iraque a situação ficava fora de controlo, nos EUA a Casa Branca via-se forçada a desclassificar partes do relatório da CIA entregue a Bush em 6 de Agosto de 2001, um mês antes dos atentados contra as Torres Gémeas e o Pentágono, onde se alertava para os planos da Al’Qaeda de levar a cabo atentados em território norte-americano.
Intitulado «Bin Laden decidido a atacar nos Estados Unidos», o relatório advertia que «membros da Al’Qaeda, incluindo alguns que são cidadãos norte-americanos, têm vivido ou viajado para os EUA durante anos e o grupo mantém aparentemente uma estrutura de apoio que poderia ajudar a realizar atentados».
O documento refere que o FBI detectou, desde 1998, «actividades suspeitas no país que poderiam apontar para preparativos de sequestros ou outro tipo de ataques, incluindo a vigilância recente de edifícios federais em Nova Iorque».
O texto assegura ainda que «informações clandestinas, de governos estrangeiros e meios de comunicação indicam que Bin Laden quis realizar atentados terroristas nos EUA desde 1997».
«Intolerável mentira»
A administração Bush subestimou a importância do relatório da CIA, como reafirmou Condoleezza Rice ao depor perante a Comissão independente que investiga se os ataques de 11 de Setembro podiam ter sido evitados. Rice é de opinião que o relatório não advertia para um ataque «iminente», e o seu depoimento foi uma defesa cerrada de Bush.
Há no entanto quem afirme que a afirmação de Rice de que não havia evidências de um ataque iminente é «uma intolerável mentira». Sibel Edmonds, ex-tradutora do FBI, que depôs igualmente perante a Comissão, declarou ao jornal britânico «The Independent» que altos funcionários norte-americanos sabiam, antecipadamente, dos planos da Al’Qaeda para atacar com aviões.
«Entreguei à Comissão detalhes da investigação, com datas específicas, objectivos específicos, com nomes dos oficiais responsáveis pela investigação. Entreguei todas as pistas que eles podem seguir. Isto não são rumores, são coisas que estão documentadas», afirmou Edmonds.
A credibilidade de Bush perante os norte-americanos está definitivamente afectada. Se as isto se somar o recrudescimento da resistência no Iraque e o cada vez mais provável reforço da presença militar naquele país, em vez da sua prometida redução, é de esperar que nas eleições de Novembro seja o «voto» da segurança e da guerra a decidir quem será o futuro inquilino da Casa Branca.
Protestos nos EUA
Neste fim-de-semana, milhares de pessoas manifestaram-se em 50 cidades dos EUA em protesto contra a crescente violência no Iraque.
Respondendo ao apelo da organização pacifista e de defesa dos direitos humanos, International Answer, as manifestações começaram na sexta-feira em Nova Iorque e Los Angeles, exigindo o fim da guerra. No domingo, os protestos fizeram-se ouvir em Washington D.C. e San Francisco, tal como já havia sucedido em Boston, Chicago, San Diego e Seattle.
O protesto foi convocado com «carácter de urgência», em resposta ao ataque norte-americano a Fallujah.
É preciso «mostrar ao mundo que estamos em desacordo com nosso presidente» e que «devemos responsabilizá-lo pelo que ocorrer no Iraque», disse Christina Risvold, uma das oradoras no protesto de Chicago.
«À medida que as pessoas se informam da situação, e que o número de vítimas aumenta em todas as frentes, a população começa a dar-se conta de que esta guerra está a ser travada por falsos motivos», afirmou Richard Becker, dirigente da Answer na Califórnia.
De acordo com a CNN, em Los Angeles, Califórnia, as atenções concentraram-se nas baixas sofridas pelos marines de Camp Pedleton, uma unidade sediada 150 km ao norte da fronteira dos EUA com o México. Os membros do 4º Regimento de Camp Pedleton, que se autodenominam «Magníficos Bastardos», sofreram 17 baixas mortais nos combates da semana passada, o que deixou a base «em estado de choque».
Entretanto, no início desta semana, o comando norte-americano no Iraque foi obrigado a reconhecer que as forças da coligação sofreram 79 baixas mortais desde 1 de Abril. Quanto às vítimas iraquianas, o número apontado é de «dez vezes mais».
Intitulado «Bin Laden decidido a atacar nos Estados Unidos», o relatório advertia que «membros da Al’Qaeda, incluindo alguns que são cidadãos norte-americanos, têm vivido ou viajado para os EUA durante anos e o grupo mantém aparentemente uma estrutura de apoio que poderia ajudar a realizar atentados».
O documento refere que o FBI detectou, desde 1998, «actividades suspeitas no país que poderiam apontar para preparativos de sequestros ou outro tipo de ataques, incluindo a vigilância recente de edifícios federais em Nova Iorque».
O texto assegura ainda que «informações clandestinas, de governos estrangeiros e meios de comunicação indicam que Bin Laden quis realizar atentados terroristas nos EUA desde 1997».
«Intolerável mentira»
A administração Bush subestimou a importância do relatório da CIA, como reafirmou Condoleezza Rice ao depor perante a Comissão independente que investiga se os ataques de 11 de Setembro podiam ter sido evitados. Rice é de opinião que o relatório não advertia para um ataque «iminente», e o seu depoimento foi uma defesa cerrada de Bush.
Há no entanto quem afirme que a afirmação de Rice de que não havia evidências de um ataque iminente é «uma intolerável mentira». Sibel Edmonds, ex-tradutora do FBI, que depôs igualmente perante a Comissão, declarou ao jornal britânico «The Independent» que altos funcionários norte-americanos sabiam, antecipadamente, dos planos da Al’Qaeda para atacar com aviões.
«Entreguei à Comissão detalhes da investigação, com datas específicas, objectivos específicos, com nomes dos oficiais responsáveis pela investigação. Entreguei todas as pistas que eles podem seguir. Isto não são rumores, são coisas que estão documentadas», afirmou Edmonds.
A credibilidade de Bush perante os norte-americanos está definitivamente afectada. Se as isto se somar o recrudescimento da resistência no Iraque e o cada vez mais provável reforço da presença militar naquele país, em vez da sua prometida redução, é de esperar que nas eleições de Novembro seja o «voto» da segurança e da guerra a decidir quem será o futuro inquilino da Casa Branca.
Protestos nos EUA
Neste fim-de-semana, milhares de pessoas manifestaram-se em 50 cidades dos EUA em protesto contra a crescente violência no Iraque.
Respondendo ao apelo da organização pacifista e de defesa dos direitos humanos, International Answer, as manifestações começaram na sexta-feira em Nova Iorque e Los Angeles, exigindo o fim da guerra. No domingo, os protestos fizeram-se ouvir em Washington D.C. e San Francisco, tal como já havia sucedido em Boston, Chicago, San Diego e Seattle.
O protesto foi convocado com «carácter de urgência», em resposta ao ataque norte-americano a Fallujah.
É preciso «mostrar ao mundo que estamos em desacordo com nosso presidente» e que «devemos responsabilizá-lo pelo que ocorrer no Iraque», disse Christina Risvold, uma das oradoras no protesto de Chicago.
«À medida que as pessoas se informam da situação, e que o número de vítimas aumenta em todas as frentes, a população começa a dar-se conta de que esta guerra está a ser travada por falsos motivos», afirmou Richard Becker, dirigente da Answer na Califórnia.
De acordo com a CNN, em Los Angeles, Califórnia, as atenções concentraram-se nas baixas sofridas pelos marines de Camp Pedleton, uma unidade sediada 150 km ao norte da fronteira dos EUA com o México. Os membros do 4º Regimento de Camp Pedleton, que se autodenominam «Magníficos Bastardos», sofreram 17 baixas mortais nos combates da semana passada, o que deixou a base «em estado de choque».
Entretanto, no início desta semana, o comando norte-americano no Iraque foi obrigado a reconhecer que as forças da coligação sofreram 79 baixas mortais desde 1 de Abril. Quanto às vítimas iraquianas, o número apontado é de «dez vezes mais».