• Nacionalizações e controlo operário levaram o 25 de Abril à economia
Respostas revolucionárias
Domingos Mealha
Mais do que história encarcerada nos círculos de especialistas, a abordagem das nacionalizações e do controlo operário no processo revolucionário português continua a fazer-se no quadro de um intenso combate político, tal como quase sempre sucede quando se fala do 25 de Abril de 1974 e das outras conquistas que ele trouxe ou para que abriu portas. Para a direita, há que limpar das memórias a derrota que sofreu com a revolução e prosseguir a recuperação, sempre inacabada, pois o que interessa é o lucro, sempre mais lucro e sempre mais privado. Para a esquerda, preservar a memória e a verdade é uma afirmação de que as respostas que a revolução encontrou para derrotar os seus inimigos foram correctas na altura e de que os caminhos de Abril precisam ser retomados, para bem do País e da esmagadora maioria dos portugueses.
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«As cidades iraquianas de Sadr, Adamiya, Kufa, Falija, Shula e outras foram encerradas e estão a ser bombardeadas por mísseis e tanques das forças de ocupação norte-americanas e dos seus aliados. A população civil está a ser assassinada. A estrada de Fallujah foi fechada e as notícias que chegam do interior desta cidade indicam que nas ruas jazem corpos sem vida de muitas pessoas. Não há ambulâncias, nem água, nem electricidade. Os jornalistas estão proibidos de circular e muitas das suas câmaras foram destruídas. Tudo indica que esta situação vai manter-se nos próximos dias. Por favor, ajudem.»
As palavras são de Iman Khamas, directora do Centro do Observatório da Ocupação em Bagdad, e datam de 6 de Abril. Um ano depois da invasão do Iraque, estas palavras são um retrato eloquente da «libertação» fabricada nos EUA.
Os mercenários, ou os militares privados contratados como alguns preferem dizer, representam já o segundo contingente internacional mais numeroso no Iraque, a seguir aos EUA: um em cada dez soldados, segundo o diário mexicano «La Jornada».Uma das empresas fornecedoras desta «mão-de-obra» especializada, constituída...
Os últimos dias foram um pesadelo para a administração Bush. Enquanto no Iraque a situação ficava fora de controlo, nos EUA a Casa Branca via-se forçada a desclassificar partes do relatório da CIA entregue a Bush em 6 de Agosto de 2001, um mês antes dos atentados contra as Torres Gémeas e o Pentágono, onde se alertava...
Comemorar Abril não é, como pretendem os simpatizantes do regime fascista, hoje no poder, vangloriar os «benefícios» de uma chamada «evolução» que certamente se daria sem o derrubamento da ditadura, com uma mais completa submissão ao imperialismo e a aquisição tecnológica e «desenvolvimentista» feita à custa da exploração dos trabalhadores e do povo. Comemorar Abril é celebrar a Revolução, as profundas transformações que, uma vez conquistada a liberdade, alteraram completamente Portugal que simultaneamente adquiriu soberania em relação ao imperialismo e permitiu a completa independência de novos países.
O sonho milenar de tornar a terra propriedade de quem a trabalha teve realização em Portugal. Combatendo a sabotagem dos agrários, ocupando terras, organizando a produção, os operários agrícolas levaram avante aquela que foi, talvez, a maior das grandes conquistas revolucionárias de Abril, a Reforma Agrária: a terra que antes lhes roubava o vigor a troco de quase nada era agora sua, isto é, era trabalhada em benefício dos trabalhadores e do País! Mas esta, como todas as conquistas da Revolução portuguesa, não foi obra de decretos ou leis governamentais, antes nasceu e cresceu da acção decidida das massas e do seu partido de sempre, o PCP.
Enviado por Spínola para Angola, o almirante Rosa Coutinho fez o que era, para a contra-revolução, impensável: garantir o caminho irreversível da descolonização de Angola. À conversa com o Avante!, contou-nos como tudo se passou. Acrescentamos ao depoimento alguns dos acontecimentos mais relevantes nas outras ex-colónias.
A Comissão Organizadora das Comemorações Populares do 25 de Abril dá diversas razões para festejar os 30 anos da Revolução dos Cravos, nomeadamente combater a precariedade e os despedimentos, o aumento da fome e da pobreza, a manutenção de direitos adquiridos, defender a Segurança Social e o Serviço Nacional de Saúde. Publicamos o apelo à participação na íntegra. Em Lisboa, a manifestação inicia-se às 15h30 no Marquês do Pombal e segue para o Rossio.