O nosso País está mergulhado numa profunda crise económica e social, cujos contornos e desenvolvimentos no futuro próximo são difíceis de prever com exactidão. O Governo e a maioria que o sustenta, com a cumplicidade dos comentadores de serviço e ao serviço das políticas de direita, dão o litro para tentarem convencer os portugueses de que a crise é resultado da conjuntura internacional. Dessa forma, branqueiam as responsabilidades deste e dos governos que lhe antecederam.
Muitos milhares de pessoas assinalaram os 35 anos da Revolução dos Cravos com os olhos postos na actual situação do País e na necessidade de fazer Abril de novo. Esta exigência voltará às ruas amanhã, nas manifestações do 1.º de Maio.
Trinta e cinco anos depois, o futuro. Quantos, de entre os milhares de pessoas que desfilaram na avenida da Liberdade, em Lisboa, celebrando o 25 de Abril, viveram essa jornada maior da história de Portugal? Homens e mulheres de 40 anos, por exemplo, não devem recordar, «pessoalmente» sequer, a madrugada em que o Movimento das Forças Armadas derrubou o governo de Marcelo Caetano desferindo assim o primeiro e profundo golpe no fascismo português, a que se seguiu uma verdadeira insurreição popular e um processo revolucionário que, contra os ventos da social-democracia e as marés da reacção fascista, colocou o País no rumo do socialismo.
O Estado Novo foi um regime que, utilizando a ideia do nacional-sindicalismo, se distinguiu por importantes resultados nas esferas económica, social e política.
Álvaro Rana foi homenageado no início de Abril, numa sessão promovida pela Câmara Municipal de Lisboa em parceria com o PCP, a CGTP-IN e o CPPC. A proposta nasceu dos vereadores comunistas na autarquia lisboeta.
O PCP promoveu anteontem, em Lisboa, um debate onde foram recolhidos contributos que servirão de base para a discussão do Programa Eleitoral do Partido para as eleições legislativas.
À beira do 35.º aniversário da democracia, a Refer chamou a Polícia para reprimir uma delegação sindical, enquanto a Lisnave desencadeou um inédito ataque aos representantes dos trabalhadores.
Os trabalhadores e as suas estruturas representativas contestam o argumento da crise, usado para reduzir o valor dos salários, mas desmentido nos aumentos dos administradores.
«Mais do que palavras, são necessárias políticas que respondam aos problemas concretos dos trabalhadores», reafirma a CGTP-IN, reagindo aos números de Março, divulgados com atraso pelo IEFP.
O Secretário-geral do PCP acusou o primeiro-ministro de «andar a enganar os portugueses», tendo em conta que passa a vida a «desculpar-se com a crise internacional, não assumindo as suas próprias responsabilidades» pelo estado a que o País chegou.
A maioria socialista chumbou faz hoje oito dias os projectos do PSD e do PCP para a criminalização do enriquecimento ilícito. Sobre o PS volta a recair assim o ónus de ser o responsável por nova oportunidade perdida no sentido de dar um passo efectivo no combate à corrupção.
Jerónimo de Sousa, na inauguração da exposição «evocativa da vida e acção de Álvaro Cunhal – contributo para a liberdade e democracia», dinamizada pela Câmara do Seixal, sublinhou que «num momento em que 33 anos de política de direita, destruindo parte grande das conquistas de Abril, conduziram o País ao lamentável estado actual - a leitura e a reflexão em torno da obra de Álvaro Cunhal e a luta à qual ele dedicou toda a sua vida, apresentam-se como necessidade imperiosa». Segue a intervenção na íntegra:
Rui Sá e José Luís Borges Coelho são os cabeças de lista da CDU à Câmara e Assembleia do Porto. Na apresentação dos candidatos, que contou com a presença de mais de 200 pessoas, Jerónimo de Sousa sublinhou que a CDU «reúne não só um vasto património de intervenção em defesa dos interesses das populações mas também uma larga convergência de vontades, de participação democrática e de intervenção unitária em defesa do Porto».
Os participantes na Reunião de Partidos de Esquerda sobre as Eleições Europeias, realizada em Pervolia, Chipre, nos dias 12 e 13 de Abril de 2009, aprovaram uma moção em que condenam a ocupação da ilha pela Turquia.
O Parlamento Europeu aprovou, dia 23, em primeira leitura, a proposta de directiva relativa a «cuidados de saúde transfronteiriços», que é considerada pelos deputados do PCP como uma tentativa de transformar a saúde numa mercadoria.
O Congresso Nacional Africano (ANC) venceu com 65,9 por cento dos votos as eleições gerais de 22 de Abril, renovando a maioria absoluta na Assembleia Nacional.