A actualidade da Revolução portuguesa
Num quadro de profunda crise do sistema capitalista, a actualidade do 25 de Abril continua bem viva
Em 1974 o mundo assistiu incrédulo ao levantamento militar e popular do 25 de Abril que pôs fim ao regime fascista em Portugal e à guerra colonial em África. A revolta dos capitães de Abril surpreendeu a opinião pública mundial. Custava acreditar que num Estado, fiel membro da NATO, onde durante meio século reinara o fascismo, ainda existissem militares capazes de libertar o povo da guerra e da opressão. Tanto mais que, poucos meses antes, as forças armadas chilenas, apoiadas pelos Estados Unidos, acabavam de assassinar o Presidente eleito Salvador Allende, de bombardear o palácio de La Moneda e mergulhar o Chile numa terrível ditadura. Na altura, a imagem dos militares dos países capitalistas era a de um corpo reaccionário sustentáculo de regimes de terror, manipulado pelas grandes potências para subjugar os seus povos e defender os interesses das oligarquias exploradoras.
Mas, como o PCP previu em 1965, no seu VI Congresso, ao definir no «Rumo à Vitória» o programa e a estratégia para a Revolução Democrática e Nacional, só o levantamento nacional armado com uma ampla participação das massas populares poderia conduzir ao derrube do fascismo, garantir a realização de transformações revolucionárias profundas e impedir a oligarquia fascista de liquidar à nascença o processo democrático. Nove anos mais tarde os acontecimentos confirmaram no essencial as previsões do PCP. Desde as primeiras horas as massas populares apoiaram os militares de Abril no cerco ao quartel do Carmo e confirmaram, no gigantesco 1.º Maio de 1974, o papel imprescindível do movimento popular e da classe operária na revolução.
Hoje, num quadro de profunda crise do sistema capitalista, a actualidade do 25 de Abril continua bem viva na exigência constitucional de se «abrir caminho para uma sociedade socialista». Ultrapassados pelos acontecimentos, muitos daqueles que ao longo das últimas décadas, enquanto dirigentes partidários ou governantes, tudo fizeram para liquidar aquele objectivo central do regime democrático, aparecem agora a fazer de conta que nunca militaram nas fileiras da contra-revolução. Mas não há palavreado que os possa ilibar de terem metido o socialismo na gaveta, contribuído para a reconstituição de novos e velhos grupos monopolistas, liquidado a reforma a agrária e abalado a soberania e o prestígio internacional de Portugal com a submissão do País aos interesses das grandes potências da CEE e da União Europeia.
Depois da proibição do referendo sobre o «Tratado de Lisboa» ordenada por Berlim, é legítimo perguntar se algum dos candidatos do PS, PSD e CDS/PP às eleições para o Parlamento Europeu tem presente que, segundo a Constituição, «Portugal é uma República soberana» ou que «Portugal preconiza a abolição do imperialismo, do colonialismo e de quaisquer outras formas de agressão, domínio e exploração nas relações entre os povos».
A profunda modificação da correlação de forças na África austral resultante da independência das colónias portuguesas deu novo alento à libertação dos povos da região, foi decisiva para a constituição dos Estados da Linha da Frente, e retirou ao regime racista do apartheid a base de apoio que lhe era garantida pelo fascismo português e pela NATO.
A Revolução portuguesa confirmou assim a importância da alteração da correlação de forças internacional em favor do socialismo, da soberania nacional e da paz na luta dos povos pela liberdade.
Mas, como o PCP previu em 1965, no seu VI Congresso, ao definir no «Rumo à Vitória» o programa e a estratégia para a Revolução Democrática e Nacional, só o levantamento nacional armado com uma ampla participação das massas populares poderia conduzir ao derrube do fascismo, garantir a realização de transformações revolucionárias profundas e impedir a oligarquia fascista de liquidar à nascença o processo democrático. Nove anos mais tarde os acontecimentos confirmaram no essencial as previsões do PCP. Desde as primeiras horas as massas populares apoiaram os militares de Abril no cerco ao quartel do Carmo e confirmaram, no gigantesco 1.º Maio de 1974, o papel imprescindível do movimento popular e da classe operária na revolução.
Hoje, num quadro de profunda crise do sistema capitalista, a actualidade do 25 de Abril continua bem viva na exigência constitucional de se «abrir caminho para uma sociedade socialista». Ultrapassados pelos acontecimentos, muitos daqueles que ao longo das últimas décadas, enquanto dirigentes partidários ou governantes, tudo fizeram para liquidar aquele objectivo central do regime democrático, aparecem agora a fazer de conta que nunca militaram nas fileiras da contra-revolução. Mas não há palavreado que os possa ilibar de terem metido o socialismo na gaveta, contribuído para a reconstituição de novos e velhos grupos monopolistas, liquidado a reforma a agrária e abalado a soberania e o prestígio internacional de Portugal com a submissão do País aos interesses das grandes potências da CEE e da União Europeia.
Depois da proibição do referendo sobre o «Tratado de Lisboa» ordenada por Berlim, é legítimo perguntar se algum dos candidatos do PS, PSD e CDS/PP às eleições para o Parlamento Europeu tem presente que, segundo a Constituição, «Portugal é uma República soberana» ou que «Portugal preconiza a abolição do imperialismo, do colonialismo e de quaisquer outras formas de agressão, domínio e exploração nas relações entre os povos».
A profunda modificação da correlação de forças na África austral resultante da independência das colónias portuguesas deu novo alento à libertação dos povos da região, foi decisiva para a constituição dos Estados da Linha da Frente, e retirou ao regime racista do apartheid a base de apoio que lhe era garantida pelo fascismo português e pela NATO.
A Revolução portuguesa confirmou assim a importância da alteração da correlação de forças internacional em favor do socialismo, da soberania nacional e da paz na luta dos povos pela liberdade.