Ligados à vida
Os dramas vividos pelos trabalhadores em muitas empresas do País têm voz nas instituições por intermédio da acção dos deputados do PCP.
À custa da Segurança Social, a Yazaki vai explorar ainda mais
O deputado do PCP Jorge Machado esteve recentemente junto à Yazaki Saltano, em Ovar, a dar conhecimento aos trabalhadores do conteúdo do requerimento apresentado pelo grupo parlamentar comunista na Assembleia da República sobre a situação que ali se vive. A empresa encetou há dias um processo de lay-off envolvendo 786 trabalhadores.
Para a Comissão Concelhia de Ovar do PCP, este lay-off vem no seguimento de uma «sucessão de despedimentos que lançaram milhares de trabalhadores para o desemprego» e após a empresa ter recebido «milhões de ajudas públicas nacionais e comunitárias». Assim, e até Setembro, com possibilidade de renovar a redução temporária do horário de trabalho por mais seis meses, a Yazaki Saltano pretende, «à custa da Segurança Social, explorar ainda mais os trabalhadores, ficando estes com apenas dois terços dos salários, à disposição da empresa quando e como esta quiser».
No contacto que manteve com os trabalhadores, Jorge Machado apercebeu-se da revolta que estes sentem pelo facto de irem trabalhar praticamente o mesmo, levando um corte de um terço no seu vencimento. Ao mesmo tempo que explicava os termos do requerimento, o deputado comunista deu conhecimento de uma recente iniciativa parlamentar do PCP visando o controlo do recurso abusivo ao lay-off.
Muitas empresas recorrem a este expediente ao abrigo de uma conjuntura desfavorável, mas tentam fazer esquecer os milhões de lucros que obtiveram ao longo de vários anos, realçam os comunistas. Ou seja, acrescentam, «são os descontos dos trabalhadores que servem para pagar a crise».
Jorge Machado confrontou-se ainda com o temor dos trabalhadores com a ausência de perspectivas de futuro da empresa. Nada garante, afirmaram, que a empresa não volte a despedir assim que passar o período do lay-off.
Travar o despedimento
O PCP entregou, na Assembleia da República, um requerimento acerca do despedimento colectivo em curso da Lusotufo, igualmente sediada em Ovar. Na sequência desta iniciativa, vários militantes comunistas estiveram à porta da empresa a distribuir aos trabalhadores cópias do documento entregue e a apelar para a necessidade de uma ruptura com a política de direita.
Com mais de quarenta anos, o grupo Lusotufo dedica-se à produção de comercialização de fios e revestimentos têxteis de solo, sendo, com as suas seis unidades, o maior grupo ibérico do sector. Depois de, durante anos, ter registado períodos de forte crescimento, a Lusotufo começou a sentir dificuldades, devido a opções estratégicas que assumiu, ao aumento da concorrência estrangeira e à perda de competitividade derivada da valorização do euro.
Como sucede noutras empresas, também a Lusotufo optou por passar as consequências da crise para os trabalhadores. Depois de ter enviado dezenas para o desemprego através da não renovação dos contratos a prazo, a administração entregou recentemente ao sindicato um processo de despedimento colectivo de mais 74 trabalhadores.
As alegações da empresa que sustentam este processo contrariam, para o PCP, tudo aquilo que o Governo tem dito acerca do combate à crise económica, já que segundo a Lusotufo, as principais dificuldades prendem-se com o agravamento dos juros bancários, a dificuldade no acesso ao crédito e o alargamento dos prazos de recebimento, e consequente estrangulamento na gestão da tesouraria. A empresa alega também dificuldades acrescidas no acesso ao crédito.
Para a Comissão Concelhia de Ovar do PCP, este lay-off vem no seguimento de uma «sucessão de despedimentos que lançaram milhares de trabalhadores para o desemprego» e após a empresa ter recebido «milhões de ajudas públicas nacionais e comunitárias». Assim, e até Setembro, com possibilidade de renovar a redução temporária do horário de trabalho por mais seis meses, a Yazaki Saltano pretende, «à custa da Segurança Social, explorar ainda mais os trabalhadores, ficando estes com apenas dois terços dos salários, à disposição da empresa quando e como esta quiser».
No contacto que manteve com os trabalhadores, Jorge Machado apercebeu-se da revolta que estes sentem pelo facto de irem trabalhar praticamente o mesmo, levando um corte de um terço no seu vencimento. Ao mesmo tempo que explicava os termos do requerimento, o deputado comunista deu conhecimento de uma recente iniciativa parlamentar do PCP visando o controlo do recurso abusivo ao lay-off.
Muitas empresas recorrem a este expediente ao abrigo de uma conjuntura desfavorável, mas tentam fazer esquecer os milhões de lucros que obtiveram ao longo de vários anos, realçam os comunistas. Ou seja, acrescentam, «são os descontos dos trabalhadores que servem para pagar a crise».
Jorge Machado confrontou-se ainda com o temor dos trabalhadores com a ausência de perspectivas de futuro da empresa. Nada garante, afirmaram, que a empresa não volte a despedir assim que passar o período do lay-off.
Travar o despedimento
O PCP entregou, na Assembleia da República, um requerimento acerca do despedimento colectivo em curso da Lusotufo, igualmente sediada em Ovar. Na sequência desta iniciativa, vários militantes comunistas estiveram à porta da empresa a distribuir aos trabalhadores cópias do documento entregue e a apelar para a necessidade de uma ruptura com a política de direita.
Com mais de quarenta anos, o grupo Lusotufo dedica-se à produção de comercialização de fios e revestimentos têxteis de solo, sendo, com as suas seis unidades, o maior grupo ibérico do sector. Depois de, durante anos, ter registado períodos de forte crescimento, a Lusotufo começou a sentir dificuldades, devido a opções estratégicas que assumiu, ao aumento da concorrência estrangeira e à perda de competitividade derivada da valorização do euro.
Como sucede noutras empresas, também a Lusotufo optou por passar as consequências da crise para os trabalhadores. Depois de ter enviado dezenas para o desemprego através da não renovação dos contratos a prazo, a administração entregou recentemente ao sindicato um processo de despedimento colectivo de mais 74 trabalhadores.
As alegações da empresa que sustentam este processo contrariam, para o PCP, tudo aquilo que o Governo tem dito acerca do combate à crise económica, já que segundo a Lusotufo, as principais dificuldades prendem-se com o agravamento dos juros bancários, a dificuldade no acesso ao crédito e o alargamento dos prazos de recebimento, e consequente estrangulamento na gestão da tesouraria. A empresa alega também dificuldades acrescidas no acesso ao crédito.