O Instituto Nacional de Estatística (INE) deu a conhecer o que já se sabia e se vê à vista desarmada no País: a pobreza tem vindo a aumentar e os pobres já ultrapassam os dois milhões, quase 20% da população portuguesa, e destes 1,4 milhões, ou seja 13% da população, vivem com um rendimento abaixo dos 300 euros.
Com um nível de participação inédito, nos últimos 20 anos, a manifestação nacional de 18 de Outubro constituiu uma «poderosa acção de protesto dos trabalhadores portugueses contra a intensificação da exploração a que estão sujeitos nos locais de trabalho e contra as políticas que têm conduzido à acelerada degradação das suas condições de vida».
27 partidos comunistas e outras forças de esquerda, adoptaram uma Posição Comum sobre o Tratado da União Europeia (que se transcreve), onde reclamam o direito de cada povo a pronunciar-se sobre o referido Tratado, informa o Gabinete de Imprensa do PCP, partido promotor da iniciativa.
O secretário-geral do PCP considerou a manifestação da CGTP-IN uma resposta contundente ao Governo e exigiu a realização de um referendo sobre o chamado «tratado reformador».
Os 185 delegados confirmaram, domingo, no auditório do Politécnico de Beja, que o PCP está cada vez mais forte e manifestaram-se determinados em prosseguir a luta contra as políticas de direita e pelo reforço do Partido.
Numa jornada conjunta com a organização congénere das Comisiones Obreras e integrada numa acção internacional, a estrutura sectorial da CGTP-IN exigiu condições de trabalho dignas.
O agravar das injustiças e desigualdades, seja pela política de desvalorização dos salários e das reformas seja pela política fiscal, é uma das marcas fortes do Orçamento do Estado para 2008. A avaliação é do líder parlamentar comunista, para quem este documento de «continuidade» traduz um claro «reforço da política de direita».
No momento em que decorre no Parlamento em comissão a sua discussão na generalidade, e quando já é possível perceber com rigor as suas linhas essenciais, Bernardino Soares explica em entrevista ao Avante! as razões que levam o PCP a tecer duras críticas a um Orçamento que, continuando a impor sacrifícios aos trabalhadores e ao povo, privilegia o défice em vez de apostar no desenvolvimento e no emprego.
Quando centenas de milhares de trabalhadores nas ruas da capital davam corpo há uma semana à gigantesca manifestação organizada pela CGTP-IN, no Parlamento, à mesma hora, o PCP, pela voz do deputado Eugénio Rosa, expressava o seu «total apoio» a esta inolvidável jornada por «mais justiça social».
Os participantes no 9.º Congresso Nacional de Deficientes, que se realizou sábado, na Moita, acusaram o Governo de ter desencadeado «o mais violente ataque aos direitos sociais e económicos», duramente conquistados com a Revolução de Abril. Foi ainda aprovada a nova constituição dos órgãos sociais da CNOD.
Mais de meia centena de tractores percorreram, dia 17 de Outubro, as estradas do distrito de Aveiro, num protesto que culminou numa concentração de centenas de agricultores junto ao parque de exposições de Aveiro, local onde abriu ao público o certame agricola.
A Plataforma Cívica (PO) do liberal Donald Tusk ganhou as eleições legislativas realizadas no domingo, 21, pondo fim a 15 meses de governação do partido Lei e Justiça, de Jarozlaw Kaczynski, marcados pela fobia anticomunista.
Os maquinistas alemães anunciaram, para hoje, quinta-feira, uma nova greve nos comboios regionais e urbanos que se prolongará por 30 horas, para reivindicar aumentos salariais e um contrato colectivo específico.
O exército turco continua os ataques contra os guerrilheiros curdos no Norte do Iraque e a invasão do território está iminente, isto depois do parlamento mandatar o governo de Recep Erdogan nesse sentido.
O parlamento do Líbano adiou para o próximo dia 12 de Novembro a eleição do novo presidente do país. Em causa estão divergências entre o governo e a oposição.
Nestas jornadas de estudo em Portugal colocámos no centro do debate a valorização do trabalho, sem o qual não há progresso e desenvolvimento, numa posição clara da nossa opção no debate que se trava na União Europeia.
Foi no passado dia 2 de Outubro que se celebrou o 90.° aniversário de Óscar Lopes, figura ímpar das nossas letras e ensaísta de reconhecido prestígio a quem, por iniciativa do infatigável editor José da Cruz Santos e da Cooperativa Árvore, se tem prestado, durante a semana que agora termina, um tributo de grande elevação, à altura da grandeza científica, cívica e pessoal do homenageado. Indissociável da valiosíssima obra realizada, a trajectória da vida de Óscar Lopes impõe-se-nos como um exemplo de verticalidade e inteireza moral e ideológica. Recordemo-
-la pois, de modo necessariamente sumário, até porque ela se distingue, desde logo, pelo modo como soube alicerçar um excepcional percurso de investigação
e docência numa visão mais ampla do mundo, determinada pela condição de marxista e de militante comunista de longa data. Em 1997, declara: «Sou comunista e serei sempre comunista; porque para mim isso encerra um significado muito radical. (...) Consigo manter relações com as camadas mais pobres e, sobretudo, uma enorme simpatia, que creio que é cultural, como o Raul Brandão, que exerceu uma forte influência em mim.»(1)