Parlamento adia presidente
O parlamento do Líbano adiou para o próximo dia 12 de Novembro a eleição do novo presidente do país. Em causa estão divergências entre o governo e a oposição.
A oposição quer que seja encontrada uma solução de consenso
Pela segunda vez desde o início da actual sessão legislativa, o parlamento libanês foi obrigado a protelar a nomeação do presidente por falta de entendimento entre as forças leais ao executivo de Fouad Siniora e os deputados da oposição, sobretudo os eleitos nas listas do Hezbollah.
O adiamento é mais uma acha para a crise política e social no Líbano, tanto mais reacesa quanto mais se esgota o prazo para a substituição do actual chefe de Estado, Emile Lahoud, cujo mandato termina a 25 de Novembro.
Os partidos que sustentam Siniora querem que o presidente seja um de dois nomes afectos à sua área política, Boutros Harb ou Nassib Lahoud.
O Hezbollah, por sua vez, defende que o mais alto magistrado da nação seja encontrado por consenso entre as partes e propõe o general Aoun para o cargo. A formação xiita quer ainda que a partilha do poder tenha em conta a verdadeira influência das organizações sociais e políticas libanesas, reclamando para si e para outras estruturas de base popular uma maior importância.
EUA e UE atentos
Empenhados em segurar o governo de Siniora, debilitado desde a demissão de seis ministros próximos da oposição, estão os EUA e a UE.
Sexta-feira da semana passada, chegaram a Beirute, capital do país, os responsáveis diplomáticos da França, Espanha e Itália, Bernard Kouchner, Miguel Angel Moratinos e Massimo D'Alema, respectivamente, países que mais contribuem para o contingente de interposição das Nações Unidas enviado para o território desde a invasão israelita, em 2006.
Na agenda dos ministros estiveram diversos encontros com personalidades influentes na sociedade libanesa. O objectivo expresso é evitar um cenário de eleições antecipadas, reclamadas há muito pela oposição em gigantescas acções unitárias de massas.
Entretanto, terça-feira, informações divulgadas pelo jornal As-Safir garantem que o governo libanês e os hómologos de Washington se preparam para fechar um acordo militar que permitirá ao Pentágono estabelecer bases no país.
A notícia do As-Safir foi publicada no mesmo dia em que o subsecretário de Defesa dos EUA, Eric Edelman, confirmou que a Casa Branca pretende lançar uma «parceria estratégica» visando a aproximação e reequipamento das forças armadas de Beirute.
Perante o coro de críticas do Hezbollah e da Síria, o governo de Siniora desmentiu a existência de um plano para ceder espaço a bases militares norte-americanas e lamentou que o periódico veicule informações provenientes de Israel.
Palestinianos sem condições
Paralelamente aos desenvolvimentos da crise política no Líbano, a Amnistia Internacional veio a terreiro acusar o governo libanês de discriminar sistematicamente os palestinianos exilados no país.
Segundo a AI, as condições em que vivem dezenas de milhares de refugiados palestinianos são «deploráveis» e os campos apresentam sinais gritantes de «superpopulação e a insuficiência das infra-estruturas».
Os palestinianos «vivem na miséria, sem esperança de melhorar sua vida ou de retornar ao país de origem», disse Mein Sammonds, co-autor do relatório citado pela Agência France Press.
De acordo com a AI, os terrenos cedidos aos palestinianos são os mesmos há quase 60 anos, isto apesar das sucessivas vagas migratórias de população expulsa por Israel.
Há locais onde a densidade populacional é superior à registada em metrópoles como Hong Kong ou Mumbai.
O adiamento é mais uma acha para a crise política e social no Líbano, tanto mais reacesa quanto mais se esgota o prazo para a substituição do actual chefe de Estado, Emile Lahoud, cujo mandato termina a 25 de Novembro.
Os partidos que sustentam Siniora querem que o presidente seja um de dois nomes afectos à sua área política, Boutros Harb ou Nassib Lahoud.
O Hezbollah, por sua vez, defende que o mais alto magistrado da nação seja encontrado por consenso entre as partes e propõe o general Aoun para o cargo. A formação xiita quer ainda que a partilha do poder tenha em conta a verdadeira influência das organizações sociais e políticas libanesas, reclamando para si e para outras estruturas de base popular uma maior importância.
EUA e UE atentos
Empenhados em segurar o governo de Siniora, debilitado desde a demissão de seis ministros próximos da oposição, estão os EUA e a UE.
Sexta-feira da semana passada, chegaram a Beirute, capital do país, os responsáveis diplomáticos da França, Espanha e Itália, Bernard Kouchner, Miguel Angel Moratinos e Massimo D'Alema, respectivamente, países que mais contribuem para o contingente de interposição das Nações Unidas enviado para o território desde a invasão israelita, em 2006.
Na agenda dos ministros estiveram diversos encontros com personalidades influentes na sociedade libanesa. O objectivo expresso é evitar um cenário de eleições antecipadas, reclamadas há muito pela oposição em gigantescas acções unitárias de massas.
Entretanto, terça-feira, informações divulgadas pelo jornal As-Safir garantem que o governo libanês e os hómologos de Washington se preparam para fechar um acordo militar que permitirá ao Pentágono estabelecer bases no país.
A notícia do As-Safir foi publicada no mesmo dia em que o subsecretário de Defesa dos EUA, Eric Edelman, confirmou que a Casa Branca pretende lançar uma «parceria estratégica» visando a aproximação e reequipamento das forças armadas de Beirute.
Perante o coro de críticas do Hezbollah e da Síria, o governo de Siniora desmentiu a existência de um plano para ceder espaço a bases militares norte-americanas e lamentou que o periódico veicule informações provenientes de Israel.
Palestinianos sem condições
Paralelamente aos desenvolvimentos da crise política no Líbano, a Amnistia Internacional veio a terreiro acusar o governo libanês de discriminar sistematicamente os palestinianos exilados no país.
Segundo a AI, as condições em que vivem dezenas de milhares de refugiados palestinianos são «deploráveis» e os campos apresentam sinais gritantes de «superpopulação e a insuficiência das infra-estruturas».
Os palestinianos «vivem na miséria, sem esperança de melhorar sua vida ou de retornar ao país de origem», disse Mein Sammonds, co-autor do relatório citado pela Agência France Press.
De acordo com a AI, os terrenos cedidos aos palestinianos são os mesmos há quase 60 anos, isto apesar das sucessivas vagas migratórias de população expulsa por Israel.
Há locais onde a densidade populacional é superior à registada em metrópoles como Hong Kong ou Mumbai.