Passado praticamente um ano sobre a realização do XVII Congresso do Partido, uma rápida e parcelar visão sobre a evolução da situação internacional, vem confirmar as principais análises e teses então discutidas e aprovadas.
A revolução bolchevique de 1917 foi um acontecimento que iluminou o século XX. O clarão por si produzido não apenas se mantém, como inclusive ganha outra magnitude nos dias de hoje, ensombrados pela ofensiva desmedida da globalização imperialista. As ameaças sem precedentes com que se confronta a humanidade, decorrentes da tentativa de imposição do capitalismo como sistema universal e final, só sublinham a necessidade incontornável de efectivas transformações revolucionárias. Por isso, o exemplo e ideais inscritos na Revolução de Outubro, como primeira experiência histórica de construção de uma sociedade livre dos antagonismos e exploração de classe, com todos os seus extraordinários avanços e realizações e o riquíssimo património teórico-prático que encerra, e não obstante todas as circunstâncias que conduziram mais tarde à criação e ao esgotamento de um modelo, conservam uma acrescida actualidade no horizonte contemporâneo da luta de transformação social e por um futuro socialista.
Álvaro Cunhal completaria hoje – 10 de Novembro – 92 anos. E a sua ausência pesa ainda entre todos os seus camaradas e numerosos amigos, como se verificou na grandiosa jornada de combate e afirmação de ideais e projecto que constituiu o funeral do nosso camarada.
A obra literária de Manuel Tiago, pseudónimo que Álvaro Cunhal assumiu como seu em 1994 na sessão em que apresentou o seu terceiro livro de ficção, A estrela de seis pontas, abre com dois títulos que nomeiam duas narrativas profundamente diferentes.
Excertos da Intervenção na Conferência realizada a 18 de Julho na biblioteca-museu República e Resistência, por Rogério Ribeiro, um texto que o Avante! publicou então na íntegra e de que hoje voltamos a recordar as partes mais significativas.
A adesão de Álvaro Cunhal ao comunismo não foi somente a adesão a um ideal. Foi uma opção para a vida. Um dos comentários mais repetidamente feitos sobre Álvaro Cunhal recai sobre a coerência que evidenciou na vida. Mesmo pessoas com posições antagónicas se rendem perante a determinação e firmeza que marcou a sua actuação na vida. E se o elogio é justo, revela incompreensão do significado mais profundo dessa coerência.
Enquanto secretário-geral do PCP, Álvaro Cunhal teve presença frequente e destacada nas páginas do órgão central do Partido. Através de alguns excertos, recordamos aqui algumas das entrevistas publicadas durante a última década de intensa actividade política do camarada.
A candidatura do PCP às eleições presidenciais de 22 de Janeiro é «uma candidatura diferente que se assume com total transparência e consequentemente contra a política de direita», afirmou, na semana passada, em Almada e Setúbal, o candidato presidencial Jerónimo de Sousa.
Em Portugal, o mapa do apoio às pessoas com deficiência desenha-se de acordo com a iniciativa de quem se vê confrontado com a necessidade de aprender a viver com a diferença. O Governo quer deixá-los entregues à própria sorte, mas há quem resista.
É esperada a participação de milhares de trabalhadores, nas concentrações que a CGTP-IN convocou para hoje, às 15 horas, em Lisboa (Rossio) e no Porto (Praça da Batalha).
Um dia antes de o Conselho de Ministros aprovar o aumento da idade de reforma, o SEP entregou um abaixo–assinado, no Ministério da Saúde, contra o novo estatuto.
A CGTP-IN apresentou uma proposta para o aumento progressivo do valor do salário mínimo nacional e para a recuperação da sua função laboral, salientando que o SMN não é uma prestação social.
A candidatura de Jerónimo de Sousa apresentou a sua Comissão Nacional de Jovens Apoiantes, em Lisboa. Porque «é a única que tem um verdadeiro projecto de mudança», como afirmou Vítor Rodrigues.
A Direcção Nacional da JCP reuniu-se no fim-de-semana em Lisboa e discutiu a actualidade nacional e internacional. O congresso da organização, as comemorações de aniversário e as próximas lutas foram alguns dos temas abordados.
O PCP votará amanhã contra o Orçamento de Estado para 2006, em debate, na generalidade, desde ontem, no Parlamento. Razões não lhe faltam. Este é o orçamento que, entre muitos outros traços negativos, prolonga a crise e a estagnação económica, agrava o desemprego e acentua as injustiças sociais.
O Secretário-Geral do PCP acusou o Governo de «enganosa premeditação» nas promessas eleitorais que fez em Fevereiro último. De todas, só uma parece ser para cumprir: a de barrar qualquer iniciativa que garanta a imediata despenalização do aborto, afirmou Jerónimo de Sousa.
Uma audiência pública à população sobre a intenção do Governo de avançar com a co-incineração na Arrábida, organizada pela Câmara Municipal de Setúbal, juntou, dia 4, no Fórum Luísa Todi, cerca de 600 munícipes de Setúbal, Palmela e Sesimbra.
«Os Verdes» exortam o PS e o BE a assumirem «imediatamente a sua responsabilidade» e a alterarem a lei sobre a despenalização do aborto na Assembleia da República até ao final do ano.
Nas últimas eleições autárquicas, a CDU aumentou o número de votos, de percentagens, de presidências de câmara e de juntas e de eleitos, afirmando-se de forma cada vez mais clara como uma grande força nacional. No Cadaval não foi diferente.
O presidente da Câmara Municipal da Marinha Grande, João Barros Duarte, da CDU, mostrou-se apostado em criar condições para que a oposição autárquica participe activamente na gestão do município.
A Associação dos Inquilinos Lisbonenses (AIL) considerou, sábado, que a nova Lei do Arrendamento Urbano apresentada pelo Governo tem aspectos «gravosos para os arrendatários» e acusou o secretário de Estado da Administração Local de falta de diálogo.
No início da semana, mais de cinco mil viaturas e numerosas instalações e equipamentos públicos haviam sido vandalizados e destruídos pela vaga de motins urbanos que assola a França desde há duas semanas.
No 32.º dia de greve contra a privatização dos transportes públicos de Marselha, o tribunal local declarou ilegal a luta dos trabalhadores, decidindo aplicar uma multa de 10 mil euros por cada dia suplementar de greve.
A CIA mantêm prisões secretas em oito países europeus, na Tailândia e no Afeganistão, revelou o Washington Post citando documentos, fontes oficiais e a Humans Right Watch.
Pela primeira vez, a CDU está à frente dos destinos de Peniche. A vitória alcançada nas eleições autárquicas de Outubro abre um novo capítulo na história do concelho. António José Correia e Delfim Campos – presidente e vereador da autarquia, respectivamente – falam da campanha que culminou na sua eleição e nas prioridades de trabalho.
Conheci Henri Alleg em 1986, durante um Congresso de Jornalistas, em Sofia.
Tínhamos ambos ultrapassado os 60 anos.
«É muito raro – ouvi dele recentemente em Serpa – que amizades tão fortes como a nossa se estabeleçam em idades avançadas». Recordei essas palavras ao findar a leitura de Mémoire Algérienne, o seu último livro(1).