JCP assinala 60 anos da FMJD

«Jovens: uni-vos por uma paz duradoura»

60 anos depois da sua fundação, a Federação Mundial da Juventude Democrática (FMJD), mantém-se fiel aos sonhos da geração fundadora, garantiu o seu presidente, Miguel Madeira, na iniciativa de aniversário realizada em Lisboa, no passado dia 5.
Fundada a 10 de Novembro de 1945, a Federação Mundial da Juventude Democrática comemora 60 anos. A JCP não deixou passar em branco a data e realizou no passado sábado, no salão, completamente cheio, da Casa do Ribatejo, em Lisboa, uma iniciativa de comemoração da data. Na mesa, para além de Inês Zuber, do Secretariado da Direcção Nacional, estavam Miguel Madeira, presidente da FMJD, e Aurélio Santos, dirigente do Partido – e dirigente do MUD Juvenil nos anos 50, altura dos primeiros contactos da federação com a juventude portuguesa.
Aurélio Santos, manifestando-se satisfeito por falar para pessoas da sua geração, a geração «dos que lutam», lembrou que a FMJD nasce da vontade de transformar, saída da Segunda Guerra Mundial. Em sua opinião, os ideais universais da FMJD (patentes no seu emblema, onde se vê três jovens, um asiático, um africano e um europeu) representam uma ruptura com as ideias dominantes no mundo de então, numa época em que o sistema colonial dominava em grande parte do planeta. Para Aurélio Santos, a Federação foi fundamental no apoio à formação e desenvolvimento da juventude dos países e povos dos países coloniais ou recém-libertados.
O ex-dirigente do MUD Juvenil situa no ano de 1953 os primeiros contactos da federação com a juventude portuguesa, quando uma delegação de jovens portugueses participa no Congresso Mundial da Juventude e no 3.º Festival Mundial da Juventude e dos Estudantes, ambos realizados em Bucareste. Esta participação, recorda, deu-se em condições difíceis, tendo inclusivamente alguns jovens – incluindo ele próprio – sido presos no regresso a Portugal.
A presença nestas iniciativas permitiu aos jovens portugueses tomar contacto com o ambiente libertador que se vivia entre os jovens progressistas de todo o mundo e constituiu um estímulo para a luta antifascista em Portugal, bem como reforçou a solidariedade com a luta que se travava no País, afirmou Aurélio Santos. O festival mundial de Bucareste foi ainda a primeira vez que jovens das antigas colónias portuguesas assumiram a sua nacionalidade, tendo participado nos trabalhos no festival em nome dos seus países, vinte anos antes da independência.

JCP na presidência

Para o dirigente da JCP e actual presidente da Federação Mundial da Juventude Democrática, Miguel Madeira, a FMJD prossegue hoje inspirada nos ideais da sua geração fundadora e das gerações seguintes, que «lutaram contra o imperialismo, a guerra e a exploração». Em sua opinião, mantém-se perfeitamente actual o apelo inscrito no emblema da federação: «Jovens, uni-vos por uma paz duradoura.» Para Miguel Madeira, o imperialismo prossegue hoje de forma particularmente feroz os seus objectivos de dominação e aumento dos lucros, não hesitando em recorrer à guerra e à agressão. O
presidente da FMJD realçou a importância da JCP para o reforço da federação, lembrando a assembleia geral realizada em Portugal, em 1995, e a eleição da JCP para a vice-presidência dois anos depois. Em 2003, a JCP seria eleita para a presidência. Nos 32 meses de presidência da JCP, contou Miguel Madeira, privilegiou-se o contacto com as diferentes organizações-membro da federação e dinamizou-se o funcionamento dos órgãos. O presidente da federação é claro a afirmar que a FMJD não pode intervir desligada das suas organizações. «São as organizações que fazem a FMJD», destaca.
Sob a presidência da JCP, também se apostou na conservação e estudo do arquivo histórico da federação, através de um programa apoiado pela UNESCO, com o objectivo de recuperar a memória histórica da FMJD, que é o mesmo que dizer da luta da juventude no século XX. Para breve está previsto o lançamento de um número especial da histórica revista da federação, Juventude do Mundo.


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