Milhares de comunistas, e também muitos trabalhadores não comunistas, comemoram em todo o País e na emigração os 85 anos de vida e de luta do Partido Comunista Português.
No ano em que se comemoram os 75 anos do Avante! , continuamos a fazer um retrato do jornal através das pessoas que o lêem, que o vendem, que o produzem ou produziram.
«A primeira coisa que vi quando abri os olhos foram letras», conta Mariana Morais. Filha dos tipógrafos clandestinos Joaquim e Catarina Rafael, viveu os primeiros anos da sua vida com os pais numa casa isolada, perto de Coina, onde funcionava uma tipografia clandestina. A casa não tinha condições para um parto e Mariana foi nascer a Almada, na casa de Gabriel Pedro, também ele militante comunista.
«O nosso jornal.» É assim que João Lopes se refere ao Avante!, com naturalidade. É tão natural que nem repara. Mas a explicação surge rapidamente: «É “nosso” por ser do nosso Partido; é “nosso” enquanto trabalhadores; é “nosso” porque foca os nossos problemas, esclarece as nossas necessidades; é “nosso” porque é dirigido aos militantes do PCP e aos trabalhadores em geral.»
O aniversário do PCP foi assinalado, no dia 4, com um grande comício realizado em Almada, no mesmo espaço que recebeu o XVII Congresso do Partido. Milhares de militantes e amigos do Partido não faltaram à festa e, com entusiasmo militante, deram corpo à ideia de que «Sim, é possível um PCP mais forte!».
«Tal como durante 85 anos, os trabalhadores, o povo português podem continuar a contar com o Partido Comunista Português», afirmou, numa resolução aprovada no dia 6, a Comissão Política do PCP.
A convite do PCP realizou-se em Lisboa, em 3 e 4 de Março, um encontro internacional subordinado ao tema «A Europa e a União Europeia, realidades, experiências de luta e novas oportunidades de transformação».
Anteontem, em Lisboa, tiveram lugar demonstrativas acções de luta. Para 1 de Abril, a CGTP-IN prepara concentrações nos vários distritos, culminando uma jornada da juventude trabalhadora, que começa a 28 de Março.
Dezenas de carteiros contratados a prazo exigiram a passagem à efectividade, frente ao DRH dos CTT, após três dias de greve. Não havendo solução, voltarão a parar este mês.
A JCP saúda o 85.º aniversário do PCP, destacando a sua história de luta e resistência, «lado a lado com o povo português, na defesa dos seus direitos, construindo um passado rico e valioso, mas certamente curto face ao longo futuro que um Partido com a ligação às massas, capacidade de organização e vitalidade do PCP tem pela frente na concretização do ideal comunista».
O Grupo Parlamentar do PCP quer proibir a cobrança de comissões ou taxas sobre os pagamentos feitos com cartão de débito Multibanco. Um projecto de lei nesse sentido deu entrada no Parlamento.
É um erro e um erro grave o abate indiscriminado de escolas do 1.º Ciclo do ensino básico e dos jardins de infância. Quem o afirma é o PCP, para quem este encerramento tem por base puras razões economicistas, na linha do neoliberalismo mais selvagem.
O Grupo Parlamentar do PCP desafiou o Governo a esclarecer quais as medidas ou curso ou que pensa adoptar para evitar o encerramento da empresa Rodhe, situada em Pinhel.
O Governo quer encerrar o Hospital do Desterro e várias urgências e extensões dos centros de saúde. Estas medidas põem em causa o acesso e a resposta aos utentes que precisam de cuidados de saúde.
Após 120 dias de mandato da actual maioria na Câmara Municipal de Lisboa, o PCP, cumprindo o seu compromisso de fazer uma análise pública da situação municipal, deu nota negativa ao Executivo PSD/CDS-PP.
Sete anos após a criação do euro, um estudo europeu vem confirmar e dar razão aos alertas e críticas desde sempre feitos pelo PCP quanto aos efeitos nefastos da moeda única para a nossa economia.
O governo espanhol, composto por igual número de mulheres e homens, aprovou na sexta-feira, 3, as linhas gerais do projecto de lei sobre a igualdade de sexos, o qual terá particulares implicações no mercado de trabalho.
A recente decisão do governo britânico de reexaminar o contrato com o Barts/Royal London Hospital, a mais importante parceria público-privada no sector da saúde com um orçamento de 1,68 mil milhões de euros, é um sinal das preocupações crescentes com a escalada dos custos destes projectos mistos.
Mais de 160 manifestações realizaram-se, na terça-feira, 7, em todo o território francês em protesto contra a nova legislação laboral que, designadamente, liberaliza os despedimentos dos jovens com menos de 26 anos.
Milhares de trabalhadores e respectivas famílias desfilaram a 25 de Fevereiro desde a Avenida Roosevelt até ao tribunal federal dos EUA, em San Juan, Porto Rico, para denunciar a crescente repressão do FBI contra o movimento independentista naquele território (Movimiento Independentista Nacional Hostosiano/MINH).
Os legisladores de Dakota do Sul votaram em Fevereiro último um projecto de lei que proíbe praticamente todos os abortos naquele Estado. A medida inclui os abortos de vítimas de violação e incesto e os que visam proteger a saúde da mulher. A única excepção admitida é no caso em que os médicos considerem o aborto necessário para salvar a vida das mulheres grávidas. A proibição permite ao Estado proceder criminalmente contra as mulheres que abortem e contra os profissionais de saúde que as ajudem.
Milhares de pessoas manifestaram-se na Índia e no Paquistão contra a política externa norte-americana e o papel seguidista dos respectivos governos face aos interesses dos EUA.
O Congresso da Bolívia aprovou a convocação de uma Assembleia Constituinte, primeiro passo para, nas palavras do presidente, Evo Morales, «acabar com o neoliberalismo vigente».
Tudo indica que a passagem do poder inerente ao cargo de primeiro-ministro da Grã-Bretanha já está a realizar-se. Gradualmente, é certo, mas a passos firmes. A já difícil posição de Tony Blair contra cuja política o povo britânico tem, categoricamente, protestado em múltiplas ocasiões e, particularmente, em poderosas manifestações contra a guerra no Iraque, tornou-se periclitante desde que a própria bancada parlamentar trabalhista começou a rejeitar a legislação proposta pelo governo
Fiz três viagens a Cuba em períodos bem diferentes da sua evolução histórica, política e cultural, a primeira, clandestina, logo após a eufórica vitória de Playa Giron, em finais de 1962 e começos de 1963; a segunda em 1976, como membro de um júri do Prémio Casa das Américas num período de grande desenvolvimento e expansão cultural; a terceira em 1998, após a grande crise económica que se seguiu ao desmoronamento da União Soviética e do chamado socialismo real e ao posterior e importante desenvolvimento turístico de Cuba, com a persistência do grande sonho socialista, não obstante a realidade de algumas privações e até desigualdades, inerentes a essas transformações.
O desemprego é o problema mais grave que o País enfrenta neste momento, muito mais do que o défice orçamental, que parece ser apenas o problema que preocupa o Governo, a Comissão Europeia e o pensamento económico de cariz neoliberal dominante nos media.