Pelo desanuviar das tensões
Previa-se que o debate fosse sobre política do Ministério dos Negócios Estrangeiros. Assim o designava a agenda parlamentar, faz hoje oito dias. Acabou contudo por não ser assim, porque o partido proponente da interpelação ao Governo – o CDS/PP – quis fazer deste debate um ajuste de contas com o seu antigo líder, hoje titular da pasta dos Negócios Estrangeiros. Daí resultou que do centro da discussão foi arredada a política externa para dar lugar quase exclusivamente à actuação de Freitas do Amaral na questão das caricaturas de Maomé.
O PCP, pela voz de Luísa Mesquita, esforçou-se por dar sentido ao debate e introduzir matérias como o ensino do português no estrangeiro ou a exploração de que são vítimas muitos compatriotas nossos em países como a Holanda. A prevalecer, acabando por marcar o debate, ficaram contudo os ataques do CDS/PP a Freitas do Amaral num tom de grande agressividade e despeito, com trocas de acusação sobre «lições de boa educação», bem como «de coerência» e de «democracia».
Definindo a posição da sua bancada relativamente ao comunicado de Freitas do Amaral sobre as caricaturas de Maomé, Bernardino Soares considerou que teve «aspectos insuficientes» e que «teria beneficiado» em incluir a defesa da liberdade de expressão e a condenação da violência. O que não invalida uma apreciação positiva ao texto, sobretudo pela intenção evidenciada de não acicatar mas sim de desanuviar tensões.
A questão está porém em saber, observou, se aquele propósito de contribuir para a paz tem alguma correspondência na prática do Governo. Ora tudo indica que não, a avaliar pela posição assumida quanto à presença de militares portugueses no Afeganistão e no Iraque.
O parlamentar comunista considerou ainda que «os "cartoons" tiveram uma função provocatória que foi aproveitada pelo extremismo, o radicalismo da extrema-direita da Dinamarca, de vários países e provavelmente de Portugal» e que «se encaixa nos apetites de recurso à força de alguns».
O PCP, pela voz de Luísa Mesquita, esforçou-se por dar sentido ao debate e introduzir matérias como o ensino do português no estrangeiro ou a exploração de que são vítimas muitos compatriotas nossos em países como a Holanda. A prevalecer, acabando por marcar o debate, ficaram contudo os ataques do CDS/PP a Freitas do Amaral num tom de grande agressividade e despeito, com trocas de acusação sobre «lições de boa educação», bem como «de coerência» e de «democracia».
Definindo a posição da sua bancada relativamente ao comunicado de Freitas do Amaral sobre as caricaturas de Maomé, Bernardino Soares considerou que teve «aspectos insuficientes» e que «teria beneficiado» em incluir a defesa da liberdade de expressão e a condenação da violência. O que não invalida uma apreciação positiva ao texto, sobretudo pela intenção evidenciada de não acicatar mas sim de desanuviar tensões.
A questão está porém em saber, observou, se aquele propósito de contribuir para a paz tem alguma correspondência na prática do Governo. Ora tudo indica que não, a avaliar pela posição assumida quanto à presença de militares portugueses no Afeganistão e no Iraque.
O parlamentar comunista considerou ainda que «os "cartoons" tiveram uma função provocatória que foi aproveitada pelo extremismo, o radicalismo da extrema-direita da Dinamarca, de vários países e provavelmente de Portugal» e que «se encaixa nos apetites de recurso à força de alguns».