Editorial

Memórias do antigamente

Sob a pomposa designação de «reforma do sistema político», PS, aliado ao PSD e CDS/PP, preparam-se, em...
Opinião
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Eu tenho dúvidas...

Falando na passada semana no anfiteatro da Faculdade de Letras, uma ilustre personalidade da vida política portuguesa levantou a...
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A verdade e o tempo

Seis meses bastaram para que a cortina de esforçadas e voluntariosas promessas que envolveram a Cimeira de Joanesburgo sobre...
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Zero, nada, nicles

Na sua clareza e simplicidade, os factos falam por si e dizem-nos que o comício comemorativo do 82º aniversário do PCP no...
A talhe de foice

Desnorte

As recentes actuações e discursos dos ministros da Agricultura e do Trabalho e Solidariedade Social dão um retrato...
PCP

Novas ameaças<br> aos direitos das mulheres

Este 8 de Março - Dia Internacional da Mulher - teve a particularidade de decorrer num quadro político em que, pela primeira vez em 28 anos da sua comemoração em democracia, existe o perigo de profundas alterações aos direitos das mulheres legalmente consagrados.
Em Foco

A guerra anunciada

O ataque dos EUA ao Iraque está iminente. Quando as bombas começarem a cair sobre Bagdad e tiver início a chacina não será apenas o povo iraquiano a tombar vítima do império norte-americano. Nesse preciso momento consumar-se-á a morte do direito e da ordem internacionais como os conhecemos até agora, e sob o clamor da bombas, numa orgia de sangue e destruição, Washington dará à luz o monstro que há muito vem alimentando nas suas entranhas.
Os argumentos invocados pelos senhores da guerra instalados na Casa Branca para atacar o Iraque não passam de pretextos facilmente desmontáveis, como se comprova no dossier que o Avante!  hoje publica. O repúdio dos povos de todo o mundo não fez ainda abortar este atentado contra a humanidade, mas por mais dolorosa que seja a era que agora se inicia, ela é simultaneamente o princípio do seu próprio fim. Quando mais nada resta senão a força o poder é efémero.

Neste dossier:

• Anabela Fino - Um império orgulhosamente só
• André Levy - Fazer a guerra antes que o barro seque
• Jorge Cadima - Mentiras e crimes de guerra
• Luís Carapinha - A Rússia insustentável
• Miguel Urbano Rodrigues - A humanidade contra o IV Reich
• Rui Paz - Os alemães descobrem os "frankensteins" americanos
• Rui Namorado Rosa - Uma guerra contra o mundo

Um império orgulhosamente só

A escassos dias de terminar o ultimato imposto ao Iraque - dia 17 - já não restam dúvidas de que os EUA, acolitados pela Grã-Bretanha, vão atacar o Iraque com ou sem o aval do Conselho de Segurança das Nações Unidas. É o desfecho previsível da encenação há muito montada para lançar mão ao petróleo e a uma região do mundo considerada de «interesse vital» para os norte-americanos.

Fazer a guerra antes que o barro seque

Enquanto o mundo reagia com horror às imagens dos ataques terroristas do onze de Setembro de 2001, elementos da Administração Bush viam o evento como uma fantástica oportunidade. Assim o descreveu explicitamente a Conselheira de Segurança Nacional, Condoleezza Rice: «Um tremor de terra da magnitude do 11 de Setembro pode mudar as placas tectónicas da política internacional. [O pós 11 de Setembro marca um período] não só de grande perigo, mas também de enorme oportunidade. Antes que o barro solidifique de novo, os EUA e os nossos aliados devem mover-se decisivamente para tirar proveito das novas oportunidades.»

Mentiras e crimes de guerra

«O Mundo assinalará que a primeira bomba atómica foi lançada sobre Hiroxima, uma base militar. Tal facto resulta da nossa intenção de, neste primeiro ataque, evitar tanto quanto possível a morte de civis». Estas palavras do então presidente dos EUA, Harry Truman, foram proferidas no dia 9 de Agosto de 1945, num discurso transmitido pela rádio(1). Aquilo que realmente permitiram ao mundo assinalar é que a natureza criminosa e genocida da classe dirigente norte-americana é apenas igualada pelo seu cinismo e pela sua incomparável capacidade para a mentira mais despudorada.

A Rússia insustentável

Neste início de século, a guerra chega de novo a zonas não muito distantes das fronteiras da Federação Russa pela mão dos Estados Unidos. A intervenção militar americana no Afeganistão, a pretexto da denominada campanha internacional contra o terrorismo decorrente dos atentados de 11 de Setembro, que mereceu o apoio da direcção russa, foi o prelúdio para um ano negro para os interesses e segurança da Rússia: 2002 ficou assinalado, nas palavras do general Ivachov, antigo alto funcionário do Ministério da Refesa russo, demitido pelo actual ministro da tutela após pressões de Washington, por o «recuo geopolítico de Moscovo em todas as direcções estratégicas» (Sovietskaya Rossia, 06.03.03).

A humanidade contra o IV Reich *

O 15 de Fevereiro de 2003 ficará como data de viragem na grande aventura da humanidade.

Em centenas de cidades da Europa, da Ásia, da América, da África e da Oceânia milhões de pessoas saíram nesse dia às ruas para se manifestarem contra a guerra, respondendo ao apelo do Fórum Social Mundial. Nunca antes acontecera algo similar. Foi a primeira manifestação de protesto global da História.

Os alemães descobrem os frankensteins americanos

O meio milhão de pessoas que a 15 de Fevereiro se manifestou em Berlim e as centenas de milhares que nos últimos meses têm vindo a fazer ouvir o seu protesto nas ruas, confirmam que a esmagadora maioria do povo alemão recusa apoiar mais um ciclo de guerras imperialistas. A mobilização pela a paz atinge níveis inéditos na história da Alemanha, apesar de uma correlação de forças internacional muito mais desfavorável às forças progressistas do que a que se verificava nos anos oitenta, no momento das grandiosas manifestações contra o estacionamento dos Persching II.

Uma guerra contra o mundo

No confronto pela hegemonia económica e política mundial, o declínio do império britânico é perceptível desde o último quartel do século XIX. Tornou-se então patente a intensa competição entre as potências emergentes, com destaque para os EUA e a Alemanha, que haviam concluído os respectivos processos de consolidação interna e iniciado já a expansão externa. A Conferência de Berlim (1884-85), que realizou a «partilha do mundo» entre as potências europeias, é sintomática do declínio do império britânico, e assinala um novo passo na escalada da globalização capitalista.
PCP

Com olhos no futuro

O Pavilhão Carlos Lopes, em Lisboa, voltou a encher, na sexta-feira à noite, com milhares de militantes e simpatizantes do PCP que ali comemoraram o 82.º aniversário do Partido.

Comité Central reuniu

O Comité Central do PCP, reunido na segunda-feira, analisou a situação política nacional, os perigos da guerra e a...
Trabalhadores

Necessários mas precários

Realizou-se anteontem, terça-feira, uma vigília de educadores e professores contratados junto ao Ministério da...

Combater a regressão social

A quinzena de luta da CGTP, iniciada no Dia Internacional da Mulher, culmina no dia 21 de Março com paralisações, concentrações e manifestações por todo o País.

Travar a privatização

Os trabalhadores da Enatur vão realizar um plenário no próximo dia 18 para decidir de acções a tomar no...
Juventude

JCP preside FMJD

Miguel Madeira, em nome da JCP, irá presidir a Federação Mundial da Juventude Democrática. A eleição realizou-se na semana passada, durante a Assembleia Geral.

Taxa de abandono escolar diminui

A taxa de abandono na escolaridade obrigatória em Portugal baixou 80 por cento em 10 anos. Em 1991, era de 12,5 por cento e em 2001...
Assembleia da República

Lógica do lucro cilindra serviço público

A estratégia que tem presidido à privatização dos transportes é errada e lesiva do interesse nacional. Esta uma ideia há muito defendida pelo PCP, que a reiterou no Parlamento, exigindo simultaneamente do Governo que pare de vez na entrega aos privados do que resta de gestão pública no sector.

Governo erra<br> nas opções e prioridades

A lei de Programação Militar em vigor está longe de corresponder à defesa do interesse nacional. A que aí vem, em resultado de alterações avançadas pelo Governo, não é melhor. Esta uma das conclusões a tirar da proposta de lei sobre a matéria que o Ministro da Defesa foi defender, na semana transacta, ao Parlamento.

Informar em defesa do consumidor

Os deputados votam hoje o projecto de resolução do PCP que recomenda ao Governo a reintrodução durante o ano em curso da dupla afixação de preços de bens e serviços.

Nacional

Concurso anulado nas Amoreiras

O concurso para o túnel de ligação viária entre as Amoreiras e o Marquês de Pombal, em Lisboa, foi anulado no princípio desta semana.

Europa

Avaliar impactos

A vaga de privatizações à escala global que se prepara no âmbito das negociações do Acordo Geral sobre o Comércio de Serviços pode ter consequências desastrosas.

Chipre falha reunificação

O presidente do Chipre, o cipriota-grego Tassos Papadopoulos, anunciou, na terça-feira, que o falhanço do processo para a...

Em defesa da paz

A luta pela paz e contra a guerra no Iraque é uma questão prioritária na nossa actividade como deputados comunistas no...
Internacional

Marchas pela paz

Manifestações em todo o mundo estão marcadas para sábado, 15 de Março, em resposta ao apelo da...

8 de Março contra a guerra

No Dia Internacional da Mulher, milhões de mulheres de todo o mundo celebraram a data que lhes é consagrada, denunciando as persistentes violações dos seus direitos.

Temas

Um destino em jogo

Poucos anos após o achamento da Venezuela, o cronista Gonzalo Fernández de Oviedo y Valdés – íamos no ano de 1535 – fez uma primeira referência escrita de um europeu ao petróleo: «alguns que o viram dizem ser chamado pelo naturais de Stercus demonis e que é utilíssimo em medicina». Não é, pois, de estranhar que, em 1539, atendendo a uma ordem da rainha D. Juana, seja enviado a Espanha um barril de petróleo para aliviar a gota de Carlos V.

Retratos do trabalho - 3

Uma licenciatura é garantia de um emprego estável e de um salário elevado? Qual o retorno de um investimento de anos numa formação académica? O que significa ter um curso superior no mercado de trabalho português? Neste número, o Avante! continua a publicar retratos de jovens trabalhadores, cada um com uma profissão diferente. Desta vez, uma professora e um advogado.

Retratos do trabalho - 4

Luís,advogadoA instabilidade do direito Luís não quer dar a cara nem o nome. Por isso é Luís, depois de...
Argumentos
Religiões

A grilheta do lucro e do poder

Começa a sentir-se um declarado mal-estar de correntes de opinião católicas perante a política de interesses que...
Datas da História

Identidade na unidade

O sistema de alianças, a política de unidade do PCP não é uma questão de táctica, é um...

A semana em resumo