Milhares de trabalhadores portuários de vários países da União Europeia paralisaram, segunda e terça-feiras, em protesto contra um projecto directiva de liberalização do mercado dos portos marítimos.

Na véspera da votação do respectivo relatório no Parlamento Europeu, cerca de 10 mil trabalhadores da França, Bélgica, Alemanha, Holanda e Espanha envolveram-se em confrontos com a polícia, frente à sede em Estrasburgo, de que resultaram uma dezena de agentes feridos e trÊs detenções. Os manifestantes repudiaram o projecto comunitário que permitia às empresas de navegação e aos armadores utilizar pessoal próprio nas operações de cargas e descargas.

Entretanto, na terça-feira, o plenário de Estrasburgo acabou por aprovar um relatório que introduz algumas alterações no projecto inicial, determinando que as empresas apenas possam recorrer a estivadores profissionais, devendo ser rigorosamente observadas as disposições laborais nacionais, nomeadamente as que regulam o estatuto dos estivadores.

Por outro lado, o PE propôs que os serviços de pilotagem nos portos comunitários fossem excluídos do âmbito da directiva, alegando razões de segurança marítima. A maioria dos eurodeputados defendeu ainda que a regulamentação sobre pilotagem deve ser da competência dos estados-membros.