Nas últimas semanas, o Ribatejo tem merecido particular atenção na comunicação social, motivada pelas consequências da chuva intensa que tem massacrado a região e o País. Mas o Ribatejo é fustigado por males bem maiores para quem lá vive e trabalha. A chuva será o mal menor.
Assinala-se hoje o 35.º aniversário do 11 de Março de 1975, golpe militar promovido pelas forças contra-revolucionárias. A derrota do putch pelos trabalhadores e o povo aliados aos militares revolucionários do MFA consolidou a liberdade conquistada a 25 de Abril de 1974, abriu caminho à resposta que a sabotagem da burguesia impunha, afastou as classes dominantes do poder político e aboliu, no fundamental, o seu poder económico.
No dia em que o PCP, Partido da classe operária e de todos os trabalhadores, completou 89 anos de existência, mais de duas mil pessoas participaram, sábado, na Aula Magna, num grande comício que contou com a presença e a intervenção de Jerónimo de Sousa (texto que publicamos na íntegra nas páginas 6 e 7). Ali, perante uma multidão de gente, que inundou aquele espaço de confiança e determinação, o Secretário-geral do PCP valorizou a «história ímpar» do Partido na luta pela liberdade, pela democracia e pelo socialismo.
Só em três dias, milhares de militantes e simpatizantes do PCP participaram em iniciativas comemorativas do aniversário do Partido, que continuam ao longo do mês de Março.
O PCP assinalou, segunda-feira, o centenário da proclamação do Dia Internacional da Mulher com mais de cem acções de contacto com mulheres trabalhadoras, em empresas e locais de trabalho de todo o País.
O PCP vai realizar, dia 16 de Março, uma acção nacional centrada na ideia «Basta de injustiças, instabilidade e declínio. Não ao PEC - Um outro rumo para Portugal». Esta iniciativa visa esclarecer e denunciar o conteúdo e objectivos do Programa de Estabilidade e Crescimento.
Os livros Sobre a Célula de Empresa e Elementos de apoio à direcção de reuniões e à dinamização de organismos foram recentemente reeditados, com o objectivo de apoiar as organizações partidárias no seu esforço de responsabilização de quadros.
Com uma adesão de mais de 300 mil trabalhadores (80 por cento), a greve geral na Administração Pública, no dia 4, teve fortíssimas repercussões na generalidade dos serviços públicos e também nas missões diplomáticas.
A acção descentralizada, de âmbito nacional, tem amanhã mais um ponto alto, com uma jornada de luta, em importantes sectores da indústria, e uma manifestação em Braga.
O Sindicato Nacional dos Trabalhadores do Sector Ferroviário convocou uma greve, nas empresas do sector, para o próximo dia 23, contra o congelamento de salários que o Governo quer impor.
Passar da constatação à acção e garantir protecção social para todos os desempregados foi a resposta pronta que a CGTP-IN reclamou do Governo, comentando os dados do Eurostat.
Em Montemor-o-Novo, assim como no resto do País, o projecto autárquico da CDU encara a participação e a intervenção das populações como uma condição fundamental para uma gestão democrática.
Em resposta ao maior ataque das últimas décadas aos salários e direitos, os trabalhadores gregos, organizados pela PAME e pelo partido comunista, saíram às ruas, ocuparam edifícios públicos, entraram em greve geral.
O povo islandês rejeitou massivamente pagar as dívidas do banco Icesave aos aforradores britânicos e holandeses afectados pela falência da instituição financeira.
Centenas de milhares de estudantes, jovens, auxiliares de educação e membros da comunidade escolar saíram à rua nos EUA, a 4 de Março, na primeira manifestação nacional de massas desde há décadas pelo direito à educação.
A Central Única dos Trabalhadores da Colômbia (CUT) revela que, desde 1986, mais de 10 mil dirigentes e membros de estruturas sindicais foram alvo de atentados à vida, à liberdade e à integridade. Um a cada três dias foi morto.
A par de assistirmos, nos dias que correm, a uma quase omnipresença televisiva de eventos ligados à moda, na versão dos trapinhos, dos adereços e dos perfumes, assistimos também a uma outra moda, esta de natureza ideológica, bem mais influente do que a atrás referida, fomentada pelos ideólogos do sistema vigente, divulgada pelo uso repetitivo de palavras e conceitos e vendida pela retórica e propaganda de José Sócrates, não só com o objectivo de, mil vezes repetidas formatar a opinião pública ao conformismo e à resignação, como criar a ilusão de um pavoneado optimismo balofo.