Continuando
Nos média dominantes, prossegue a operação de censura à actividade do PCP.
Espanta que assim seja? Não: sendo esses média propriedade do grande capital e sendo o PCP o partido da classe operária e de todos os trabalhadores, é normal que sobre este recaia a censura de classe daqueles.
A insistência, aqui, na denúncia dessa censura visa, tão somente, não deixar passar impune a hipocrisia desses média ao apresentarem-se como independentes, plurais, isentos, imparciais...
Eis alguns factos.
Nas dezenas de iniciativas de fim-de-semana, em que o PCP comemorou o seu 89º aniversário, nenhuma rádio esteve presente e os jornais e televisões que foram a duas delas, foi praticamente como se lá não tivessem estado, pois sobre o acontecimento disseram... nada.
O comício na Aula Magna, com o secretário-geral do Partido, ou foi pura e simplesmente ignorado; ou foi criteriosamente ocultado em meia dúzia de linhas só localizáveis através de aturada busca; ou foi arrumado em nota de rodapé circulante isto, não obstante ter sido, de longe, a maior realização partidária do fim-de-semana (e da semana, e das semanas...)
Outro caso: o Público que comemora o seu 20.º aniversário e tem dado voz a uma série de panegiristas que não se cansam de lhe descobrir e louvar qualidades independentes, plurais, de isenção e de imparcialidade c. não está presente em qualquer iniciativa do PCP desde as últimas eleições autárquicas que, como uma boa memória nos dirá, ocorreram em Outubro do ano passado...
Entretanto, no que respeita às actividades dos outros partidos, o pluralismo, a imparcialidade, o blá-blá-blá, funcionam plenamente: o CDS/PP está todos os dias na ribalta; ao PSD e à correria a que os três gémeos se entregam, é concedido todo o espaço e todo o tempo necessários para que os gémeos - que são um finjam que são três, cada um falando como se fosse três.
Isto para não falar do BE, que, na sua qualidade de filho querido dos média do grande capital, está todos os dias em todos eles, a cores, com fotos, sorrisos e música de fundo.
Por isso o agradecido Louçã, aos brindes no aniversário do órgão da Sonae, declamou: «O Público é um jornal de opinião livre».
Favor com favor se paga.