A luta dos mineiros continua

Duas semanas depois de terem iniciado uma greve parcial, por tempo indeterminado, de duas horas no início de cada turno, por um justo aumento de cem euros no subsídio de fundo de mina, centenas de mineiros da mina Neves Corvo, em Castro Verde, manifestaram-se nas ruas de Beja, «para dar expressão de rua á luta», porque a administração da Somincor continua a recusar negociar com os representantes do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Mineira.
Os trabalhadores que também reclamam a metade em falta da compensação por trabalho no Dia de Santa Bárbara, padroeira dos mineiros, concentraram-se junto a um hipermercado bejense, tendo depois desfilado, em protesto, até o Governo Civil, entoando palavras de ordem. Mas, como revelou o dirigente sindical, Jacinto Anacleto, «o governador faltou novamente à reunião e o seu adjunto apenas reafirmou a mesma posição, de que a Somincor só negociaria se a luta fosse suspensa». «Só consideraremos essa hipótese se surgir uma proposta que apresentaremos aos trabalhadores, sendo eles a decidir sobre a suspensão ou a continuação da luta», avisou o dirigente sindical.
O sindicato, que reclama a intervenção do Governo e não põe de parte uma ida a Lisboa para pedir explicações ao primeiro-ministro, também revelou que a administração está a substituir trabalhadores em greve, tendo, por isso, apelado à intervenção da Autoridade para as Condições de Trabalho. Do imobilismo da administração estão a resultar prejuízos muito mais avultados, para a Somincor, do que o valor reclamado pelos trabalhadores.
Em solidariedade com as vítimas da catástrofe na Madeira, os 230 mineiros decidiram, no dia 25 de Fevereiro, doar 1,2 por cento do salário-base de Março.

Panasqueira

Os trabalhadores da mina da Panasqueira decidiram, no plenário de dia 5, participar na greve convocada pela Fiequimetal/CGTP-IN, amanhã e fazer greve a 24 de Março se, até lá, não obtiverem resposta imediata às suas reivindicações. Estes mineiros reclamam actualizações salariais e nos subsídios e prémios, depois de não terem obtido nenhumas, no ano passado. Em 2009, também não tiveram prémio de produção, apesar de a produção e os resultados da Sojitz Beralt Tin and Wolfram terem sido claramente positivos, explicaram os trabalhadores, na resolução aprovada no plenário.


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