CGTP-IN prossegue iniciativas de luta

Acção para mudar

A acção descentralizada, de âmbito nacional, tem amanhã mais um ponto alto, com uma jornada de luta, em importantes sectores da indústria, e uma manifestação em Braga.

As ini­ci­a­tivas pú­blicas am­pliam as lutas dos tra­ba­lha­dores

A jornada de 12 de Março, convocada pela Federação Intersindical das Indústrias Metalúrgica, Química, Farmacêutica, Eléctrica, Energia e Minas, terá expressão em paralisações do trabalho e iniciativas com impacto público. A federação aponta como objectivos principais a negociação da contratação colectiva, o aumento dos salários, o combate à precariedade e a garantia dos direitos dos trabalhadores.
Foi apresentado pré-aviso de greve, para todo o dia, mas a duração poderá ser adaptada, por decisão dos trabalhadores. No documento, a Fi­e­qui­metal/​CGTP-IN repudia «a atitude anti-negocial das associações patronais e, sobretudo, a sua recusa em dar prioridade aos salários, cuja actualização é absolutamente imperiosa e urgente, até como factor de dinamização da procura interna» e reafirma que «os problemas dos vários sectores não radicam nos direitos individuais e colectivos dos trabalhadores (nos quais se insere a Contratação Colectiva), mas sim na ausência de uma política que promova a produção nacional».
Em Braga, a manifestação distrital insere-se numa «semana de luta». A concentração está marcada para amanhã, às 14.30 horas, no Parque da Ponte, seguindo-se uma manifestação pela capital do distrito.
Em Por­ta­legre, também amanhã, ao fim da tarde, uma vigília junto do governo civil culmina uma «semana do desassossego» no distrito e no Norte Alentejano.
Hoje, às 16 horas, dirigente, delegados e activistas sindicais e reformados do distrito de San­tarém deslocam-se igualmente ao governo civil, depois de um encontro, marcado para o Jardim da República, às 14.30.
Em Viana do Cas­telo, na sexta-feira, teve lugar uma «tribuna pública», na qual foi traçado o quadro da situação social e laboral no distrito. A União dos Sindicatos realçou, designadamente, que mais de 2550 trabalhadores, de 20 empresas, foram afectados pela aplicação do lay-off, em 2009. Em muitos casos, como referiu o coordenador da USVC, Fernando Branco Viana, o recurso à redução do tempo de trabalho foi feito de forma ilegal. Por outro lado, «houve muitas empresas que implementaram o lay-off, com o pretexto de evitarem o encerramento, beneficiaram de ajudas do Estado e, no final, acabaram mesmo por fechar», notou o dirigente, citado pela agência Lusa.
Ainda no ano passado, encerraram no distrito 11 empresas, que empregavam 580 pessoas. Já em 2010, a estrutura distrital da CGTP-IN salienta o fecho da Leoni, fábrica de cablagens eléctricas da multinacional alemã, com 599 trabalhadores, e da Re­gency, unidade têxtil de uma multinacional indiana, com 174 trabalhadores, que estava instalada em Caminha havia duas décadas.

Até dia 26

Com esta série de iniciativas, privilegiando a visibilidade pública das lutas dos trabalhadores, contra a precariedade e o desemprego, por mais emprego, salários e direitos, a CGTP-IN e as estruturas do movimento sindical unitário afirmam que «é hora de mudar» o rumo do País. Desenvolvendo-se ao longo deste primeiro trimestre de 2010, a acção vai culminar a 26 de Março, na manifestação nacional dos jovens trabalhadores, em Lisboa (com concentração marcada para as 15 horas, na Praça do Município).
Na semana finda, o realce foi para a greve geral na Administração Pública, na quinta-feira, dia 4.
Na próxima semana, estão marcadas acções em Abrantes (segunda-feira, dia 15), Torres Novas (terça-feira), Co­ruche (quarta-feira) e Tomar (quinta-feira).
Para quinta-feira, dia 19, às 14.30 horas, está marcado um plenário distrital, no Largo da Misericórdia, em Se­túbal.


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