O dia 10 de Junho era dia particularmente assinalado pelo fascismo salazarista que o tornou conhecido como Dia de Camões, de Portugal e da Raça, uma claríssima exaltação colonialista fundada num racismo estrutural. Depois da Revolução do 25 de Abril, do vento de liberdade que varreu o País, de um extraordinário 1.º de Maio, o 10 de Junho tinha de ser expurgado desse seu aparato nacionalista fascista em linha com os princípios do Movimento das Forças Armadas, que propugnavam a descolonização, a independência das colónias contra o que tinha sido assumido por Spínola na primeira comunicação da Junta de Salvação Nacional, em que afirmou a «sobrevivência da nossa Nação como pátria soberana no seu todo pluricontinental».