Arrábida a Reserva da Biosfera
A candidatura da Arrábida a Reserva da Biosfera, que tem como objectivo promover o desenvolvimento sustentável, preservando o património natural, cultural e social da região, foi formalmente submetida no dia 17 de Junho.
«Candidatura não implica mais restrições»
A candidatura, dinamizada pela Associação de Municípios da Região de Setúbal (AMRS), em conjunto com as câmaras municipais (CM) de Setúbal, Palmela e Sesimbra – de maioria CDU – e o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), é enquadrada no programa científico «O Homem e a Biosfera» (Man & Biosphere), criado em 1970 pela UNESCO, centrado na conservação e preservação da natureza em conciliação com a actividade humana.
Este dia [17 de Junho] «assinala um longo percurso» de trabalho iniciado em 2016, salientou Sofia Martins, Secretária-geral da AMRS, em conferência de imprensa realizada, segunda-feira, no Forte de São Filipe, em Setúbal. A escolha do local não foi por acaso, referiu André Martins, presidente da CM de Setúbal, aludindoao processo que levou às obras de conservação que se encontram a decorrer naquele monumento nacional.Sobre a candidatura, o autarca e presidente da AMRS considerou ser «fundamental» que «haja uma harmonia entre manter as diferentes actividades humanas, reguladas, com a salvaguarda e garantia do património natural de uma riqueza que nos cabe a todos preservar». «Em muitos casos, as áreas protegidas são espaços que já são humanizados e, quase sempre, existe um conflito entre a defesa e preservação da natureza e a intervenção do Homem nas várias vertentes, do desporto à cultura, ao lazer e às actividades económicas. No fundamental, trata-se de harmonizar», continuou André Martins, manifestando esperança que em Setembro de 2025 a candidatura seja aprovada.
Também Francisco Jesus, presidente da CM de Sesimbra, destacou o facto de a candidatura não implicar «mais restrições, limitações ou alterações de maior nos instrumentos de ordenamento e gestão territorial», actualmente em vigor. Álvaro Amado, presidente da CM de Palmela, frisou que a candidatura «acrescenta valor à marca “Território Arrábida”, ao ganhar mais projecção nacional e internacional». Valorizou também «o modelo participativo e de envolvimento da sociedade numa candidatura desta dimensão».
O momento contou ainda com as palavras de Nuno Banza, presidente do ICNF, que reiterou o facto de a candidatura ser «um extraordinário exemplo de como é possível congregar um conjunto de vontades para um objectivo verdadeiramente maior», até porque a Reserva da Biosfera é «uma figura que tem assumido, nos últimos anos, uma importância muito relevante a nível mundial, para dar destaque a áreas com especial interesse».