«Voz insubstituível» do PCP fez-se ouvir no comício em Almada

Paulo Raimundo, Secretário-Geral do PCP, esteve presente, no dia 15, num comício do Partido na Praça da Portela, Almada, onde participaram centenas de militantes e amigos de toda a região de Setúbal.

«Construir mais Partido» em cada empresa, localidade ou associação é tarefa imediata

O dirigente comunista começou por saudar «todos os que construíram o importante resultado eleitoral que obtivemos para o Parlamento Europeu (PE)», um resultado de «enorme significado político, que garante a intervenção da voz da coragem, da voz insubstituível» que é o PCP.

Para Paulo Raimundo, «este é o resultado dos que optaram por não se deixar limitar pelo medo, pela chantagem, pelos dogmas do neoliberalismo», mas, também, dos que «viram para lá das cortinas de fumo, das manipulações, da promoção do preconceito», e que «optaram, com o seu voto, pela defesa das condições de vida do povo português», recusarama guerra, e «não desistem da defesa da Paz».

«Estamos cá apenas pelos trabalhadores, o povo e o País», sublinhou o Secretário-Geral, para quem, «se é verdade que o capital pode muito, também é verdade que não pode tudo» e, por muito que lhe custe, não conseguiu concretizar o desaparecimento da CDU, que tanto vaticinou.

«A voz da paz e do País continuará a estar presente no PE», destacou, frisando que esse é um resultado apenas possível a uma força (como é a coligação PCP-PEV) que está, todos os dias, «junto do povo, na rua».

Cortina de fumo
Os problemas do País, afirmou o Secretário-Geral, «não encontram resposta na acção do Governo da AD», que leva«por diante uma política que está» na sua origem. Para Paulo Raimundo, não há dúvidas quanto aos objectivos do executivo, que se enreda numa teia de propaganda para iludir o povo quanto aos «únicos interesses que defendem e dos quais estão dependentes».

O dirigente comunista lembrou declarações recentes do ministro dos Assuntos Parlamentares, sobre uma suposta valorização dos idosos e da juventude, exortando, de seguida, em tom irónico, «que cada reformado, que cada jovem olhe para si próprio» e observe a «diferença que há entre a propaganda e a realidade de cada um».

Para Paulo Raimundo, trata-se de «uma cortina de fumo», erguida para «desviar as atenções do que está realmente em curso», com «mais e mais apoios, incentivos e medidas para os grupos económicos», esses a quem o governo verdadeiramente serve, e a quem nega (contra a vontade do PCP) «suspender de imediato os benefícios fiscais».

Um alerta
Quanto à actuação do Governo, Paulo Raimundo alertou, ainda, para o anunciado novo aeroporto no Campo de Tiro de Alcochete: «nesta fase, é um anúncio», disse. E lembrou que, neste momento, a única medida concreta avançada pelo executivo quanto a esta questão foi (ao serviço dos interesses da Vinci), «o alargamento do Aeroporto de Lisboa».

Serventes do capital
O Secretário-Geral lembrou, ainda, as demais forças da política de direita que, por mais que façam por acentuar as diferenças entre si, estão todas ao serviço do grande capital.

«Desde logo a IL», vincou, que mais não é do que «o ponta-de-lança ideológico da liberalização da economia». Papel diferente tem o CH, frisou, de «arruaceiro», assente na «demagogia e ataque às minorias» (e que encontrou agora um novo inimigo, a imigração), a quem «tudo vale para desviar da questão central, a exploração».

«E depois, ainda temos o PS», lembrou, «que infelizmente anima esse faz de conta para dar ares de oposição» e «enche o peito supostamente à esquerda», mas que se juntou à direita para «chumbar as nossas propostas de pôr a banca a suportar os aumentos das taxas de juro», manter as portagens das ex-SCUT «em dezenas de vias» e impediu «a formação de uma comissão de inquérito à privatização da ANA».

Luta e acção
Paulo Raimundo deu ainda destaqueà necessidade de reforçar o caudal de luta que se tem vindo a acentuar (com provas dadas nas comemorações do 25 de Abril e no 1.º de Maio), «tomando a iniciativa no combate às desigualdades e injustiças».

Para o dirigente comunista, é necessário dar «centralidade à valorização dos salários e pensões, ao combate à precariedade, à desregulação dos horários, e ao trabalho nocturno e por turnos».

Mas, também, continuar a luta pela «afirmação do nosso plano de emergência para salvar e reconstruir o SNS», por «medidas que garantam o acesso à habitação», pela disponibilização de «100 mil vagas públicas em creches até 2028, integrando a creche no sistema educativo», e contra a «liberalização da ferrovia e a privatização da TAP».

«É neste momento, em que o grande capital procura a sua consolidação, que o PCP aqui está, com o seu papel necessário, indispensável e insubstituível», afirmou, lembrando que é tarefa imediata «construir mais Partido»: por «um Partido em cada empresa e local de trabalho, em cada localidade, associação e colectividade».

«Um Partido», sublinhou, «ligado à vida e àquilo que verdadeiramente importa na vida dos trabalhadores e do povo».

Também Daniel Figueiredo, do Executivo da Direcção da Organização Regional de Setúbal (DORS) e responsável por Almada, destacou, na sua intervenção, numa «terra de combatividade dos trabalhadores e do povo», a necessidade de «cuidar do Partido e potenciar» a sua acção, afirmando a «força que, com o povo, abriu e manterá abertas as portas que Abril abriu».

O dirigente saudou, ainda, a luta dos trabalhadores da região, em particular na Autoeuropa, onde está a operar um lay-off (algo ilegal).

Estiveram, ainda, na mesa, Aurora Almeida, do Executivo da Comissão Concelhia de Almada, João Carvalho da Comissão Política e do Executivo da Comissão Regional de Setúbal da JCP, Luís Palma, da Comissão Concelhia e presidente da Junta de Freguesia do Laranjeiro e Feijó, Telma Capucho, da DORS e do Secretariado da Comissão Concelhia, Joana Antunes, do Secretariado da DORS, André Luz, do Executivo da DORS, Paula Santos, da Comissão Política do Comité Central (CC) e presidente do Grupo Parlamentar do PCP na AR, Bruno Dias, do CC, da DORS e da Comissão Concelhia, Armindo Miranda, da Comissão Política do CC e responsável pela Organização Regional de Setúbal, e José Capucho, dos organismos executivos do CC.

 



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