À semelhança do que sucedeu em ocasiões anteriores, as eleições para o Parlamento Europeu de 9 de Junho coincidiram, na Bélgica, com as eleições para o parlamento nacional, para o Senado e para os parlamentos regionais (Flandres, Valónia, Federação Bruxelas-Valónia e Bruxelas).

Em números absolutos, o Partido do Trabalho da Bélgica (PTB) sai reforçado das eleições, passando de 56 para 68 lugares, o que corresponde a 50 deputados eleitos, mais 12 do que em 2019. Esta discrepância entre lugares e eleitos prende-se com a complexidade do sistema eleitoral belga, em que os mandatos da Federação Valónia-Bruxelas e a maior parte dos lugares do senado são ocupados por representantes eleitos noutros parlamentos.

18 deputados do PTB são trabalhadores, metade dos novos eleitos são mulheres e 12 têm menos de 35 anos.

O Partido do Trabalho da Bélgica valoriza os resultados alcançados, «especialmente bons nas zonas industriais, entre os jovens e nas cidades»: em Bruxelas, alcançou 20,9 por cento dos votos e na maior cidade industrial, Antuérpia, 22,9 por cento. Se o partido continua muito presente no «tradicional eixo operário La Louvière-Charleroi-Liège», junta-se agora a crescente influência no eixo Antuérpia-Bruxelas, na zona industrial do canal entre Gante e Zelzate e nas comunidades populares de Limburgo.

Nas eleições legislativas, a Nova Aliança Flamenga foi a força mais votada, seguida pelo Vlaams Belang, de extrema-direita, e do Voruit, social-democrata. O partido liberal do actual primeiro-ministro Alexander De Croo foi o grande derrotado.