Quando cá esteve pela primeira vez era um puto, mas já não andava à toa na vida a ver a banda passar. Nunca andou. Compondo, cantando, escrevendo, comprometendo-se, defendendo valores de solidariedade, liberdade, fraternidade e progresso, o Chico, o do «Cálice», o da «Ópera do Malandro» ou de «Tanto Mar», não se desviou do estatuto que a si próprio impôs de enfrentar a(s) ditadura(s), o saudosismo fascista, o empecilho que as forças de direita sempre foram, usando a repressão, as prisões, a tortura para, em nome do povo, derrotar os sonhos desse mesmo povo, sofrido e burlado por charlatães perigosos dos quais Bolsonaro é um exemplo recente. Em Portugal saímos dessa com a Revolução dos Cravos.