Honra, orgulho, amor, cavalheirismo, sempre foram as razões invocadas para os duelos, prática presente no imaginário das sociedades ocidentais como inerentemente masculina. Embora menos frequentes, os duelos femininos também existiram. Um, particularmente famoso, ocorreu no Hyde Park de Londres, e ficou conhecido como Petticoat Duel, ou Duelo de Anáguas, ou, em linguagem contemporânea, Duelo de Saiotes, peças usadas por baixo dos vestidos para dar volume ao traje. As senhoras Elphinstone e Almeria Braddock tomavam chá na casa desta última quando uma observação infeliz sobre a idade da anfitriã azeda o ambiente. Ofendida por ter sido considerada mais velha, Braddock desafia Elphinstone para um duelo. O confronto começa com pistolas, mas a única vítima foi um chapéu, pelo que as senhoras decidem retomar a disputa com espadas. A ofendida fere o braço da oponente, que decide retirar-se e resolver a questão com uma carta de desculpas. Dois séculos antes, outro duelo ficou famoso: o de Isabella dè Carazzi e Diambra dè Pottinella, damas napolitanas que se digladiaram por causa de um sedutor. O feito inspirou o pintor Jusepe de Ribera, Lo Spagnoletto, que nos deixou «Mulheres Gladiadoras», uma intensa pintura hoje preservada no Museu do Prado, em Madrid.