CDU é a voz do Alentejo na Assembleia da República
No primeiro dia oficial de campanha para as legislativas de 30 de Janeiro, a CDU rumou ao Baixo Alentejo, mais concretamente a Aljustrel, «um concelho de gente de trabalho forjada na dura luta dos campos e das minas, terra de resistentes e lutadores pela democracia e a liberdade», afirmou, muito recentemente, o Secretário-geral do PCP.
Neste domingo, 16 de Janeiro, junto ao Mercado Municipal, estiveram militantes do PCP, do PEV, da JCP, bem como homens e mulheres, jovens, que, não tendo qualquer filiação partidária, se revêem na CDU, o único espaço de intervenção para salvaguardar a defesa intransigente dos valores de Abril.
Na sessão pública intervieram, para além de Isabel Galope, mandatária concelhia, João Dias, primeiro candidato pelo círculo eleitoral de Beja e deputado do PCP na Assembleia da República (AR), e João Oliveira, presidente do Grupo Parlamentar do PCP na AR e da Comissão Política do Comité Central do Partido. Presentes estiveram também os candidatos Helena Costa Pais, João Daniel e Tomé Pires. Como salientou Isabel Galope, os candidatos da CDU «apresentam propostas com soluções para os problemas dos portugueses e do País» e «garantem que continuarão a lutar pela conquista dos nossos direitos e pelo desenvolvimento sustentável da nossa região e do nosso País».
Propostas
Para o distrito de Beja, a CDU reclama mais força para promover o emprego e valorizar o trabalho e os trabalhadores; desenvolver a melhoria geral das respostas na saúde, questão cada vez mais urgente; promover uma política de mobilidade e de acessibilidades; potenciar o Aeroporto de Beja; valorizar ambientalmente a região, salvaguardando a gestão pública da água e o desenvolvimento do sector energético; desenvolver uma agricultura sustentável, amiga do ambiente; potenciar os recursos mineiros do distrito; promover o turismo e a oferta diversificada numa região única; apostar na educação, na formação e na cultura; estabelecer uma rede de serviços e infra-estruturas sociais.
«Nós temos um compromisso com a população» e com «este distrito» (de Beja), assente em 10 propostas» centrais, informou João Dias, destacando «o principal elemento que combate o despovoamento» e que «fixa os jovens»: a valorização dos salários, medida que o PS «resiste» a implementar. «No próximo dia 30 não há que ter dúvidas, é escolher a CDU, a força alternativa que está ao lado de todos nós, todos os dias», apelou.
Regionalização
João Oliveira trouxe para a ordem do dia o tema da Regionalização. «É verdade que os problemas do Interior, os factores de desertificação e de desequilibro territoriais, têm como pano de fundo décadas de políticas de direita que, no plano nacional, fragilizaram os sectores produtivos, que deveriam garantir um modo de vida das populações. Mas a ausência de uma intervenção mais atenta e mais próxima, ao nível regional, daquilo que são as necessidades e especificidades dos problemas dos territórios do Interior também pesam nos problemas que cada região tem», frisou, responsabilizando os sucessivos governos do PSD, do CDS e do PS por estas «políticas erradas». «Faz particularmente sentido que aqui, (em Aljustrel) e no distrito de Beja, invoquemos esse elemento como um dos objectivos» da «batalha de futuro que temos que travar pelo desenvolvimento» do Alentejo, a única região do País que disse «Sim» à Regionalização e à Região Alentejo. «Nós defendemos a Região Alentejo sem capital, mas polinucleada, com vários polos de desenvolvimento, que possam garantir a coesão, não apenas entre o Interior e o Litoral do País, mas que possam, dentro da Região Alentejo, assegurar melhores condições, com melhores equilíbrios intra-regionais e condições para o desenvolvimento económico e social», defendeu o líder parlamentar.
Recorde-se que o PCP levou a votos em 2019 uma proposta de calendarização para a concretização da Regionalização em 2021, que foi chumbada com os votos contra do PS, do CDS, IL e Chega e a abstenção do PSD e do PAN. «Poucos negarão que uma efectiva e sustentada descentralização é inseparável da instituição das regiões administrativas. A sua concretização é, desde logo, um imperativo constitucional», salientava o projecto de resolução apresentado pelos comunistas.