Comício no Porto reforçou a alternativa

Milhares na Ribeira com a CDU

Luís Gomes (texto)
Ana Ambrósio(fotos)

Perante um Cais da Estiva com mais de cinco mil entusiasmados apoiantes, Jerónimo de Sousa lembrou, dia 21, ao povo do distrito do Porto que tendo um programa comum, PS, PSD e CDS deixarão de poder continuar a alternar no Governo.

«Têm tanto medo dos trabalhadores que estão a juntar-se»

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Face ao apoio dado pelo PS, o PSD e o CDS ao programa ditado pela troika e à ingerência do FMI, e apresentando-se os três partidos ao eleitorado com o mesmo programa no que é essencial, «já não se põe a questão da alternância no poder entre aqueles partidos», considerou Jerónimo de Sousa, intervindo num comício da CDU, no coração da Ribeira do Porto.

«Eles têm tanto medo dos trabalhadores que agora estão a juntar-se para poderem prosseguir com a sua obra de destruição», acusou.

Lembrando que o pacto assinado entre aqueles partidos resulta num «ataque brutal aos direitos dos trabalhadores e de vastas camadas populares», Jerónimo de Sousa salientou que aqueles programas «impedem o desenvolvimento e acentuam a recessão».

Recordou os vários sacrifícios impostos ao povo português, e considerou que, nestas eleições, «os trabalhadores e o povo decidirão se votarão pelos seus direitos ou contra si próprios», afirmou, lembrando que o empréstimo da troika está todo destinado à banca e nenhum daquele montante está previsto para o aumento da produção, a criação de emprego ou a melhoria dos serviços sociais. «Querem extorquir ainda mais as populações», avisou, garantindo que «o povo lutará contra quem assine pactos, abdicando da independência e da soberania nacional».

 

Hora de dizer basta

 

O cabeça de lista pelo distrito do Porto e deputado do PCP, Honório Novo, considerou que «é hora de dizer basta a 35 anos de políticas de direita e de governos que afundaram o nosso distrito e a nossa região».

Acusando o PS, o PSD e o CDS de pretenderem «comprometer, de forma criminosa, o nosso futuro colectivo e soberano, aceitando o programa imposto pelo FMI», responsabilizou-os por «tentarem destruir muitos dos direitos e garantias conquistados pelo nosso povo».

«Nunca o investimento público na região foi tão baixo», salientou Honório Novo, explicando que desses cortes resultou a paralisação da rede do Metro; a anulação do concurso da linha da Trofa; o adiamento dos hospitais da Póvoa/Vila do Conde e de Gaia; o «esquecimento» do Tribunal da Maia e o desaparecimento do Campus de Justiça; na suspensão das plataformas logísticas de Leixões e de Maia/Trofa; no desprezo pela recuperação do património habitacional e pela despoluição do Douro, do Tâmega ou do Ave. Também não esqueceu «a destruição da capacidade produtiva no têxtil, no couro, na construção civil, na metalurgia, na madeira, na cortiça, nas conservas», e «as dificuldades de sobrevivência do comércio local».

 

Responsabilizar culpados

 

«Esta crise tem responsáveis e não podemos deixar que a culpa morra solteira» considerou, na sua intervenção, o deputado e candidato pelo Partido Ecologista «Os Verdes», José Luís Ferreira, salientando que «é necessário penalizar quem aprovou os orçamentos do Estado e os PEC, provocando mais desigualdades». Acusou o Governo e a direita de remeterem «para segundo plano o ambiente, atrás dos interesses económicos», e criticou duramente a intenção de privatização da água. Pôr as populações e os seus direitos no centro das prioridades governativas é garantia exclusivamente dada ao eleitorado pela CDU, frisou.

Por seu lado, o presidente da Intervenção Democrática (ID), João Corregedor da Fonseca, responsabilizou o PS e a direita pelo acentuar da crise e salientou que «as propostas realistas da CDU são um contributo muito sério para uma verdadeira alternativa» à política de direita praticada nos últimos 35 anos.

 

Dinheiro há

 

«Não viramos as costas à população e damos voz a quem não a tem», salientou o vereador da CDU pelo Porto, Rui Sá, na sua intervenção, dando exemplos ocorridos naquele município, governado pelo PSD e o CDS, que comprovam a entrega de recursos públicos a interesses privados, empobrecendo o povo e o País.

Rui Sá lembrou o brutal aumento das rendas nos bairros sociais; o acréscimo de encargos públicos de mais de mil milhões de euros em resultado da concessão, a privados, de serviços camarários de limpeza; o encerramento do mercado do Bom Sucesso; os «três milhões de euros em dinheiros públicos que se vão gastar, nos próximos dois fins-de-semana, com as corridas na Rua da Boavista», ou a criação de «jobs for the boys» em cargos de gestão nas empresas municipais, com chorudos ordenados. «O PS também concorda com a destruição do Bairro do Aleixo», salientou Rui Sá, considerando ser hora de votar na única força política alternativa que não defrauda o voto dos eleitores.

 

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Forte desfile da CDU

 

Mais de cinco mil apoiantes demonstraram no desfile que percorreu as ruas do Porto, do Largo da Cordoaria ao Cais da Estiva, que a CDU é uma força em crescimento e que «o FMI não manda aqui».

Ao início da tarde começaram a concentrar-se os apoiantes no Largo da Cordoaria, junto aos Clérigos, de onde arrancaram, entre palavras de ordem como «o FMI não manda aqui», e outras de apoio à CDU, com a Orquestra Ligeira de São Pedro da Cova à frente, a animar o desfile.

Caminhando ao som de «A Internacional», do «Hino do MFA», de «Venceremos», «Vozes ao alto» e da «Carvalhesa», o desfile recebeu apoio e palavras de ânimo de muitos transeuntes, moradores e lojistas, alguns acenando das janelas, outros juntando-se ao mar colorido de bandeiras das forças que integram a Coligação.

«O povo português tem, no dia 5 de Junho uma grande oportunidade para começar a construir um processo de ruptura e de mudança, por uma política patriótica e de esquerda», lembrou Jerónimo de Sousa, falando aos jornalistas a meio do desfile. «As derrotas não nos desanimam e as vitórias não nos descansam», afirmou, considerando que estas eleições são «uma oportunidade para o povo decidir entre o programa da troika, comum aos três partidos, PS, PSD e CDS, e o de uma força que apresenta um programa e uma política alternativa que evite o caminho do desastre».

 

Visita a Caxinas

 

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No dia 20 de Maio, os candidatos pelo círculo do Porto Honório Novo e Jorge Machado visitaram Caxinas, em Vila Conde, onde estabeleceram contacto com os comerciantes e com a população. No decorrer da visita deram a conhecer os principais aspectos do programa do FMI, subscrito por PS, PSD e CDS-PP, e as consequências das medidas acordadas, que inevitavelmente terão repercussões negativas para a vida dos portugueses.

O impacto negativo das portagens na ex-scut A28, para a economia e trabalhadores da região; a abertura das grandes superfícies ao domingo e as consequências nefastas para o comércio local; a construção de um porto de pesca para apoio à actividade local e a construção de um Heliporto na Póvoa, foram alguns dos temas abordados nos contactos com a população.



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Ao recusar os «actos de submissão que tentam aprisionar a vontade soberana do nosso povo, como aquele que sem brio e sem dignidade patriótica PS, PSD e CDS pretendem concretizar no pacto com o FMI e a União Europeia», a CDU assume-se como o garante da independência e da soberania nacionais, afirmou Jerónimo de Sousa no domingo, num comício realizado em Lisboa.

Um exemplo que dá força para a luta de hoje

Catarina Eufémia foi assassinada em 19 de Maio de 1954 quando encabeçava uma delegação de operárias agrícolas que reclamavam do agrário pão e trabalho – uma luta que permanece actual, afirmou Jerónimo de Sousa na homenagem à heroína popular realizada no domingo em Baleizão, onde realçou que o seu exemplo dá «ânimo, força e coragem» para os exigentes combates que hoje travamos.

O voto que não trai

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