Organizações regionais

O melhor de todo o País e das lutas

Luís Gomes


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Com o dé­fice ali­mentar a agravar-se ao ponto de com­pro­meter as­pectos es­sen­ciais de so­be­rania na­ci­onal, as or­ga­ni­za­ções re­gi­o­nais do Par­tido le­varam à Festa o que de me­lhor se cria, produz e faz em cada re­gião. De­mons­trou-se que o País tem todas as con­di­ções para pro­duzir e criar em­pregos, como se sa­li­entou nas pro­postas, ac­ções e re­tros­pec­tivas de lutas das po­pu­la­ções ex­postas em cada es­paço, sempre com o PCP como seu mais fiel aliado.

A de­fesa da pro­dução na­ci­onal e dos ser­viços pú­blicos, o com­bate às pri­va­ti­za­ções e as pro­postas e ac­ções do Par­tido des­ta­cando as as­sem­bleias re­gi­o­nais de or­ga­ni­zação ocor­ridas este ano foram os grandes temas ex­postos a de­corar os es­paços re­gi­o­nais.

A me­lhor gas­tro­nomia, o ar­te­sa­nato ge­nuíno, de­bates e es­pec­tá­culos de­mons­traram as po­ten­ci­a­li­dades da ca­pa­ci­dade pro­du­tiva na­ci­onal, des­pre­zada em todas as suas ver­tentes pelos par­tidos que pra­ticam a po­lí­tica de di­reita.

Ao cimo da su­bida que ir­rompe após a en­trada na Festa pela Me­di­deira, o vi­si­tante de­pa­rava-se com um es­paço em tons azuis e uma de­co­ração cui­dada onde se sa­li­en­tava a ne­ces­si­dade de o povo da re­gião de San­tarém estar «Com o PCP por uma po­lí­tica pa­trió­tica e de es­querda», porque este é o «Par­tido da li­ber­dade, da de­mo­cracia e do so­ci­a­lismo». Uma ho­me­nagem a Álvaro Cu­nhal através de uma sua imagem com uma frase enal­te­cendo o ideal co­mu­nista des­ta­cava-se, ao alto. Após ul­tra­passar o balcão dos doces, bolos e so­bre­mesas adi­vi­nhava-se - indo-se através de um atra­ente odor à tí­pica sopa da pedra e ao caldo de peixe - um es­paço de res­tau­rante sempre con­cor­rido, e um palco por onde passou mú­sica por­tu­guesa, tra­di­ci­onal e con­tem­po­rânea, al­ter­nada por mo­mentos de po­esia, bandas novas da re­gião, fado e muita ani­mação. Também não faltou um en­tu­siás­tico mo­mento de so­li­da­ri­e­dade com o povo pa­les­ti­niano.


Com­bater a de­ser­ti­fi­cação


Por de­trás do Es­paço Emi­gração, Bra­gança e o nor­deste tras­mon­tano apre­sen­tavam a posta mi­ran­desa e a co­zinha re­gi­onal, junto à qual es­teve ex­posto um con­junto de fo­to­gra­fias de rostos da re­gião. Eram «rostos es­cul­pidos pelo si­lêncio, onde re­sistem por de­trás dos montes», ex­pli­cava um poema gra­vado na pa­rede, se­guido de um mural com um gai­teiro e um ca­reto.

Logo a se­guir, Viseu re­gressou com o seu «res­tau­rante O ma­lha­di­nhas» onde a vi­tela arou­quesa, os queijos, os pre­suntos e as ca­vacas, junto a uma «ta­berna beirã», mesmo ao lado do apelo para se sa­bo­rear o licor de cho­co­late e a que se subs­cre­vesse o abaixo-as­si­nado contra as por­ta­gens nas A23, A24 e A25, sendo re­cor­dado, em ex­po­sição, sobre as graves con­sequên­cias que terá o en­cer­ra­mento de es­colas. A mostra também sa­li­entou a ne­ces­si­dade de se «Re­forçar o Par­tido, lutar pelo de­sen­vol­vi­mento do dis­trito, re­crutar, or­ga­nizar, in­tervir», «Em de­fesa da agri­cul­tura e do mundo rural».

Mais atrás, junto ao es­paço re­cinto des­por­tivo surgia a Ma­deira que se des­co­bria de longe graças ao cheiro das es­pe­tadas ser­vidas com o bolo do caco, a poncha e cock­tais à al­tura da Festa que é do povo. Re­cordou-se a ca­tás­trofe vi­vida a 20 de Fe­ve­reiro pelo povo ma­dei­rense, sa­li­en­tando-se as res­pon­sa­bi­li­dades do Go­verno Re­gi­onal sobre este grave acon­te­ci­mento, a par da ca­tás­trofe na­tural. Ali se de­mons­trou como o PCP avisou atem­pa­da­mente sobre as con­sequên­cias que te­riam as obras e ha­bi­ta­ções feitas em leito de rio, e lem­braram-se as co­ra­josas pro­postas dos co­mu­nistas ma­dei­renses, ig­no­radas pelo Go­verno Re­gi­onal mas que ga­ran­ti­riam que a ca­tás­trofe não se re­pita.

Pouco mais abaixo, Cas­telo Branco e Guarda foi uma re­gião dis­tinta pelos cheiros dos pre­suntos e dos queijos num es­paço en­ga­la­nado com ramas de ce­bolas, de alhos e de lou­reiro pen­du­radas no tecto. Nas pa­redes re­cordou-se a luta do «PCP na de­fesa dos ser­viços pú­blicos, pelo res­peito por di­reitos», frases com­ple­tadas por uma de­mons­tração fo­to­grá­fica su­bor­di­nada às ac­ções do Par­tido, este ano, lem­brando-se que «A luta de massas é o ca­minho» e a ne­ces­si­dade de se re­pu­diar as pri­va­ti­za­ções.

Che­gando ao fim da des­cida e na es­quina do largo do Palco 25 de Abril, do lado di­reito, Leiria apre­sentou uma fa­chada com bo­nitos panos su­bor­di­nados à ne­ces­si­dade de se de­sen­volver a agri­cul­tura, a in­dús­tria vi­dreira e o sector pro­du­tivo re­gi­onal, sa­li­en­tando-se a ne­ces­si­dade de se lutar «Com o PCP contra as in­jus­tiças, por uma vida me­lhor, pelo so­ci­a­lismo», e de se «De­sen­volver o sector pro­du­tivo e de­fender os di­reitos dos tra­ba­lha­dores». Lem­brando o po­ten­cial pro­du­tivo des­pre­zado por su­ces­sivos go­vernos, o vidro da Ma­rinha Grande marcou pre­sença as­si­na­lável, em pa­vi­lhões junto da do­çaria que serviu pe­quenos-al­moços. No res­tau­rante, atraia uma frase sobre a ce­râ­mica Bor­dallo Pi­nheiro, onde se re­cordou que aquele pa­tri­mónio cul­tural foi «Salvo com a luta dos tra­ba­lha­dores», e outra onde se re­cor­dava que «A câ­mara do PS agrava a vida dos ma­ri­nhenses», a pro­pó­sito de um «brutal au­mento de taxas au­tár­quicas. A luta pela ma­nu­tenção e me­lho­rias na linha fer­ro­viária do Oeste era re­cor­dada num painel onde se lembra a luta dos tra­ba­lha­dores do dis­trito. Ocor­reram con­fe­rên­cias sobre «O vidro e o seu con­tri­buto his­tó­rico no mo­vi­mento ar­tís­tico, po­diam ad­quirir-se peças de ce­râ­mica únicas de Fer­nando Es­pe­rança, de­co­radas com Che Gue­vara ou Lé­nine. Sempre con­cor­rido foi o stand do vidro, onde o mestre Ma­nuel Cra­veira de­mons­trou como se tra­balha aquela arte. Pe­niche voltou a trazer a sar­dinha as­sada num balcão de­co­rado com redes de pesca e bóias, e a luta pelo re­co­nhe­ci­mento das Ber­lengas como uma das ma­ra­vi­lhas na­tu­rais do País.

No mesmo largo, Viana do Cas­telo apre­sentou-se com um balcão que atraía pelas gar­ridas cores dos tí­picos xailes, os têx­teis e o ar­te­sa­nato, al­ter­nados com pro­dutos re­gi­o­nais, panos e brin­quedos tra­di­ci­o­nais. Um es­pa­çoso res­tau­rante serviu o arroz de sar­ra­bulho e os pro­dutos de Viana em pa­redes com lu­mi­nosos de­se­nhos e efeitos tí­picos do ar­te­sa­nato re­gi­onal. Ali pa­ravam re­gu­lar­mente os bombos de Darque, a animar o con­vívio entre pai­néis onde se re­cordou a ac­ti­vi­dade do PCP na re­gião, o com­bate às pri­va­ti­za­ções e a luta em de­fesa dos es­ta­leiros na­vais, bem como a luta contra as por­ta­gens nas SCUT.


Ca­ri­ca­turas e luta de classes


Vol­tando ao cimo da rua ín­greme, mas agora do lado es­querdo, abaixo do Es­paço Emi­gração e do Es­paço Mu­lher des­co­bria-se Coimbra. De­co­rada com de­se­nhos e ca­ri­ca­turas da im­prensa sa­tí­rica do início do sé­culo, as­si­nalou-se o 100.º ani­ver­sário da Re­pú­blica com có­pias de pri­meiras pá­ginas de mestre Bor­dallo na re­vista «A pa­ródia» ao lado do Zé fer­rugem e ou­tras ca­ri­ca­turas que mar­caram a im­prensa re­vo­lu­ci­o­nária co­mu­nista de­pois do 25 de Abril de 1974. No ca­minho do res­tau­rante da cha­fana, uma evo­cação a Álvaro Cu­nhal, através de uma frase re­ti­rada da sua obra «O ar­tista e a so­ci­e­dade». Um outro con­junto de bo­nitos mu­rais onde a ca­ri­ca­tura re­pre­sentou o an­ta­go­nismo da vida entre po­bres e ricos e entre ho­mens e mu­lheres, no con­texto da luta de classes, em­be­lezou o es­paço.

Se­guia-se Braga com todo o seu ar­te­sa­nato, fi­li­grana e brin­quedos tra­di­ci­o­nais à en­trada do es­paço. Em faixas es­tavam re­tros­pec­tivas das lutas de­sen­vol­vidas no dis­trito, com o apoio do PCP, lem­brou-se a ne­ces­si­dade de se de­fender as va­lên­cias do Ser­viço Na­ci­onal de Saúde e a sua qua­li­dade, «Sempre com quem tra­balha e com quem pre­cisa».

No largo do Palco 25 de Abril, saíram as fri­gi­deiras e o ba­ca­lhau à Braga, bem como a do­çaria re­gi­onal onde não fal­taram papos de anjo, fo­lha­di­nhos de Fão, ca­sa­di­nhos, cla­ri­nhas de Fão, barcas do Cá­vado, condes de Bar­çelos ou cha­rutos de be­zerra, entre ou­tras açu­ca­radas gu­lo­seimas como o pão-de-ló.

Atrás de Braga des­co­bria-se Vila Real. Ali se expôs a vida do herói co­mu­nista e re­sis­tente an­ti­fas­cista, Mi­litão Ri­beiro, so­bre­vi­vente do Tar­rafal e as­sas­si­nado pela PIDE, por falta de as­sis­tência mé­dica, a 2 de Ja­neiro de 1950, re­cor­dando numa foto como, ven­cendo o medo e ve­ladas ame­aças, o povo de Murça com­pa­receu em massa ao fu­neral deste com­ba­tente da li­ber­dade.

A fei­joada tras­mon­tana, os ca­nelos e os vi­nhos, com ca­vacas e doces re­gi­o­nais de­li­ci­aram os vi­si­tantes.

Em frente do Palco 25 de Abril, lem­brando que a «Edu­cação, Saúde e Tra­balho são di­reitos uni­ver­sais», o Al­garve apre­sentou-se em for­mato de casa tí­pica com pai­néis nas ja­nelas a re­cordar como o de­sem­prego na re­gião é o mais alto do País, a luta dos tra­ba­lha­dores e a ne­ces­si­dade de se­guirmos «Avante! Por um PCP mais forte». De­pois da ma­ris­queira, os doces mai­o­ri­ta­ri­a­mente de amên­doas po­diam ser apre­ci­ados entre cock­tails que ma­taram a sede a muitos e bancas com todo o ar­te­sa­nato da re­gião.

Se­guindo pela rua cen­tral da Festa, a ca­minho da praça do lago des­co­bria-se os Açores com um mural pin­tado a lem­brar as furnas e onde os ca­ma­radas não ti­veram mãos a medir para ser­virem as sandes de queijo da ilha, o polvo à aço­riana, os bifes de al­ba­cora, os li­cores, os ana­nases e uma vasta gama de pro­dutos pro­ve­ni­entes do ar­qui­pé­lago.


Por uma nova re­forma agrária


Um longo cor­redor co­berto cheio de mesas para re­feição, com um palco ao meio marcou a im­po­nente pre­sença do Alen­tejo na Festa cuja fa­chada, no largo cen­tral, lem­brava a ne­ces­si­dade de se pros­se­guir com «A mesma luta de sempre, nova re­forma agrária!». Uma ex­po­sição lem­brou a dura luta do povo alen­te­jano pela pro­pri­e­dade co­lec­tiva da terra, as con­sequên­cias da des­truição das UCP co­o­pe­ra­tivas e do sector pro­du­tivo ali­mentar. Com pa­redes de fa­chada cui­da­do­sa­mente de­co­radas ao longo da ave­nida cen­tral até ao Palco 25 de Abril, o es­paço lem­brou como o fu­turo e tra­dição são res­pei­tados no pro­jecto do PCP. No palco, di­ante do enorme es­paço-res­tau­rante onde não faltou ne­nhum prato ou pe­tisco alen­te­jano, foram-se su­ce­dendo can­tares re­gi­o­nais, in­ter­ven­ções en­tu­siás­ticas e dois de­bates su­bor­di­nados à luta pela cri­ação de um banco de terras que con­cre­tize a nova re­forma agrária e trave o acen­tuar da de­ser­ti­fi­cação e a des­truição da pro­dução agrí­cola. «Com­bater o dé­fice ali­mentar» foi o tema de um se­gundo de­bate.

Atra­ves­sando o lago, no sen­tido da en­trada da Festa pela Quinta da Prin­cesa surgia Lisboa, com altas torres de­co­radas com panos im­pressos com fo­to­gra­fias das lutas mais im­por­tantes deste ano. Num mural com si­lhu­etas de pu­nhos er­guidos lia-se que os co­mu­nistas da ca­pital estão «Na luta por Abril, Pelo so­ci­a­lismo». Os stands «Sai-sempre», «feira da ladra», li­vros e cra­chats em se­gunda mão e em pri­meira, o «Só frutas», a ham­bur­gueria e a piz­zaria en­con­travam-se entre de­co­ra­ções que de­nun­ci­aram a po­lí­tica de di­reita do Go­verno PS, e as suas con­sequên­cias para os tra­ba­lha­dores do dis­trito. Enal­te­ceram-se as lutas de­sen­vol­vidas du­rante o ano através de fotos e pin­turas, es­pa­lhadas pelas pa­redes dos res­tau­rantes onde se pôde provar toda a gas­tro­nomia do dis­trito.

Junto ao lago ar­ti­fi­cial, os ca­ma­radas de Cas­cais as­se­gu­raram no­va­mente o fun­ci­o­na­mento do apra­zível res­tau­rante-es­pla­nada mais pró­ximo do rio Tejo em toda a Festa.

Quem en­trou na Festa, pela en­trada da Quinta da Prin­cesa des­co­bria, como pri­meira re­gião a vi­sitar, Aveiro com um con­junto de mu­rais cui­dados e muito co­lo­ridos. Num es­paço pró­prio, à en­trada do res­tau­rante do leitão à Bair­rada, podia subs­crever-se o abaixo-as­si­nado em de­fesa da linha fer­ro­viária do Vale do Vouga e guardar um fo­lheto junto da ex­po­sição que as­si­nalou os 100 anos da­quela linha. Noutro es­paço para o efeito, a ex­po­sição po­lí­tica sa­li­entou a ne­ces­si­dade do «Re­forço do Par­tido» e do re­co­nhe­ci­mento das suas pro­postas, entre ima­gens da luta de massas de­sen­vol­vida este ano no dis­trito, nos lo­cais de tra­balho, com e junto das po­pu­la­ções. Também foi re­ve­lada a grave si­tu­ação eco­nó­mica e so­cial em que se en­contra o dis­trito por culpa de su­ces­sivos go­vernos pra­ti­cantes da po­lí­tica de di­reita. A ali­ciar gu­losos, lá es­tavam os ovos moles e os va­ri­ados doces do dis­trito avei­rense.


Re­forçar as bases e o Par­tido


Ao longo da ar­téria cen­tral e até à praça cen­tral dos es­pe­lhos de água,
Se­túbal apre­sentou-se em tons de ver­melho e ama­relo numa com­prida pa­rede onde ia sur­gindo uma roda den­tada e onde se lia «PCP, par­tido da li­ber­dade, da de­mo­cracia e do so­ci­a­lismo». Por de­trás de uma es­cul­tura em ferro, sim­bo­li­zando um homem e uma mu­lher, um es­paço para a ex­po­sição po­lí­tica sa­li­entou a ne­ces­si­dade de uma re­forma agrária que ga­ranta e po­tencie a pro­dução agrí­cola na­ci­onal, e re­feriu-se «a im­por­tância da cri­ação de or­ga­ni­za­ções de base, do PCP, nos lo­cais de tra­balho» e re­a­fir­mando-se as pro­postas do Par­tido para a po­pu­lação do dis­trito de mai­oria CDU.

A en­volver o es­paço, pai­néis ex­pu­seram re­tratos re­la­tivos ao pa­tri­mónio na­tural da re­gião, com a serra da Ar­rá­bida em des­taque, rei­vin­di­cando-a como pa­tri­mónio da Hu­ma­ni­dade, contra o adi­a­mento de in­ves­ti­mentos pú­blicos es­sen­ciais ao de­sen­vol­vi­mento do dis­trito, a re­vo­lução re­pu­bli­cana de 1910, tendo-se também re­cor­dado a cor­ti­ceira sei­xa­lense Mundet, como exemplo da des­truição do apa­relho pro­du­tivo e da aguer­rida luta dos tra­ba­lha­dores pelos seus di­reitos, pela pro­dução na­ci­onal, contra as pri­va­ti­za­ções. Com uma oferta que foi do ar­te­sa­nato ao bar da cé­lula dos tra­ba­lha­dores co­mu­nistas na Au­to­eu­ropa, «O Faísca», do choco frito ao mos­catel, pas­sando pelos ma­riscos e pes­cados va­ri­ados e ou­tras de­lí­cias, o es­paço de Se­túbal atraiu mi­lhares, também através de um palco que é cada vez mais de re­fe­rência. Ali pas­saram ani­ma­ções cul­tu­rais, muita mú­sica, pa­lhaços, ate­liers de pin­tura de faces, grupos co­rais e bandas por­tu­guesas a con­vidar à dança. A de­corar o palco es­teve uma enorme fo­to­grafia de Mi­chel Gi­a­co­metti, o ma­lo­grado ca­ma­rada corso aquem se deve uma das mais im­por­tantes re­co­lhas et­no­grá­ficas feita no País. Também ali se de­bateu «O re­forço or­gâ­nico do Par­tido, luta e ob­jec­tivos dos co­mu­nistas» e a «Pro­dução na­ci­onal ao ser­viço da re­gião, do povo e do País».

De­pois dos es­pe­lhos de água, no centro da festa, logo de­pois do Pa­vi­lhão Cen­tral, surgia o Porto. Entre tripas e «fran­ce­si­nhas» lem­brou-se a ne­ces­si­dade de se de­fender a Serra de Santa Justa, o com­bate às pri­va­ti­za­ções e re­cordou-se a par­ti­ci­pação do Par­tido em todas as lutas no dis­trito em de­fesa das po­pu­la­ções e dos di­reitos dos tra­ba­lha­dores. Num grande mapa com a ci­dade do Porto, as­si­na­lavam-se as graves con­sequên­cias dos úl­timos «8 anos de po­lí­tica de di­reita», apon­tando os vá­rios aten­tados à ci­dade de­sen­vol­vidos pelo exe­cu­tivo ca­ma­rário PSD, e apre­sen­tando o PCP como al­ter­na­tiva «Com os tra­ba­lha­dores e o povo, por Abril, pelo so­ci­a­lismo». O ar­te­sa­nato, a es­tam­pagem de t-shirts e os pro­dutos re­gi­o­nais deram cor e en­ri­que­ceram bas­tante este es­paço re­gi­onal.

Para o ano há mais e todos estão con­vi­dados, até porque, se­gundo um jovem vi­si­tante ca­ma­rada, «não ir à Festa pode re­sultar em que­bras acen­tu­adas na ca­pa­ci­dade pro­du­tiva dos tra­ba­lha­dores», afirmou iro­ni­ca­mente, re­cor­dando como num ano em que não foi à Quinta da Ata­laia para poder es­tudar, os re­sul­tados nos exames foram de­sas­trosos. Por via das dú­vidas, o me­lhor mesmo é nunca faltar.



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Este é o caminho!

Há 20 anos atrás, algures neste terreno da Atalaia, quando o camarada Álvaro Cunhal anunciou a abertura da 24.ª edição da Festa do «Avante!», ecoou espontaneamente a palavra «É nosso!». Um sentimento forte e emotivo de...

Os fotógrafos da Festa

André Santos Ângela Bordalo Bento Machado Bruno Marques Da Maia Nogueira Fernando Teixeira Inês Seixas Jaime Carita Jorge Cabral Jorge Caria José Frade Luís Pó Nuno Pena Rogério...

Quando a Festa pulsou mais forte

No pulsar intenso da Festa do Avante! o comício de domingo à tarde ganhou um lugar muito especial. Emoção, atenção e participação uniram dezenas de milhares de pessoas em torno de saudações, críticas,...

Inevitável é a luta dos jovens

  Saudamos os milhares de camaradas e amigos que mais uma vez marcaram presença na Festa do Avante!, transformando a Quinta da Atalaia num mar de alegria, solidariedade, determinação, camaradagem e de luta, de muita luta. É o mar humano mais bonito de se...

Sempre maior e mais bonita<br>não há Festa como esta

Cá estamos, mais uma vez, no grande comício de encerramento da nossa Festa do Avante!. Por isso, cá estamos, mais uma vez, a saudar quem deve ser saudado. Em primeiro lugar, os construtores da Festa, os militantes do Partido e da JCP e os muitos amigos do Partido que,...

Vencendo adversidades e obstáculos<br>lutamos com confiança

No limiar do encerramento desta 34.ª Festa do Avante! permitam-me que saúde todos aqueles que a projectaram, construíram, realizaram e nela participaram, contribuindo assim para o seu êxito e a reafirmação de estarmos perante o maior acontecimento...

O melhor público do mundo!

Já se escreveu por mais de uma vez que o público da Festa é diferente – exigente, sim, mas generoso, entregando-se a cada espectáculo com uma imensa devoção e reconhecimento, quer se trate de artistas famosos ou de talentos pouco conhecidos....

Beber a água na fonte

No que à chamada música erudita diz respeito, o imenso espaço fronteiro ao Palco 25 de Abril é seguramente a mais insólita – e irreverente – sala de concertos. Descontados os músicos, que ali se apresentam trajados a rigor, tudo o mais...

Viagens musicais

Um palco, três dias, 18 concertos, que corresponderam a igual número de horas, marcaram a programação do Auditório 1.º de Maio, um sucesso mais do que provado, que contou com a actuação de bandas de todo o mundo, nomeadamente de Portugal....

O palco e a realidade

Combinando o trabalho de nomes consagrados com projectos de jovens artistas, de companhias das grandes áreas urbanas com grupos do interior do País, o Avanteatro transmite-nos o pulsar das artes de palco, as tendências, temáticas e preocupações dos...