Não se pense, no entanto, que a criação poética de O’Neill se divorcia completamente do surrealismo, a esse impulso inicial voltará por fases, embora a realidade do país, essa pequena dor à portuguesa, lhe exija um mais atento envolvimento denunciador, como acontece no poema Um Adeus Português: Não podes ficar nesta cama comigo/em trânsito mortal até ao dia sórdido/canino/policial,/Não podesficar presa comigo/à pequena dor que cada um de nós/traz docemente pela mão/a esta pequena dor à portuguesa/tão mansa quase vegetal,/ Não mereces esta roda de náusea em que giramos/até à idiotia/esta pequena morte/e o seu minucioso e porco ritual.