Campanha ganha energia redobrada com mais apoio dos trabalhadores
A 11 dias das eleições legislativas de 30 de Janeiro, a caravana da CDU seguiu viagem para junto dos trabalhadores da Exide Technologies (ex-Tudor), em Castanheira do Ribatejo, um bom exemplo de que vale a pena lutar.
Defender os interesses de quem trabalha
Firmes na defesa dos seus legítimos interesses, estes trabalhadores têm realizado diversas acções de luta, ao longo dos tempos e durante esta epidemia, pela melhoria das suas condições de vida e de trabalho. João Oliveira, da Comissão Política do PCP e candidato da CDU, recebeu, logo após a sua chegada, o apoio – que continua a crescer – de 143 trabalhadores daquela empresa.
«Nós (CDU) conhecemos bem a luta que aqui tiveram que travar para conseguir aumentos nos salários e nos subsídios», bem como «respostas» a «problemas concretos», acentuou de um «palco» improvisado o dirigente comunista, dirigindo um sincero «abraço solidário» a todos eles. Assumiu depois o compromisso de a CDU tudo fazer na Assembleia da República (AR) para continuar a defender os interesses de quem trabalha.
«Vocês sabem que depois das eleições vamos continuar lá, na AR, a batermo-nos pelos vossos interesses: na redução do horário de trabalho para as 35 horas semanais, na melhoria das condições de trabalho, na articulação dos horários de trabalho com a vida pessoal, no reconhecimento das condições de risco da profissão, que têm que ter consequência na protecção dos trabalhadores em termos de doenças profissionais, acidentes de trabalho e no acesso à reforma», acentuou João Oliveira, apelando: «Queremos ser a força que decide» após as eleições legislativas, mas, para isso, «precisamos de mais força».
Aos jornalistas, o dirigente comunista reforçou que «as maiorias absolutas não têm dado resposta aos problemas dos trabalhadores». Para ilustrar a situação, utilizou a expressão popular: «Gato escaldado de água fria tem medo».
A elevação do salário mínimo nacional para 850 euros a curto prazo, fixando o seu valor em 800 euros durante o ano de 2022; o combate à desregulação de horários; a revogação das normas gravosas do Código de Trabalho; o combate à precariedade, são outras propostas da CDU.
Apoiar os MPME
O dia de campanha terminou em Loures, com um comício no Pavilhão da Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários, sob o lema «Força decisiva. Ao teu lado todos os dias», que contou com as intervenções de Duarte Alves, candidato pelo círculo eleitoral de Lisboa, e João Oliveira.
Antes e perante uma plateia repleta de força, confiança e determinação, actuaram Tiago Santos e Sofia Lisboa, que trouxeram um belo repertório de músicas de intervenção. «Bandeiras de unidade» foi um desses temas, onde se afirma: «Avançar é preciso; andar para trás não!».
Na sala mais de 200 pessoas – candidatos, activistas e amigos da CDU – assumiram reivindicações cada vez mais actuais: mais salários, direito à habitação, salvar o Serviço Nacional de Saúde, mais salários, melhores serviços públicos. Presentes na sala estiveram, também, Mariana Silva, candidata da CDU e dos organismos executivos do Partido Ecologista «Os Verdes», Bernardino Soares, mandatário distrital da lista, Deolinda Machado, também candidata, e João Geraldes, da Associação Intervenção Democrática, apresentados por Fernanda Santos, da Comissão Concelhia de Loures do PCP.
Uma das ideias centrais da acção passou pela necessidade de dar resposta aos problemas das mais de um milhão e 200 mil micro, pequenas e médias empresas (MPME), espaço económico e social de mais de três milhões de pessoas, representando 85,8 por cento do total de trabalhadores a nível nacional. Acentuada foi, por isso, a necessidade de assumir o aumento geral dos salários para dinamizar o mercado interno, estimular a actividade económica e a produção, garantindo a sobrevivência das MPME. Desagravar a tributação sobre o trabalho e as MPME foi outra das ideias avançadas.
Duarte Alves avançou com outras propostas, entre as quais: enfrentar os privilégios fiscais do grande capital e desagravar a tributação sobre o trabalho e as MPME; garantir a tributação do património mobiliário; desagravar a tributação sobre os rendimentos mais baixos e intermédios no IRS, nomeadamente aumentando o número de escalões, o valor do mínimo de existência e da dedução específica; reduzir o peso dos impostos indirectos – os mais injustos socialmente – no conjunto da receita, nomeadamente repondo o IVA sobre a electricidade e o gás nos 6 por cento, a mesma taxa para o gás de botija/GPL e acabando com a dupla tributação nos combustíveis e o adicional do ISP.
De seguida, João Oliveira acusou PSD, CDS e PS de tocarem a mesma «música» no que diz respeito a privatizar o que ainda sobra de empresas estratégicas para o povo e o País, referindo-se à TAP, à Caixa Geral de Depósitos e às Águas de Portugal, e considerou «curioso» que aqueles que privatizaram empresas como a EDP, a PT, a GALP, os CTT e a BRISA se mostrem «preocupados» com os MPME quando se fala em aumentar os salários – que representam 15 por cento da totalidade dos custos – e nunca quando estas empresas estratégicas aumentam desmesuradamente os preços da energia, dos combustíveis ou das telecomunicações.
Na sua intervenção, denunciou ainda o «engodo» do PSD para tentar ganhar votos, quando promete a baixa da taxa do IVA, mas votou contra a proposta do PCP para repor a taxa inicial (13 por cento, em vez dos actuais 23 por cento). O mesmo partido rejeitou a proposta apresentada pelos deputados comunistas para que o IVA das bebidas na restauração voltasse à taxa intermédia, em vez da taxa máxima.
Neste sentido, João Oliveira apelou ao voto na CDU, o «único» que garante que no dia 31 de Janeiro não haverá um governo do PSD e de «outros primos da direita» ou um executivo de entendimento entre PS e PSD.