Luta para valorizar os trabalhadores ergue-se contra mais exploração
Em vários debates no Fórum e no Auditório foi salientada a importância da intervenção do PCP para estimular a organização, a unidade e a luta dos trabalhadores, a forma mais poderosa de resistência ao capital e à sua intrínseca tendência para intensificar a exploração.
Esta foi a matéria principal no debate «Combater a exploração e a manipulação: Valorizar o trabalho e os trabalhadores», com Francisco Lopes, Armindo Miranda, Diana Ferreira e Dinis Lourenço.
A exploração dos trabalhadores, como foi salientado, faz parte da natureza do próprio sistema capitalista. A manipulação da informação, no quadro de uma ofensiva ideológica muito grande, é estratégia do capital para ocultar esse objectivo explorador e as consequências da exploração.
A epidemia de COVID-19 está a ser aproveitada pelo capital, apropriando-se de verbas públicas, atacando a contratação colectiva e promovendo despedimentos, para substituir trabalhadores efectivos por outros com vínculos precários e mais desprotegidos.
Os objectivos do capital são facilitados pelas alterações gravosas da legislação laboral, que precisam de ser revogadas.
O PCP defende um aumento significativo dos salários e, como partido da classe operária e de todos os trabalhadores – e a voz destes no Parlamento –, estimula o desenvolvimento da organização, da unidade e da luta, concentrando nas empresas o essencial das suas energias, para aumentar a consciência da condição de explorados. Mas o fim da exploração só será possível reforçando o PCP e prosseguindo os objectivos programáticos do Partido.
A classe dominante usa o racismo para promover a divisão dos trabalhadores, como foi denunciado no debate «Combater o racismo e a xenofobia – Lutar contra a exploração», com Rui Braga, Octávio Augusto, Bruno Dias e Seyne Torres.
O Partido, numa acção que vem de longe, faz do combate ao racismo uma frente importante da luta pela transformação da sociedade.
Foi recordado como a URSS, primeiro país socialista, foi também o primeiro Estado a criminalizar o racismo. E foi refutado o recurso a «processos extraordinários de regularização», para ter mão-de-obra estrangeira.
Também a política de «descarbonização» da produção é determinada pelos interesses da classe que comanda esse processo, como se realçou no debate «Produção Nacional – Por um Portugal com Futuro», com João Frazão, Agostinho Lopes e Manuel Gouveia e Demétrio Alves.
A exacerbação das alterações climáticas serve para justificar a opção pela «descarbonização» como um negócio, que até às petrolíferas dá dinheiro. Tal opção, agravada com a submissão do Governo à União Europeia, contribui para a destruição do aparelho produtivo nacional, como sucede no caso atroz da refinaria do Porto da Petrogal, ou com o ruído levantado em torno do consumo de carne de vaca.
O Serviço Nacional de Saúde público, geral, universal e gratuito, foi obra dos trabalhadores da Saúde, nasceu do impulso revolucionário de Abril e ficou na Constituição, em 1976, porque já havia uma realidade implantada no terreno. Este facto foi salientado no debate «Mais SNS, mais e melhor Saúde», com Jorge Pires e Gonçalo Oliveira, Paula Santos, Isabel Barbosa e Joaquim Judas.
Atacado desde início, para favorecer os grupos capitalistas que fazem da doença um negócio, o SNS resiste com a luta de trabalhadores e utentes e com a intervenção firme do PCP, exigindo reforço de meios para todas as áreas e melhores condições para quem trabalha.
A luta pelo SNS é comum às demais funções sociais do Estado e aos serviços públicos que as asseguram. O ataque aos seus trabalhadores e a degradação das condições de prestação do serviço fazem também parte da ofensiva. A esta é necessário continuar a dar resposta com a luta dos trabalhadores do SNS e dos seus utentes, também trabalhadores, na esmagadora maioria.