«Uma iniciativa que não pode ser levada a sério.» Assim caracteriza o PCP a apresentação pelo CDS da moção de censura ao Governo. «Trata-se de uma encenação» motivada pela «disputa de espaço político com o PSD», afirmou o líder parlamentar comunista sexta-feira, 15, numa declaração em que deixou claro que o PCP «não se envolverá» nesse folhetim.

«Há opções essenciais deste Governo que são merecedoras de críticas e censura, as opções de convergência com o PSD e o CDS», mas não é esse o objectivo desta iniciativa, «e por isso o PCP votará contra», sublinhou João Oliveira aos jornalistas.

Sobre as razões alegadas pelo partido de Assunção Cristas para a moção que estava agendada para ontem, quarta-feira, nomeadamente a fragilidade de alguns serviços públicos, o deputado comunista realçou que em todas as matérias em que o CDS critica o Governo acaba por ser ele, afinal, a «muleta de suporte» para que esses problemas persistam sem resolução.

Desfazendo intencionais equívocos sobre a posição do Partido relativamente ao Executivo, João Oliveira sublinhou, por fim, que este é um Governo do PS, que «tem tomado decisões positivas porque o PCP insiste nelas e suporta essas decisões», mas que é simultaneamente o mesmo que «tem recusado a resposta a alguns problemas e que só consegue ver sucedida essa recusa porque PSD e CDS o apoiam nessa postura».