Património que reganhou vida
Espírito de hospitalidade, traço que durante séculos marcou a presença da Congregação Beneditina naquele lugar, foi o que encontraram os deputados comunistas no Mosteiro de Tibães, logo na manhã de segunda-feira, naquela que foi a primeira iniciativa do programa de contactos e visitas destas Jornadas.
Com origem que remonta ao século X e início de XI, o mosteiro é hoje um complexo onde o conjunto edificado e sua integração harmoniosa e funcional com a natureza envolvente despertam no visitante um enorme apelo aos sentidos.
Mas nem sempre foi assim num passado não longínquo. Os registos fotográficos neles expostos é isso que nos dizem e mostram um «antes» e um «depois». Um antes feito de negligência e insensibilidade, um depois de sensatez e aposta na recuperação, na defesa e valorização do património. E que permitiu salvar aquele local que respira história e que foi centro de formação de arquitectos, escultores, entalhadores, douradores, com uma igreja que é referência do barroco.
Ora, para esse «depois», que teve na aquisição pelo Estado em 1986 o seu decisivo ponto de viragem, também aí os comunistas, pela sua intervenção decidida e persistente, foram parte activa desse processo, batalhando por esse objectivo.
Acção que se prolongou e ganhou corpo na incessante batalha que o PCP manteve no sentido de mostrar a importância daquele valioso património e nas diferentes propostas que apresentou para a sua recuperação no quadro do PIDDAC.
Hoje, como foi possível testemunhar na visita, os problemas são outros mas o desafio não é menor. A manutenção do complexo é um caminho inacabado, tal como é a restauração das peças de arte. E a este junta-se o envelhecimento dos recursos humanos e seu insuficiente número, um défice que urge suprir, pois, a não ser assim, como foi dito, não há passagem de conhecimento.