Avançar é preciso para garantir desenvolvimento e soberania
Em cada direito reposto e avanço alcançado está a acção decisiva do PCP
Apesar do aumento do emprego fruto da reposição de direitos e avanços conquistados por acção do PCP nestes últimos três anos, foi aquela a realidade que os deputados comunistas na Assembleia da República e no Parlamento Europeu puderam testemunhar nas Jornadas Parlamentares que realizaram naquele distrito.
Este foi, de resto, o grande tema que nesta segunda e terça-feira ocupou a sua atenção e dominou em larga medida o preenchido programa de visitas e encontros com as mais variadas organizações e entidades.
Jornadas, aliás, como sempre acontece, de onde saíram propostas e medidas concretas dirigidas para dar resposta não só a problemas daquele distrito como a outros que são comuns ao todo nacional.
É o caso do sector têxtil em relação ao qual foi anunciado que o PCP voltará a questionar o Governo no sentido de saber o que está a ser feito para defender a base industrial do País e assegurar regulamentação que proteja as nossas empresas face à arbitrariedade das multinacionais com as quais têm contratos.
Na abertura dos Jornadas, realizadas numa unidade hoteleira daquele cidade minhota, em que estiveram presentes, além dos deputados, dirigentes locais e regionais do PCP, bem como Gonçalo Oliveira, da Comissão Política, Jerónimo de Sousa dera já o mote ao afirmar no seu discurso que para Portugal avançar é preciso «produzir, com mais agricultura, mais indústria, mas também com mais pesca, dando resposta concreta aos seus problemas» (ver pág 7).
O que implica, sublinhou, «mudar a política e não insistir na ilusória e falsa possibilidade de compatibilização do desenvolvimento do País com a submissão ao capital monopolista, aos juros da dívida, ao euro e às imposições da União Europeia».
Ir o mais longe possível
Antes, João Oliveira, sem perder de vista essa necessidade imperiosa de ruptura com a dependência externa que inflicta o rumo do País e permita assegurar o seu desenvolvimento através de uma «política soberana que apoie a produção nacional para satisfazer as necessidades» dos portugueses - e tendo presente o «muito caminho que está por fazer» -, deixara já também muito claro que o PCP «não desperdiçará nenhuma oportunidade para levar mais longe a resposta aos problemas dos trabalhadores e do povo e intervirá até ao último dia da legislatura para que essa resposta seja tão ampla e profunda quanto a actual correlação de forças o permitir».
Até porque, lembrou, evocando o percurso realizado ao longo desta legislatura, a «conjugação da luta dos trabalhadores e das populações com a acção decisiva do PCP tornou possível alcançar aquilo que se dizia ser impossível».
E se há problemas que ficaram sem resposta ou com resposta parcial – e há e são muitos - foi porque sobrepesou a convergência entre PS, PSD e CDS na «recusa das soluções de uma política alternativa».
Por isso o líder parlamentar comunista considerou que o caminho «não está nessas convergências velhas em torno da política de direita, está na política alternativa patriótica e de esquerda, na luta dos trabalhadores e do povo e no reforço do PCP e da CDU».
«Essa é um adas maiores lições que os últimos anos confirmaram nas inúmeras medidas de reposição de direitos e rendimentos que foi possível aprovar», declarou João Oliveira, que deixou um conselho: «Se há quem pense em fechar para balanço, dando o trabalho por concluído e tratando apenas de preparar eleições, que se desengane».
Acção distintiva
Lendo as conclusões das Jornadas, apresentadas na tarde de anteontem aos jornalistas, percebe-se o sentido pleno das palavras proferidas na véspera pelo líder parlamentar comunista e o grau de empenho do PCP na concretização de medidas que respondam às necessidades das pessoas e aos problemas do País.
É que estão ultimadas - algumas já formalizadas outras em vias de o ser - mais de duas dezenas e meia de iniciativas legislativas, entre projectos de de lei, projectos de resolução, requerimentos, pedidos de audição de ministros.
Assim é na AR e assim é também no Parlamento Europeu. João Ferreira, que no arranque das Jornadas enumerara algumas das principais propostas que têm distinguido a acção dos deputados do PCP no PE, na apresentação de conclusões assegurou que «não abrandarão a sua intervenção» até final do seu mandato e deu a conhecer um conjunto vasto de outras iniciativas recentemente desenvolvidas e a levar a cabo no imediato (ver caixa).
«O que a realidade demonstra é que não fazem falta no PE mais deputados que se submetem às imposições e arbitrariedades da União Europeia», disse o parlamentar do PCP, convicto de que o que faz falta «são mais deputados comprometidos com a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo e do País. O que faz falta, num tempo que é de avançar, é dar mais força à CDU».
Estas Jornadas conjuntas dos deputados na AR e no PE, pelo que projectam de conhecimento, proposta e compromisso, dão seguramente um grande contributo para esse objectivo.