JCP saúda
«O ataque é brutal, a greve foi geral!» – destaca a Juventude Comunista Portuguesa, numa nota que divulgou à imprensa no dia 25 e em que afirma a certeza de que «os jovens trabalhadores estão mais fortes para enfrentar o inimigo, a política de direita».
A JCP começa por saudar «todos os jovens trabalhadores que se juntaram a esta luta, fizeram ouvir o seu protesto e contribuíram para a construção de uma greve geral histórica», que constitui «uma resposta brutal aos ataques de que têm sido alvo».
Uma saudação especial é dirigida aos «milhares de trabalhadores com vínculos precários que aderiram à greve e que, num acto de coragem, assumiram a sua posição, perante a ofensiva do medo». Este «foi instigado em diversas empresas e locais de trabalho, do sector público e privado, pelos patrões, pelo Governo, pela polícia, usando a ameaça do desemprego, o não pagamento de prémios, a não renovação de contratos, impedindo a justa e legítima actuação dos piquetes de greve». Contudo, «os trabalhadores portugueses, em particular os jovens, responderam à convocatória da CGTP-IN, lutando, fazendo greve, defendendo os seus postos de trabalho, exigindo que ao seu trabalho permanente corresponda a um vínculo efectivo, e participando nos milhares de piquetes de greve e nas diversas concentrações e manifestações».
Recorda a JCP que tal decisão implicou, para muitos, «um mês de sacrifícios acrescidos», mas foi tomada «com coragem e esperança no futuro, por quem sabe que outro rumo é possível». Na nota é referida a adesão à greve de jovens trabalhadores em condições de enorme precariedade, como em call-centers de Lisboa (ZON e PT) e do Porto (Vofadone), na Lisnave (Setúbal) e na Bosch (Braga), em centros comerciais e grandes superfícies (como no Jumbo de Almada e de Faro).
Da elevada adesão verificada, a JCP destaca ainda, na Administração Pública, os diversos serviços de câmaras municipais e juntas de freguesia encerrados por completo; a recolha do lixo parada em muitos concelhos; repartições de Finanças, Segurança Social e centenas de escolas que não abriram, e hospitais que funcionaram apenas com os serviços mínimos. Assinala igualmente os CTT, a EDP e a Caixa Geral de Depósitos, os transportes (classificando a adesão como «brutal») e várias importantes empresas do sector privado.
«A luta continua, a urgência de mudança, de alteração do rumo do País, é imensa, numa altura em que está mais que provado que a política de baixos salários, de cortes para quem trabalha e privilégios para o grande capital, acabará por arrastar o País para o pântano», o que leva a JCP a realçar que «não é hora de baixar os braços, muito menos de diminuir a intensidade» do combate, concluindo com o apelo à participação na acção marcada para hoje, frente à Assembleia da República, no momento da votação do Orçamento do Estado.