O apagão

O PCP realizou nos últimos três meses um conjunto de debates sobre três condições para o desenvolvimento e soberania nacional. O primeiro, em Março, sobre o controlo público da banca; o segundo, em Abril, sobre a renegociação da dívida; e o último, a 10 de Maio, sobre a libertação da submissão ao euro. Temas que têm servido para alimentar de forma mediática caricaturas, mistificações e a deturpação da posição do PCP perante a solução política.

São três questões centrais que contaram na sua discussão com a contribuição de personalidades como Nuno Teles, João Rodrigues, Ricardo Paes Mamede, Sandro Mendonça, João Ferreira do Amaral ou Jorge Bateira. A discussão sobre a submissão de Portugal ao euro e as suas consequências na vida política, económica e social reveste-se de actualidade indesmentível. Nos últimos meses acentuaram-se manifestações de chantagem e tentativas de travar a actual política de recuperação de rendimentos e direitos.

A permanência de Portugal no euro, ou a preparação do País para se libertar da submissão ao euro, deviam ocupar muito do espaço mediático. São cada vez mais os que entendem o efeito devastador de 14 anos de circulação da moeda única no nosso País.

Os jornais do dia seguinte à sessão ignoraram-na. Para o Público, que fez capa com a visita de Passos Coelho a um colégio privado, não existiu. No DN vimos uma realidade esquizofrénica: no dia anterior tinha publicado uma pequena antecipação mas da sessão não deu eco. Só o JN e o Correio da Manhã deram notícia: o primeiro remeteu-a para o canto de uma página dedicada aos peregrinos de Fátima; o segundo numa caixa da última página.

Nos canais televisivos o panorama não foi muito diferente. Nem um segundo dos noticiários das 20 horas dos três canais foi usado para dar notícia da iniciativa do PCP. Só na SIC Notícias e na TVI24 passaram peças da sessão.

Mas não foi só a silenciamento que assistimos. Se no JN as declarações do Secretário-geral do PCP foram apresentadas como balanço de seis meses de Governo, a SIC dizia que «Jerónimo aponta erros à Grécia». Mas em nenhum órgão de comunicação social se pôde ver, ouvir ou ler que lá estiveram também outros dirigentes do PCP e deputados na Assembleia da República e no Parlamento Europeu. Nenhum deu notícia da presença e do contributo deixado pelas personalidades que lá estiveram e o mesmo aconteceu com as iniciativas anteriores.

A verdade é que nessa iniciativa o PCP avançou com medidas que considera necessárias para libertar Portugal da submissão ao euro, mas mais uma vez os critérios editoriais deram primazia a acontecimentos como a visita de Passos a um colégio privado ou aos festejos do título do campeonato de futebol que ainda estavam a cinco dias de distância. Quando o PCP fala pela sua voz própria sobre essas questões surge o apagão.

O critério parece ter pouca ligação com a actualidade. O que fica evidente é a vontade dos responsáveis pelos principais media em esconder tudo o que ponha em causa a manutenção da política de empobrecimento e afundamento do País. Resta dizer-lhes que isso não é jornalismo, é manipulação.



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