A Direcção da Organização Regional de Coimbra do PCP (DORC) promoveu recentemente uma sessão na Casa Municipal da Cultura de Coimbra, na qual apresentou o projecto de resolução visando a reversão da fusão dos hospitais de Coimbra, apresentado pelo Grupo Parlamentar Comunista na Assembleia da República. Na sessão intervieram a deputada Ana Mesquita, os médicos Fernando Martinho e Jorge Seabra, o enfermeiro Paulo Anacleto, a auxiliar de acção médica Francelina Martins, o membro da DORC Hermínio Martins e o membro da Comissão Política Vladimiro Vale.

Nela participaram também muitos dos profissionais de saúde que, nos últimos anos, puderam comprovar como a fusão dos hospitais de Coimbra conduz ao desmantelamento de unidades de saúde, ao encerramento de valências e à desestruturação de equipas, conduzindo à perda de capacidade de resposta dos serviços públicos e favorecendo unidades de saúde privadas que proliferam em Coimbra.

Nas diversas intervenções foi denunciado o aprofundamento do ataque global ao Serviço Nacional de Saúde perpetrado pelo anterior governo, que desorganizou e diminuiu a capacidade assistencial instalada no sistema público em prol dos interesses privados. A criação do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), resultante da fusão de três grupos hospitalares e oito hospitais, deu origem a uma «estrutura de anormal dimensão e de difícil e complexa gestão, com uma área de influência que ultrapassa os dois milhões de habitantes», que, garante o PCP, «não serve os interesses da região e apenas beneficia as entidades privadas prestadoras de cuidados de saúde». 

O PCP, que sempre se opôs à destruição e estrangulamento de hospitais, departamentos ou serviços e ao encerramento de serviços de cuidados de saúde primários, vem agora propor a reversão do processo de fusão dos oito hospitais de Coimbra integrados no CHUC e a manutenção de todos os serviços e valências, incluindo as urgências no Hospital dos Covões a funcionar todos os dias durante 24 horas. O reforço dos recursos humanos, materiais e financeiros nos hospitais é outra das medidas propostas.