Quotização e imprensa partidária

Vertentes estruturantes da actividade do PCP

Na passada sexta-feira, 13, realizou-se o sétimo convívio anual promovido pela Organização Regional do Porto do PCP para destacar a importância dos militantes que recebem quotas e difundem o Avante!.

A difusão do Avante! é essencial para o reforço do Partido

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Nesta edição do convívio, que coincidiu com o final da campanha nacional de fundos para a aquisição da Quinta do Cabo, o pavilhão grande do Centro de Trabalho da Boavista encheu-se de comunistas que aproveitaram a oportunidade para ouvir o Secretário-geral do Partido, que se deslocou ao Porto especialmente para esta iniciativa.

Ana Valente, membro do Secretariado da DORP, interveio sobre a difusão do Avante! na região para, em primeiro lugar, informar que actualmente se vendem mais de 800 exemplares por semana no distrito, «cerca de 500 pela via orgânica e os restantes por assinatura e no circuito comercial». Em seguida, esta dirigente apelou a que, no contexto da campanha de aumento de vendas do Avante! que decorre até ao próximo aniversário do PCP, todos os presentes ajudassem no «levantamento de camaradas a abordar para ficar com o Avante!» e promovessem mais regularmente bancas nas ruas e à porta das empresas.

De seguida usou da palavra José Moreira, responsável de fundos na Organização Regional do Porto, que valorizou o facto de a organização regional manter uma tendência de aumento da receita própria. A título de exemplo, referiu que «a receita da quotização cresceu de forma significativa em 2015 – cerca de oito por cento», no entanto, «à volta de 45 por cento dos membros do Partido na região continuam sem pagar qualquer quota, isto porque continuamos com uma estrutura de cobrança insuficiente para chegar a todo o lado». Ou seja, acrescentou, apesar de se verificar «avanços significativos», ainda persistem dificuldades reais que «precisamos de vencer a prazo».

Quanto à campanha de fundos para a compra da Quinta do Cabo, o dirigente regional do Partido informou que «até ao momento, já ultrapassamos os 133 por cento da meta regional que nos foi proposta pela direcção do Partido e à volta de 111 por cento da meta interna assumida pela Direcção Regional». Segundo José Moreira, esta campanha «provou que é possível alargarmos a recolha de contribuições e darmos outra atenção à recolha de fundos na actividade geral do Partido», tendo comprovado também que «há muitos amigos do Partido e da Festa» que reconhecem a importância do PCP e «estão disponíveis para convergir connosco tanto na acção política como em questões tão específicas como esta». O dirigente regional do Partido terminou endereçando «a todos que de uma forma ou outra deram o seu contributo para o êxito desta grandiosa tarefa as mais calorosas saudações da DORP do PCP».

Tarefas difíceis e fundamentais

Jerónimo de Sousa iniciou a sua intervenção afirmando que «aquilo que os camaradas fizeram nesta campanha e na difusão do nosso Avante! não é uma tarefa secundária. É uma tarefa fundamental, estratégica para manter este Partido independente do capital e do Estado».

Alertando para as consequências que certamente se abateriam sobre o Partido caso este perdesse a sua independência financeira, o Secretário-geral referiu que «no dia em que este Partido tiver dificuldades financeiras, em que confiar apenas nas receitas institucionais, esse é o dia em que o Partido corre o risco de ser pisado», acrescentando que «é por isso que essa vossa tarefa tão difícil, que não dá palco, que não dá notícia, é tão importante».

Por isso mesmo, prosseguiu Jerónimo de Sousa, importa destacar que o Partido tenha tido a «ousadia» de avançar com a compra da Quinta do Cabo «num momento tão difícil para os trabalhadores e para o nosso povo, tendo em conta a política de direita realizada particularmente nestes últimos quatro anos», pois essa é a marca de um Partido que «tem uma grande confiança nos trabalhadores e no povo».

Ainda a respeito da campanha de fundos referiu que apesar de não poder anunciar o resultado final, podia afirmar que «conseguimos e ultrapassamos os objectivos a que nos propusemos».

Quanto à situação política actual, Jerónimo de Sousa desmontou a tese que atribui o silenciamento do Partido à ineficácia da sua mensagem: «temos visto o Partido avançar com posições de fundo – em relação aos direitos dos trabalhadores, dos constrangimentos da UE, da política patriótica e de esquerda – que não passam na comunicação social», enquanto que outros, que fazem copianço até na adjectivação, «de repente aprecem como se tivessem descoberto a pólvora». Segundo o Secretário-geral, isto não sucede porque o PCP «tem um discurso velho e ultrapassado», mas porque «nós batemos onde magoa o capital e alguns apenas lhe fazem umas cócegas».

É por esse motivo que «a nossa imprensa, o Avante!, é tão importante» e quanto mais longe chegar «maior é a exposição das posições do Partido que não chegam à comunicação social». O Avante!, afirmou ainda, é um «um instrumento fundamental» do Partido, quer porque «não há reforço do Partido sem o reforço da nossa imprensa partidária, e é impensável que o Avante! se reforce sem o reforço da organização do Partido». É por isso tão importante transformá-lo «num instrumento de esclarecimento, de formação ideológica, de luta, de conhecimento da realidade que é tão escondida pelos meios de comunicação social dominantes».



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