Perda de «re­cursos e de co­nhe­ci­mento», com re­flexo ne­ga­tivo no de­sen­vol­vi­mento do País, eis outra das con­sequên­cias da ac­tual po­lí­tica de ren­di­mentos em «be­ne­fício do ca­pital e em pre­juízo do tra­balho», com «des­va­lo­ri­zação pro­fis­si­onal e so­cial dos tra­ba­lha­dores».

A de­pu­tada co­mu­nista Diana Fer­reira ilus­trou essa des­va­lo­ri­zação abor­dando a área da saúde e em par­ti­cular a si­tu­ação dos mé­dicos, en­fer­meiros e téc­nicos que nela prestam ser­viço. Com a apo­sen­tação an­te­ci­pada de mé­dicos, que saem do SNS ou emi­gram, o que se perde é «co­nhe­ci­mento que não passa para a nova ge­ração», ad­vertiu a de­pu­tada co­mu­nista, en­con­trando ainda ra­zões de pre­o­cu­pação nos fac­tores – falta de con­di­ções de tra­balho e de­sen­vol­vi­mento pro­fis­si­onal – que levam jo­vens mé­dicos a pon­derar a sua saída do País.

O mesmo em re­lação aos en­fer­meiros, con­fron­tados entre emi­grar como al­ter­na­tiva ao de­sem­prego e à pre­ca­ri­e­dade, ou ficar por cá tendo como certa uma des­va­lo­ri­zação da sua con­dição eco­nó­mica.

Sobre o que não restam dú­vidas é quanto ao facto de a emi­gração de pro­fis­si­o­nais de saúde, que fazem falta ao SNS, se tra­duzir num «enorme des­per­dício», la­mentou Diana Fer­reira, lem­brando estar em causa a perda de in­ves­ti­mento na sua for­mação ou a «pos­si­bi­li­dade de me­lhorar a qua­li­dade e a efi­ci­ência dos cui­dados de saúde pres­tados pelo SNS».

Pa­no­rama em tudo idên­tico ao que se passa no en­sino e in­ves­ti­gação, na pers­pec­tiva da de­pu­tada co­mu­nista, que deu como exemplo os «in­ves­ti­ga­dores ci­en­tí­ficos que se per­pe­tuam como bol­seiros de in­ves­ti­gação», vendo assim blo­queada a sua in­te­gração na car­reira».

«Po­lí­tica de baixos sa­lá­rios para tra­ba­lha­dores al­ta­mente qua­li­fi­cados que os em­purra para a emi­gração, le­vando con­sigo o ca­pital de co­nhe­ci­mento ad­qui­rido e o pos­sível con­tri­buto que po­de­riam dar ao de­sen­vol­vi­mento do País», cons­tatou Diana Fer­reira, con­victa de que só uma po­lí­tica al­ter­na­tiva as­se­gu­rará a va­lo­ri­zação do tra­balho e dos tra­ba­lha­dores, con­dição para o de­sen­vol­vi­mento e pro­gresso do País.