Só com mais justiça social
O deputado comunista Jorge Machado acusou o PS e o PSD de nada os distinguir num conjunto vasto de políticas.
«Hoje temos mais de 700 mil desempregados e cerca de metade destes não recebe qualquer apoio devido ao Governo mas também ao PSD que abraçou o PS nas mesmas políticas que levam à situação desastrosa que o País vive», sublinhou o parlamentar do PCP.
Exemplificando, lembrou os baixos salários, a precariedade que o PS promove com as alterações ao código do trabalho, a exploração de quem trabalha, o corte nas prestações sociais (fundamentais para combater a pobreza), os sucessivos PEC, «o um, o dois, o três..., tudo para manter os apoios aos mais ricos e privilegiados».
As palavras do parlamentar do PCP foram proferidas na passada semana na sequência de uma declaração política do deputado do PSD Adão e Silva centrada na temática da economia social.
Uma abordagem que veio a merecer em vários planos a discordância de Jorge Machado, que lembrou a propósito que o combate à pobreza e à exclusão faz-se com «mais justiça social, olhando para os salários, dignificando o trabalho, aumentando as reformas e pensões». Ora quanto a isto, observou, «o PSD nada fez» e, ao invés, «está de mãos dadas com o PS no agravamento da pobreza no nosso País».
Quanto às Instituições Particulares de Segurança Social (IPSS», o deputado comunista reconheceu o seu importante papel na sociedade, fazendo notar todavia que este papel deve ser complementar, ou seja, o Estado não pode deixar de assumir a criação de uma rede pública de equipamentos sociais. Lamentou por isso que não o faça e que atire esse papel para as IPSS.
Jorge Machado considerou ainda que este discurso da economia social tem um objectivo: «tirar a responsabilidade que é do Governo para as Misericórdias, sacudir a água do capote e não intervir», postura que classificou de «inaceitável», ainda por cima quando coloca as IPSS mais pequenas numa situação de grande dificuldade económica já que nos protocolos que o Governo estabelece está «sistematicamente a subfinanciar, a não transferir as verbas necessárias para que possam funcionar».
«O que leva milhares de IPSS a estarem com a corda ao pescoço», concluiu.