No presente, construindo o futuro
Dizer simplesmente que a Cidade da Juventude é o local de encontro dos jovens na Festa do Avante! pode ser redutor, já que estes estão cada vez mais por toda a parte da Quinta da Atalaia durante a Festa. Mas com toda a propriedade se poderá afirmar que é ali o seu lugar, pois naquele espaço tudo é feito por jovens e a pensar nos jovens.
Dos temas das exposições aos artistas e bandas que actuam nos dois palcos – Multiusos e Novos Valores – é a juventude quem mais ordena. E foi ela que encheu aquele espaço, qualquer que fosse o espectáculo que, mesmo ali ao lado, no Palco 25 de Abril, estivesse a decorrer. Mas jovens eram também aqueles que, durante os dois dias e meio, asseguraram o seu funcionamento – cozinhando; servindo refeições e bebidas ou vendendo camisolas; garantindo o som dos palcos; abastecendo os vários bares para que nada faltasse; organizando os desfiles para os comícios.
Se a tudo isto acrescentarmos as outras tarefas que os militantes da JCP asseguram durante a Festa (como a venda do Agit ou o contacto com os jovens visitantes da Festa, do qual resultam dezenas de adesões), compreende-se melhor quando se diz que a JCP não é apenas o futuro do Partido – é também já o seu presente! A energia com que se entregam ao trabalho e a sua forte e entusiástica participação nos dois principais actos políticos da Festa, a abertura e o comício de encerramento, cimentam esta convicção.
E se já muito se disse da participação fundamental dos jovens comunistas – e de muitos outros que o não são – na construção da Festa do Avante!, muito há para dizer ainda do seu empenho na bem mais dolorosa tarefa de desimplantação da Cidade da Juventude, iniciada na própria noite de domingo. Ainda muita gente estava na Quinta da Atalaia, dirigindo-se, mais ou menos lentamente, para as saídas, e já os jovens deitavam mãos à obra. Em poucos instantes, arrumou-se o que sobrou, retiraram-se os toldos, derrubaram-se pavilhões. É que a luta continuava já no dia seguinte.
Leva a luta até ao voto
Para além do tema central da Cidade da Juventude – os 30 anos da JCP (ver texto nestas páginas) – também o momento eleitoral que se vive no País dominou o espaço. Em vários locais inscrevia-se a frase «Leva a tua luta até ao voto» e nos bares, em cartazes afixados nas paredes, destacavam-se os candidatos jovens e as propostas da Juventude CDU, nomeadamente as 15 medidas urgentes para a juventude.
As mesmas que Rita Rato, terceira candidata na lista de Lisboa para a Assembleia da República, apresentou perante largas dezenas de pessoas, na mesa redonda realizada no Palco Multiusos ao início da tarde de sábado. Entre estas contam-se, nomeadamente, a gratuitidade dos manuais escolares durante a escolaridade obrigatória, a aplicação da Educação Sexual, o fim das propinas e dos exames nacionais, a retirada de Portugal do Processo de Bolonha, a passagem a efectivos dos trabalhadores que desempenham funções permanentes ou o alargamento dos critérios de acesso ao subsídio de desemprego.
Paula Santos, vereadora na Câmara Municipal do Seixal e candidata às legislativas pelo círculo de Setúbal, destacou o imenso património que as autarquias da CDU têm em matéria de política de juventude, envolvendo os jovens e as suas associações nas decisões e realizações. Cláudia Madeira, da Ecolojovem e igualmente candidata por Lisboa, falou da necessária política de transportes, fundamentalmente da ferrovia.
A luta da juventude e a actividade da JCP estava também em destaque na decoração e nas exposições da Cidade. O ambiente cativante e o sonho sempre presente levaram muitos a juntar-se, na Festa, à JCP. Porque compreenderam que, como se lia numa camisola à venda na banca, «esta é a tua luta».
JCP faz 30 anos
Uma caminhada para continuar
«Transformar a Vida, Construir o Futuro», lia-se em grandes letras vermelhas no pórtico principal da Cidade da Juventude, voltado para o Palco 25 de Abril. Era este o lema da Cidade, emprestado das comemorações dos trinta anos da JCP, que se assinalam no final do ano. Mas as comemorações começaram no fim-de-semana, na Quinta da Atalaia.
Para além da inscrição no pórtico, tão ilustre data era assinalada de várias outras formas. Na banca, camisolas de cores fortes tinham o símbolo da jota e a inscrição «1979-2009». As três décadas da criação da JCP foram ainda destacadas com um debate, realizado no sábado ao final da tarde no Palco Multiusos. Participaram Margarida Botelho, da Comissão Política do PCP e dirigente da JCP entre meados dos anos 90 do século passado e meados desta década; José Baguinho, dirigente do PCP no Litoral Alentejano e membro da primeira Direcção Nacional da JCP; e João Martins, actual dirigente da JCP.
Começando por fazer uma retrospectiva das várias organizações de juventude comunista, José Baguinho salientou que a JCP já a que conta com mais anos de vida. E «valeu a pena construir a JCP», garante o dirigente comunista, que esteve presente, a 10 de Novembro de 1979, no encontro que unificou as duas organizações de juventude comunista estão existentes – a União da Juventude Comunista (UJC) e a União dos Estudantes Comunistas (UEC) – e que foi eleito, em Maio do ano seguinte, para a primeira Direcção Nacional da nova organização.
«Ainda hoje me considero um da JCP», afirmou José Baguinho, acrescentando que a maior parte daqueles que participaram na criação da JCP continuam no Partido e a «construir o futuro». Dirigindo-se às dezenas de jovens que o escutavam, apelou: «está nas vossas mãos continuar esta caminhada.»
Em seguida, Margarida Botelho contou a sua experiência na JCP, primeiro como militante e depois como membro dos organismos dirigentes. Neste período, realçou, viveu-se diferentes momentos de luta. Mas em todos eles a JCP teve um «importante papel, o de ser a organização revolucionária da juventude portuguesa». Nesses anos, como antes e depois deles, a organização de jovens comunistas cumpriu a sua função de «dinamizar e unir o movimento juvenil», garantiu a dirigente do PCP.
Lembrando várias iniciativas da JCP nos anos em que integrou a sua direcção, Margarida Botelho chamou a atenção para duas: «Educação Sexual Já! Sem Medos», lançada em 1997, e uma outra, dois anos depois, que teve como lema «Trabalhadores do século XXI, direitos do século XIX». Estava-se então em pleno Governo do PS/António Guterres e «ainda não se falava do Código do Trabalho». Mas as propostas de «flexibilidade» e «polivalência» foram o seu germe.
A dirigente do PCP salientou ainda, na sua intervenção, a coincidência entre os interesses da juventude e o ideal e propostas do Partido.
João Martins relatou as principais causas por que se bate, actualmente, a organização. E destacou a luta travada pelos jovens trabalhadores, e pelos estudantes dos ensinos básico e secundário, superior e profissional. Lutas pujantes que tiveram, todas elas, a dedicada intervenção dos jovens comunistas.
Valores seguros
O Palco Novos Valores é sempre uma agradável surpresa. Por ali passam bandas novas, a procurar mostrar a um público mais vasto o trabalho que tão esforçadamente desenvolvem, a pulso, no dia-a-dia. Os sons são variados e a atitude diversa. Mas é constante a mesma dedicação à música e o mesmo sonho de ir cada dia mais longe. E aquela alegria irrepetível de estar ali, naquele palco, naquela Festa...
Muitos dos que por ali passaram para assistir aos concertos – e foram tantos, sempre – talvez não conhecessem as canções e não as acompanhassem, trauteando, como terão porventura feito noutros palcos. Mas uma coisa é certa: assistiram a actuações genuínas, esforçadas, puras. O público era maioritariamente composto por jovens, mas também ali estiveram os pais, os tios, os irmãos e os avôs daqueles que de cima do palco mostravam o seu imenso valor.
As bandas que actuaram no Palco Novos Valores podem não dizer nada a muitos dos leitores do Avante!, talvez mesmo à maioria. Mas convém ir retendo os seus nomes, pois quem sabe se algumas delas não se tornarão, a prazo, casos sérios de popularidade. Talento, esse, não falta. Aqui vão eles, então: nUde, Deathly Mind, Aplly Zii, Strap 58, Estroina, Vespa, The Rambles, Seven Thousand, An X Tasy, Green Echo.
Dos temas das exposições aos artistas e bandas que actuam nos dois palcos – Multiusos e Novos Valores – é a juventude quem mais ordena. E foi ela que encheu aquele espaço, qualquer que fosse o espectáculo que, mesmo ali ao lado, no Palco 25 de Abril, estivesse a decorrer. Mas jovens eram também aqueles que, durante os dois dias e meio, asseguraram o seu funcionamento – cozinhando; servindo refeições e bebidas ou vendendo camisolas; garantindo o som dos palcos; abastecendo os vários bares para que nada faltasse; organizando os desfiles para os comícios.
Se a tudo isto acrescentarmos as outras tarefas que os militantes da JCP asseguram durante a Festa (como a venda do Agit ou o contacto com os jovens visitantes da Festa, do qual resultam dezenas de adesões), compreende-se melhor quando se diz que a JCP não é apenas o futuro do Partido – é também já o seu presente! A energia com que se entregam ao trabalho e a sua forte e entusiástica participação nos dois principais actos políticos da Festa, a abertura e o comício de encerramento, cimentam esta convicção.
E se já muito se disse da participação fundamental dos jovens comunistas – e de muitos outros que o não são – na construção da Festa do Avante!, muito há para dizer ainda do seu empenho na bem mais dolorosa tarefa de desimplantação da Cidade da Juventude, iniciada na própria noite de domingo. Ainda muita gente estava na Quinta da Atalaia, dirigindo-se, mais ou menos lentamente, para as saídas, e já os jovens deitavam mãos à obra. Em poucos instantes, arrumou-se o que sobrou, retiraram-se os toldos, derrubaram-se pavilhões. É que a luta continuava já no dia seguinte.
Leva a luta até ao voto
Para além do tema central da Cidade da Juventude – os 30 anos da JCP (ver texto nestas páginas) – também o momento eleitoral que se vive no País dominou o espaço. Em vários locais inscrevia-se a frase «Leva a tua luta até ao voto» e nos bares, em cartazes afixados nas paredes, destacavam-se os candidatos jovens e as propostas da Juventude CDU, nomeadamente as 15 medidas urgentes para a juventude.
As mesmas que Rita Rato, terceira candidata na lista de Lisboa para a Assembleia da República, apresentou perante largas dezenas de pessoas, na mesa redonda realizada no Palco Multiusos ao início da tarde de sábado. Entre estas contam-se, nomeadamente, a gratuitidade dos manuais escolares durante a escolaridade obrigatória, a aplicação da Educação Sexual, o fim das propinas e dos exames nacionais, a retirada de Portugal do Processo de Bolonha, a passagem a efectivos dos trabalhadores que desempenham funções permanentes ou o alargamento dos critérios de acesso ao subsídio de desemprego.
Paula Santos, vereadora na Câmara Municipal do Seixal e candidata às legislativas pelo círculo de Setúbal, destacou o imenso património que as autarquias da CDU têm em matéria de política de juventude, envolvendo os jovens e as suas associações nas decisões e realizações. Cláudia Madeira, da Ecolojovem e igualmente candidata por Lisboa, falou da necessária política de transportes, fundamentalmente da ferrovia.
A luta da juventude e a actividade da JCP estava também em destaque na decoração e nas exposições da Cidade. O ambiente cativante e o sonho sempre presente levaram muitos a juntar-se, na Festa, à JCP. Porque compreenderam que, como se lia numa camisola à venda na banca, «esta é a tua luta».
JCP faz 30 anos
Uma caminhada para continuar
«Transformar a Vida, Construir o Futuro», lia-se em grandes letras vermelhas no pórtico principal da Cidade da Juventude, voltado para o Palco 25 de Abril. Era este o lema da Cidade, emprestado das comemorações dos trinta anos da JCP, que se assinalam no final do ano. Mas as comemorações começaram no fim-de-semana, na Quinta da Atalaia.
Para além da inscrição no pórtico, tão ilustre data era assinalada de várias outras formas. Na banca, camisolas de cores fortes tinham o símbolo da jota e a inscrição «1979-2009». As três décadas da criação da JCP foram ainda destacadas com um debate, realizado no sábado ao final da tarde no Palco Multiusos. Participaram Margarida Botelho, da Comissão Política do PCP e dirigente da JCP entre meados dos anos 90 do século passado e meados desta década; José Baguinho, dirigente do PCP no Litoral Alentejano e membro da primeira Direcção Nacional da JCP; e João Martins, actual dirigente da JCP.
Começando por fazer uma retrospectiva das várias organizações de juventude comunista, José Baguinho salientou que a JCP já a que conta com mais anos de vida. E «valeu a pena construir a JCP», garante o dirigente comunista, que esteve presente, a 10 de Novembro de 1979, no encontro que unificou as duas organizações de juventude comunista estão existentes – a União da Juventude Comunista (UJC) e a União dos Estudantes Comunistas (UEC) – e que foi eleito, em Maio do ano seguinte, para a primeira Direcção Nacional da nova organização.
«Ainda hoje me considero um da JCP», afirmou José Baguinho, acrescentando que a maior parte daqueles que participaram na criação da JCP continuam no Partido e a «construir o futuro». Dirigindo-se às dezenas de jovens que o escutavam, apelou: «está nas vossas mãos continuar esta caminhada.»
Em seguida, Margarida Botelho contou a sua experiência na JCP, primeiro como militante e depois como membro dos organismos dirigentes. Neste período, realçou, viveu-se diferentes momentos de luta. Mas em todos eles a JCP teve um «importante papel, o de ser a organização revolucionária da juventude portuguesa». Nesses anos, como antes e depois deles, a organização de jovens comunistas cumpriu a sua função de «dinamizar e unir o movimento juvenil», garantiu a dirigente do PCP.
Lembrando várias iniciativas da JCP nos anos em que integrou a sua direcção, Margarida Botelho chamou a atenção para duas: «Educação Sexual Já! Sem Medos», lançada em 1997, e uma outra, dois anos depois, que teve como lema «Trabalhadores do século XXI, direitos do século XIX». Estava-se então em pleno Governo do PS/António Guterres e «ainda não se falava do Código do Trabalho». Mas as propostas de «flexibilidade» e «polivalência» foram o seu germe.
A dirigente do PCP salientou ainda, na sua intervenção, a coincidência entre os interesses da juventude e o ideal e propostas do Partido.
João Martins relatou as principais causas por que se bate, actualmente, a organização. E destacou a luta travada pelos jovens trabalhadores, e pelos estudantes dos ensinos básico e secundário, superior e profissional. Lutas pujantes que tiveram, todas elas, a dedicada intervenção dos jovens comunistas.
Valores seguros
O Palco Novos Valores é sempre uma agradável surpresa. Por ali passam bandas novas, a procurar mostrar a um público mais vasto o trabalho que tão esforçadamente desenvolvem, a pulso, no dia-a-dia. Os sons são variados e a atitude diversa. Mas é constante a mesma dedicação à música e o mesmo sonho de ir cada dia mais longe. E aquela alegria irrepetível de estar ali, naquele palco, naquela Festa...
Muitos dos que por ali passaram para assistir aos concertos – e foram tantos, sempre – talvez não conhecessem as canções e não as acompanhassem, trauteando, como terão porventura feito noutros palcos. Mas uma coisa é certa: assistiram a actuações genuínas, esforçadas, puras. O público era maioritariamente composto por jovens, mas também ali estiveram os pais, os tios, os irmãos e os avôs daqueles que de cima do palco mostravam o seu imenso valor.
As bandas que actuaram no Palco Novos Valores podem não dizer nada a muitos dos leitores do Avante!, talvez mesmo à maioria. Mas convém ir retendo os seus nomes, pois quem sabe se algumas delas não se tornarão, a prazo, casos sérios de popularidade. Talento, esse, não falta. Aqui vão eles, então: nUde, Deathly Mind, Aplly Zii, Strap 58, Estroina, Vespa, The Rambles, Seven Thousand, An X Tasy, Green Echo.