Conhecer para transformar
Não se pode discutir o Partido e a sua organização e intervenção isolado da realidade em que este intervém e pretende transformar. Assim fizeram os comunistas do Porto, na preparação da sua assembleia.
Há 125 mil desempregados no distrito do Porto, mais 50 mil do que em 2002
Para intervir na sociedade é necessário conhecer a realidade que se pretende transformar. Nos documentos aprovados pelos delegados à 7.ª Assembleia da Organização Regional do Porto não se analisavam apenas matérias relacionadas com a organização e intervenção partidárias, mas também – e muito – as grandes questões que afectam os trabalhadores e as populações do distrito. No dia-a-dia da sua intervenção política, os comunistas deparam-se com um distrito a braços com enormes dificuldades, sociais e económicas.
«No plano social, os números são aterradores», lê-se num dos documentos aprovados: «No distrito do Porto – prossegue – estão sem emprego mais de 125 mil pessoas, mais de 50 mil do que em 2002.» Para os comunistas, dezenas de empresas fecharam as portas ou «despediram milhares», algumas delas grandes e poderosas empresas, como a Schuhn-Union, a Yazaki, a Brax, a ARA, a Elefanten, a Lear, entre outras. 60 por cento destes desempregados são mulheres. Para além dos encerramentos e despedimentos, «alastraram a instabilidade e a precariedade , a exclusão social e a pobreza», destacam os comunistas do Porto.
O PCP denuncia o facto de quase não haver investimento público «dirigido para a criação de emprego, modernização e diversificação empresarial». Para os comunistas, a ausência de novos «projectos estruturantes» não permite que a economia cresça. Por outro lado, acusam, aumentam as assimetrias regionais. Nos últimos anos, desceu vertiginosamente o investimento directo nos dez municípios do interior – de 15 para 3,4 por cento do investimento total nos 18 municípios do distrito.
Lembrando que quase 75 mil desempregados do distrito não têm sequer a escolaridade mínima, o PCP destaca que o analfabetismo, o abandono e insucesso escolares são «dos mais altos do País». E contesta que, face a esta realidade, o Governo continue a discriminar a escola pública «sem funcionários e instalações capazes». Os comunistas não esquecem também que milhares de cidadãos do distrito não têm médico de família e que faltam postos e centros de saúde. A educação sexual nas escolas e a despenalização da interrupção voluntária da gravidez são outras das exigências do PCP.
Luta e proposta
Considerando que o Porto enfrenta, hoje, «uma das maiores crises económicas e sociais, com ataques profundos à qualidade de vida das populações, crescimento acelerado do desemprego, deslocalizações», os comunistas não se limitam a constatar estas realidades. E, para além de combaterem, no dia-a-dia, a política de direita e as suas nefastas consequências, aprovaram na 7.ª AORP propostas concretas para desenvolver o distrito e melhorar a qualidade de vida dos trabalhadores e das populações.
A defesa e modernização da capacidade produtiva instalada no distrito é uma das principais propostas dos comunistas. Para o PCP, é de particular importância a preservação e desenvolvimento de indústrias estratégicas, como o caso da refinaria da Petrogal em Matosinhos, que enfrenta um novo ataque, com a proposta da criação de uma «super-refinaria» em Sines. Os comunistas consideram ainda fundamental retomar o projecto de lei apresentado pelo PCP para combater as deslocalizações de empresas, «instrumento importante do capitalismo neoliberal e uma das causas reconhecidas do aumento drástico das taxas de desemprego do distrito».
A diminuição da idade da reforma dos trabalhadores das pedreiras para os 55 anos é outra das exigências do PCP, assim como a definição de critérios mais justos para a fixação de rendas nos bairros sociais.
«No plano social, os números são aterradores», lê-se num dos documentos aprovados: «No distrito do Porto – prossegue – estão sem emprego mais de 125 mil pessoas, mais de 50 mil do que em 2002.» Para os comunistas, dezenas de empresas fecharam as portas ou «despediram milhares», algumas delas grandes e poderosas empresas, como a Schuhn-Union, a Yazaki, a Brax, a ARA, a Elefanten, a Lear, entre outras. 60 por cento destes desempregados são mulheres. Para além dos encerramentos e despedimentos, «alastraram a instabilidade e a precariedade , a exclusão social e a pobreza», destacam os comunistas do Porto.
O PCP denuncia o facto de quase não haver investimento público «dirigido para a criação de emprego, modernização e diversificação empresarial». Para os comunistas, a ausência de novos «projectos estruturantes» não permite que a economia cresça. Por outro lado, acusam, aumentam as assimetrias regionais. Nos últimos anos, desceu vertiginosamente o investimento directo nos dez municípios do interior – de 15 para 3,4 por cento do investimento total nos 18 municípios do distrito.
Lembrando que quase 75 mil desempregados do distrito não têm sequer a escolaridade mínima, o PCP destaca que o analfabetismo, o abandono e insucesso escolares são «dos mais altos do País». E contesta que, face a esta realidade, o Governo continue a discriminar a escola pública «sem funcionários e instalações capazes». Os comunistas não esquecem também que milhares de cidadãos do distrito não têm médico de família e que faltam postos e centros de saúde. A educação sexual nas escolas e a despenalização da interrupção voluntária da gravidez são outras das exigências do PCP.
Luta e proposta
Considerando que o Porto enfrenta, hoje, «uma das maiores crises económicas e sociais, com ataques profundos à qualidade de vida das populações, crescimento acelerado do desemprego, deslocalizações», os comunistas não se limitam a constatar estas realidades. E, para além de combaterem, no dia-a-dia, a política de direita e as suas nefastas consequências, aprovaram na 7.ª AORP propostas concretas para desenvolver o distrito e melhorar a qualidade de vida dos trabalhadores e das populações.
A defesa e modernização da capacidade produtiva instalada no distrito é uma das principais propostas dos comunistas. Para o PCP, é de particular importância a preservação e desenvolvimento de indústrias estratégicas, como o caso da refinaria da Petrogal em Matosinhos, que enfrenta um novo ataque, com a proposta da criação de uma «super-refinaria» em Sines. Os comunistas consideram ainda fundamental retomar o projecto de lei apresentado pelo PCP para combater as deslocalizações de empresas, «instrumento importante do capitalismo neoliberal e uma das causas reconhecidas do aumento drástico das taxas de desemprego do distrito».
A diminuição da idade da reforma dos trabalhadores das pedreiras para os 55 anos é outra das exigências do PCP, assim como a definição de critérios mais justos para a fixação de rendas nos bairros sociais.