Acção do PCP a 24 contra o aumento do custo de vida e pela valorização dos salários
O PCP promove, a 24 de Fevereiro, a acção Sobe o custo de vida… desce o poder de compra, onde defende o aumento dos salários e reclama uma melhor distribuição da riqueza criada pelos trabalhadores.
O salário e a pensão ficam mais curtos para despesas
«A vida está mais cara», confirma o Partido num folheto que será distribuído em todo o País, referindo-se à alimentação, contas da luz, água, gás, rendas da casa, telecomunicações, seguros, portagens, combustíveis, medicamentos, entre outras despesas.
Entretanto, «os preços sobem para todos, mas não atinge todos da mesma forma» e «a cada dia que passa o salário e a pensão ficam mais curtos para despesas cada vez maiores». «Em tempo de epidemia, enquanto o povo português sofria, os accionistas dos grupos económicos e das multinacionais concentraram sete mil milhões de euros de dividendos», denuncia o PCP, considerando esta situação «uma autêntica pilhagem liberal», com «o alto patrocínio do PSD, CDS, IL e Chega», que «o PS não afronta, nem quer afrontar».
Como exemplo, referem-se os lucros dos primeiros nove meses de 2021 da Jerónimo Martins (mais 47,7 por cento), do Grupo Sonae (mais 158 milhões de euros), da EDP (mais 510 milhões de euros) e da Galp (mais 327 milhões de euros). No mesmo período, os principais bancos arrecadaram mais 100 milhões de euros, a NOS mais 30,5 milhões de euros e a Altice Portugal mais 550,7 milhões de euros. Até Junho os seguros lucraram mais 58 por cento e a Brisa mais 52 milhões de euros.
Simultaneamente, em todo o mundo «mais de 160 milhões de pessoas foram lançadas para a pobreza, enquanto os dez homens mais ricos do mundo duplicaram as suas fortunas a um ritmo de 1300 milhões de dólares por dia», acrescenta o Partido.
Enfrentar os aumentos
«É preciso vontade para enfrentar os grupos económicos» e «assumir o aumento geral dos salários como emergência nacional», afirma o PCP, referindo que 800 mil trabalhadores portugueses não «conseguem sair da situação de pobreza» e «milhões fazem um esforço brutal para que o salário chegue ao final do mês».
Regular os preços dos combustíveis e da energia, mas também das telecomunicações, serviços bancários e rendas de casa; reduzir o IVA no gás (de 13 para seis por cento) e na electricidade (de 23 para seis por cento), são propostas avançadas pelos comunistas, a par do aumento do salário mínimo nacional para 850 euros no curto prazo e de todas as pensões de reforma a partir de Janeiro de 2022, com um valor mínimo de 10 euros.