Ao lado de escritores e editores
Jerónimo de Sousa também se encontrou com escritores e editores na UNICEPE, sexta-feira, 7, na cidade do Porto. Na iniciativa apresentada por Diana Ferreira, deputada do PCP na Assembleia da República (AR) e primeira candidata da CDU pelo distrito portuense às eleições, foram discutidas as dificuldades do sector, agravadas pela epidemia da COVID-19.
A concentração do mercado editorial nas grandes cadeias, multinacionais e hipermercados que esmagam as pequenas livrarias e editoras; a ausência de medidas políticas culturais, pensadas e estruturadas, por parte do Estado; a falta de meios, equipamentos e trabalhadores e o subfinanciamento crónico têm pintado o quadro da divulgação do livro e da leitura em tons, verdadeiramente, escuros. Foram estes alguns dos problemas que estiveram em debate no encontro.
«Não é fácil ser escritor, ter uma livraria ou ter uma editora independente no nosso País», afirmou Ana Mesquita, também deputada do PCP na AR e candidata da CDU, que enumerou algumas das medidas apresentadas pelo grupo parlamentar comunista ao longo dos últimos dois anos.
Segunda a eleita, a promoção do regresso e o alargamento das bolsas de criação literária, assim como a remodelação dos fundos documentários das bibliotecas públicas foram algumas das propostas apresentadas no quadro dos últimos Orçamentos do Estado.
Segundo a deputada, desde o momento em que soube que iriam existir várias medidas de contingência que colocariam em risco a sobrevivência das livrarias e editoras, o PCP colocou, desde logo, uma série de perguntas ao Governo. «Questionámos que medidas de apoio iriam existir durante a epidemia e pressionámos para que elas pudessem existir», afirmou Ana Mesquita, acrescentando que também foi denunciada a insuficiência e as dificuldades de acesso a essa linha de apoio que entretanto surgiu.
Finalmente, os deputados comunistas avançaram com um projecto de resolução que «recomendava ao Governo o alargamento do apoio às editoras e às livrarias no contexto das contingências criadas», projecto que foi aprovado.
Pilar fundamental
«A cultura é um pilar fundamental na concepção de democracia que defendemos», relembrou Jerónimo de Sousa. «É preciso que a Constituição da República Portuguesa se cumpra nesse campo», sublinhou.
O Secretário-geral ainda informou que na luta por 1 por cento do Orçamento do Estado para a Cultura, o PCP encontrou, «para lá dos conceitos retrógrados da direita, uma resistência profunda por parte do Governo e do PS».