Gesta heróica de 18 de Janeiro de 1934 inspira João Ferreira e o voto no dia 24

MARINHA GRANDE Portugal precisa de um Presidente da República (PR) que, jurando defender, cumprir e fazer cumprir a Constituição, se coloque ao lado dos trabalhadores, como o faz a lei fundamental. Esta foi a ideia-chave deixada por João Ferreira ao final da tarde de segunda-feira, 18, num comício na Marinha Grande.

«Precisamos de um PR cujos “afectos” sejam para quem trabalha»

No dia em que se assinalaram 87 anos sobre a revolta operária antifascista que, na vila vidreira, assumiu um carácter insurreccional, o candidato à presidência da República reclamou a herança dos heróis de 1934.

A anteceder João Ferreira na tribuna, já Jerónimo de Sousa havia sublinhado que «esta é a candidatura dos que se reconhecem e se sentem herdeiros daqueles que durante décadas estiveram na linha da frente dos combates pela liberdade e pela democracia». Realçou, além do mais, que «foi com lutas como as de 1934 que se lançaram as sementes do futuro que haveriam de germinar e conduzir à conquista da liberdade e da democracia pelo nosso povo [a 25 de Abril de 1974]».

«Essa Revolução cujos valores de liberdade, democracia, desenvolvimento económico, justiça social e independência nacional a candidatura de João Ferreira que aqui nos agrega, assume na sua integral dimensão», acrescentou o Secretário-geral do PCP, antes de alertar que nenhuma outra candidatura se apresenta tão consequente e eficaz para barrar o caminho a projectos antidemocráticos e de retrocesso social, que estão a ser promovidos na sociedade portuguesa encontrando pasto fértil para medrar nas políticas anti-populares.

Os imprescindíveis

Na sua intervenção, João Ferreira deixou claro o seu vínculo com aquela gesta memorável de 18 de Janeiro de 1934, o orgulho de incorporar o seu exemplo audaz, que perdura com energia carregada de modernidade, bem como a ligação aos que prosseguem, hoje, a defesa do trabalho e dos trabalhadores.

Tanto assim é que, na iniciativa, o candidato a PR recebeu de Isabel Camarinha, Secretária-geral da CGTP-IN, o apoio de 1565 membros de Organizações Representativas de Trabalhadores (ORT), «expressão que assume particular significado quando o capital pretende fazer letra morta dos direitos inscritos na Constituição da República Portuguesa», disse a dirigente sindical.

Aos 1565 membros de ORT, «mulheres e homens de todos os cantos do País, de diversos sectores de actividade, de diferentes quadrantes políticos», João Ferreira chamou de «os imprescindíveis», pois são «os representantes dos que mantêm o País a funcionar, os que lutam sempre, todos os dias, os que estão nos locais de trabalho a defender os direitos de todos, os que não desistem às primeiras dificuldades, não se resignam nem viram a cara à luta».

«São este os que que há muito tempo enfrentam a ofensiva que visa fazer tábua rasa do acervo dos direitos conquistados pelos trabalhadores, que chamam à atenção para os baixos salários, para a injustiça que isso significa na repartição da riqueza criada e para o erro que tal representa para a economia e para o seu necessário desenvolvimento e dinamização; os que denunciam a precariedade que alastra como um vírus, tendo passado de excepção a regra em vários sectores e para quase todos os jovens à procura de um primeiro emprego; os que reclamam melhores condições de trabalho a fim de evitar esse drama que são os acidentes de trabalho; os que alertam para a desregulação dos horários de trabalho que impedem a conciliação da vida profissional com a vida familiar, como sucede com os bancos de horas», aduziu.

«Ora, tudo isto tem a ver com as próximas eleições presidenciais. Desde logo porque o PR, para assumir verdadeiramente aquele juramento que faz de defender, cumprir e fazer cumprir a Constituição, tem de usar todos os seus poderes para se colocar do lado de quem trabalha. Exactamente como faz a Constituição, que não é neutra, coloca-se do lado dos mais fracos e assume que aos trabalhadores são reconhecidos um conjunto de direitos. Nós precisamos de um PR que, a partir dos seus poderes, não se canse de lutar, todos os dias, para que todos os trabalhadores, sem distinção de raça, sexo, território de origem, religião, convicções políticas e ideológicas, tenham direitos», continuou João Ferreira, que precisando os princípios de protecção laboral vertidos no texto fundamental, insistiu que «precisamos de um PR cujos “afectos” sejam para os imprescindíveis, para quem trabalha ou trabalhou, para quem nestes dias duros e inquietantes saiu e sai de casa todos os dias para manter o País a funcionar».

Que ninguém falte ao futuro

Antes de terminar o comício, apresentado pelo operário vidreiro Ricardo Brízido e no qual usaram da palavra a mandatária da candidatura na Marinha Grande, Etelvina Ribeiro, e no distrito de Leiria, Anabela Batista, João Ferreira fez um forte apelo a «que ninguém falte, dia 24, com o seu voto». E a que, até lá, cresça a mobilização e o esclarecimento, pois «esta é a hora de reacender a esperança, para a batalha de agora e para as que vamos travar no futuro», uma vez que, garantiu, «esta é uma candidatura que não vai desaparecer depois das eleições, ficará cá a lutar», sendo, por isso, útil cada voto nela confiado, concluiu.

Combater retrocessos tomando partido

Ao intervir no comício na Marinha Grande, Jerónimo de Sousa prestou «homenagem aos valorosos combatentes que nesse dia [18 de Janeiro de 1934] se levantaram contra o fascismo, em defesa da sua dignidade como homens livres e trabalhadores».

Evocou-os não apenas porque é justo, mas para reclamar que é na candidatura de João Ferreira à presidência da República que reside a força mais consequente e que melhor garante o combate a valores e «projectos reaccionários que mais não visam que servir os interesses do capital monopolista».

O Secretário-geral do Partido não deixou ainda de salientar que «não se combatem esses projectos se continuarmos a apostar nas políticas que dão espaço à revolta e indignação popular, ou nos protagonistas dessas políticas». E assinalou, igualmente, a singularidade da candidatura de João Ferreira, empenhada que está no «aprofundamento da democracia, em muitos domínios empobrecida por anos de governação de política de direita nas suas diferentes dimensões – política, económica, social e cultural –, e crescentemente mutilada pelo enfraquecimento das garantias e a negação do exercício dos mais elementares direitos de expressão, participação e intervenção social e política dos trabalhadores e do povo».

«É uma evidência que esse traço de regressão democrática se reconhece não apenas nas práticas e medidas legislativas restritivas e limitadoras de direitos sociais e laborais, que vimos aprofundarem-se nestes anos do século XXI numa degradada situação social que condiciona e aprisiona milhares de trabalhadores à precariedade e aos mecanismos da exploração e da dependência», acrescentou Jerónimo de Sousa, que lembrando que esses retrocessos se observam «na democracia participativa, nos direitos de organização e acção sindical», em refinados «mecanismos de pressão e repressivos, limitativos dos direitos e liberdades individuais», nas «práticas de subordinação do poder político ao poder económico» ou na «sujeição crescente aos condicionalismos e à chantagem de um poder que alienou a decisão soberana do povo em importantes e decisivos domínios e a entregou a centros de decisão cada vez mais longínquos», considerou que «se torna imperioso convocar todas as energias, capacidades, disponibilidade e determinação para ampliar a corrente de simpatia e apoio à candidatura de João Ferreira, que transporta a afirmação e concretização de um projecto de democracia nas suas várias dimensões».




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