Investir nos transportes públicos
O papel chave do investimento público para o desenvolvimento do País, nomeadamente na modernização das infra-estruturas, que criem melhores condições para os sectores produtivos e a actividade económica, foi um ponto particular a que a bancada do PCP deu muita atenção.
Infra-estruturas que sendo vitais para a vida das pessoas, como é o caso dos transportes públicos, levaram o deputado Bruno Dias a questionar o ministro Pedro Nuno Santos sobre a disponibilidade do Governo para alargar o processo de aquisição de novos comboios para a CP e iniciar novos processos para comboios suburbanos e de longo curso, que considerou «indispensáveis à ferrovia nacional».
É que os «novos comboios para a CP (ou os navios para a Transtejo) anunciados neste OE são os mesmos do debate orçamental de há um ano», anotou o parlamentar comunista, pondo o dedo nessa ferida que tem sido ao longo destes anos o problema do «investimento orçamentado e aprovado mas que depois não é executado e tarda em concretizar-se».
«Quantos comboios suprimidos, quantos barcos atrasados, quanto tempo perdido à espera do metro ou do autocarro é que vale o excedente do orçamento que o Governo pretende obter?», perguntou, por isso, o deputado do PCP.
O titular da pasta das Infra-estruturas e da Habitação foi ainda confrontado com a questão de saber se o Governo está disponível para «acabar com as restrições absurdas» à contratação de pessoal para as empresas de transportes e para repor a capacidade operacional destes serviços, bem como para acabar com os «bloqueios à redução tarifária no transporte ferroviário e intermodal».
Sem tocar em nenhum dos problemas identificados por Bruno Dias, o governante preferiu enumerar os passos positivos entretanto dados e que há muito são reivindicados pelo PCP, como o «aumento do quadro de pessoal da EMEF e CP» ou a «fusão» destas duas empresas há dias concretizada.