Cresce no Alentejo o apoio à CDU
PROGRESSO Avolumam-se os sinais de um crescente apoio à CDU e ao seu projecto para servir os trabalhadores e as populações. Jerónimo de Sousa deslocou-se anteontem, 26, ao Alentejo, com iniciativas em Moura, Vidigueira, Évora e Viana do Alentejo.
Nada está ganho nem está perdido. Quem decide é o povo
Moura foi a primeira paragem. A chegada do Secretário-geral do PCP foi recebida com grande entusiasmo. Na Praça Sacadura Cabral as esplanadas, coloridas, convidam ao convívio, mas também ao esclarecimento. Dali, numa campanha de proximidade, o Secretário-geral do PCP – acompanhado por José Maria Pós-de-Mina, cabeça-de-lista da CDU à Câmara Municipal, e Santiago Macias, actual presidente – a todos se dirigiu e todos quiseram dar a sua «força» à CDU, que «avança» rumo à vitória naquele concelho.
Maria do Céu Rato é a primeira candidata à Assembleia Municipal.
Num documento de campanha, com o lema «Acção e diálogo», distribuído a ritmo operário, a Coligação PCP-PEV avança com prioridades: desenvolvimento em torno da intervenção na área social, da valorização da educação e da promoção da cultura; gestão do sector das águas, saneamento e resíduos como condição para prestar um melhor serviço às populações; manutenção e reabilitação das infra-estruturas existentes, com destaque para os equipamentos e para as vias municipais; diversificação da base económica concelhia como condição para a geração de emprego com direitos.
Quem decide é o povo
No final, junto ao Largo General Humberto Delgado, José Maria Pós-de-Mina – que já foi presidente daquela autarquia entre 1998 e 2013 – destacou que a presença do Secretário-geral do PCP «vem ainda dar mais ânimo» à «caminhada» de esclarecimento, que se iniciou em Maio.
Ainda sobre a campanha, avançou com três palavras: «alegria», «confiança» e «determinação». «Estamos certos e seguros de que nós [CDU] vamos ser merecedores da confiança da população do concelho de Moura», afirmou, manifestando «uma confiança inabalável» no trabalho realizado em prol do desenvolvimento do concelho.
Reportando-se ao facto de nas últimas eleições a Coligação PCP-PEV ter obtido 44,65 por cento dos votos [quatro vereadores], apenas mais 0,30 por cento do que o PS [três vereadores], Jerónimo de Sousa recordou que «com um voto se ganha ou se perde».
«Esta CDU – com o seu lema de “trabalho, honestidade e competência” – é a força que merece o voto de quem aqui trabalha e vive», disse, frisando: «nada está ganho nem está perdido. Quem decide é o povo» e «o que nos falta em propaganda sobra-nos em vontade, em energia, para mobilizar, para ganhar mais gente para o voto».
A caravana da CDU seguiu, depois, para a Vidigueira, onde a CDU promete lutar por «um futuro melhor».
Neste concelho, Rui Raposo é o cabeça-de-lista à Câmara Municipal, «apostando» assim a CDU num candidato jovem, conhecedor da vida autárquica. António Teles é o mandatário concelhio e Pedro Teles o primeiro candidato à Assembleia Municipal.
Depois do almoço, todos, com os candidatos à autarquia e os primeiros candidatos às assembleias de freguesia do concelho, foram chamados ao palco, assim como Miguel Madeira e Luísa Araújo, respectivamente, do Comité Central do PCP e do seu Secretariado [que também estiveram em Moura]. Presente esteve também Joaquim Correia, do PEV, e João Ramos, deputado comunista na Assembleia da República.
Projecto inovador
Lembrando que as eleições autárquicas são já no dia 1 de Outubro, Rui Raposo acentuou que os candidatos ali apresentados «dão a cara» pela CDU, um «projecto inovador». «Somos uma equipa jovem, renovada, ambiciosa, trabalhadora, responsável e com experiência profissional», valorizou, acrescentando: «Vamos lutar pelo nosso futuro colectivo», apostando «nas pessoas e nas soluções de desenvolvimento ajustadas às suas potencialidades e necessidades».
Com o lema «Por um futuro melhor», o programa eleitoral da Coligação PCP-PEV apresenta cinco eixos estratégicos para o concelho: mais emprego, mais empresas; melhorar a qualidade de vida, o ambiente e a sustentabilidade; mais apoios sociais e melhor educação; mais cultura, mais juventude; gestão aberta, participada e descentralizada do Poder Local.
Jerónimo de Sousa sublinhou que é preciso «dar continuidade ao trabalho da CDU» que em sucessivos mandatos «mereceu a confiança das populações». «O concelho não quer andar para trás, seja pelas mãos do PS, que dos anos em que governou o concelho não deixou saudades, seja por quaisquer outras mãos», advertiu, lembrando que «o que aqui está feito neste concelho, o progresso e desenvolvimento local que assegurámos, tem a marca da CDU, do seu projecto distintivo, da sua acção colectiva».
O concelho que se seguiu foi o de Évora, que a CDU recuperou em 2013. A dinâmica de campanha iniciou-se junto às Portas de Moura. Dali, ao final da tarde, uma multidão de gente seguiu em desfile – acompanhada pelo Quarteto «Fica Feliz» e as percussões da «Xica Bombos» – até ao Garcia de Resende, um dos mais representativos «teatros à italiana», que se encheu de força e determinação para acolher um novo grande momento da campanha.
Perante várias centenas de pessoas que deram uma outra dimensão àquela magnifica sala de espectáculos, foram apresentados os candidatos aos órgãos autárquicos do concelho. Carlos Pinto de Sá e Carlos Reforço [que não pôde estar presente] são, respectivamente, os cabeças-de-lista da Coligação PCP-PEV à Câmara e Assembleia municipais. João Oliveira, da Comissão Política e presidente do grupo parlamentar do PCP na Assembleia da República, é o mandatário concelhio.
Gestão participada
Carlos Pinto de Sá prometeu aprofundar uma nova gestão participada, democrática, aberta e transparente, incentivando a participação dos cidadãos nos processos municipais de tomada de decisão, criando novos conselhos municipais para a cultura e o desporto, promovendo maior descentralização de competências e meios para as freguesias, prestando contas à população sobre o trabalho realizado e as dificuldades encontradas. Exigiu, ainda, a reposição das freguesias extintas contra a vontade das populações e criar emprego para fixar mais jovens no concelho.
Nos últimos quatro anos, valorizou o candidato e presidente da autarquia, foram captados investimentos de mais de 200 milhões de euros – nas áreas da aeronáutica, turismo, agro-alimentar, tecnologias de informação, entre outras – e criados mil postos de trabalho no concelho [algo que não acontecia há muitos anos]. «Só criando emprego e garantindo investimento é possível fixar jovens e populações. Esse trabalho estamos a fazê-lo», garantiu.
Olhos postos no futuro
No final, Jerónimo de Sousa sublinhou que a «recuperação» há quatro anos daquele concelho restabeleceu «o percurso de trabalho, honestidade e competência que fez de Évora nos sucessivos mandatos da CDU, presididos pelo Abílio Fernandes, uma referência nacional e internacional».
Agora, com Carlos Pinto de Sá a dar «rosto» ao «projecto colectivo da CDU», «cá estaremos para prosseguir o trabalho e a obra deste mandato» e «reparar os estragos da gestão desastrosa do PS, para devolver a credibilidade perdida, para reequilibrar financeiramente uma autarquia levada aos limites da ruptura, para reconstruir o serviço público e a qualidade da sua prestação que anos de desgoverno do PS aqui deixaram», assegurou. «Cá estamos com os olhos postos no futuro. Esse futuro que sempre soubemos construir em Évora», concluiu.
O dia de campanha terminou no concelho de Viana do Alentejo. Em Aguiar, após um jantar com mais de uma centena de pessoas, Luís Miguel Duarte, cabeça-de-lista à Câmara Municipal, fez um diagnóstico realista dos problemas do concelho – em áreas como acção social, saúde, juventude, cultura, desporto e turismo – e apresentou propostas e soluções para responder às necessidades actuais.
A cinco dias de «um acto eleitoral muito importante para o concelho», o candidato reforçou o objectivo de «vencer as próximas eleições». No entanto, advertiu: «Todos temos que lutar para que isso aconteça».
Para aquela freguesia, o candidato avançou com as propostas de voltar a ter o centro de dia e abrir uma creche. «Temos um conjunto de ideias para recolocar Aguiar no mapa do concelho», afirmou Luís Miguel Duarte, avançando com outras prioridades, como «resolver o problema do bairro pré-fabricado» e desenvolver economicamente aquela terra, que está apenas a 20 quilómetros de Évora.
O Secretário-geral do PCP destacou o «projecto da CDU» que se distingue «de todas as outras forças políticas» e que é «confirmado nos 34 municípios onde temos uma gestão CDU e nas cerca de 200 freguesias onde somos poder». «É em torno deste projecto que nos devemos mobilizar para os dias que faltam», apelou.
A força do poder local em Avis
Jerónimo de Sousa deslocou-se na quarta-feira, 20, a Avis, para participar num grande jantar-comício da CDU que contou com a participação de mais de 200 pessoas, entre candidatos, activistas e apoiantes da coligação. A iniciativa foi organizada, confeccionada e servida pelos próprios activistas locais com muita alegria e entusiasmo. Além do Secretário-geral do PCP intervieram Nuno Silva, cabeça-de-lista à Câmara Municipal de Avis, e Fernando Carmosino, mandatário distrital da CDU.
Avis é uma terra histórica de luta, seja contra o fascismo seja pela construção do poder local democrático, cuja direcção é há mais de 40 anos confiada aos comunistas e seus aliados. Trata-se de uma gestão municipal que evidencia a importância do poder local para as pessoas e para a luta das populações contra o fecho de serviços públicos essenciais, já por si escassos num distrito do interior, como Nuno Silva frisou, mas que também aproveita as potencialidades locais a favor da população.
Transversal a todas as intervenções esteve a confiança que transmite o projecto autárquico da CDU, «com e para as pessoas», fruto do trabalho e honestidade «reconhecido até por gente de outros partidos que localmente votam em nós», rematou Jerónimo de Sousa.
A descentralização foi ainda tema central em todas intervenções, que salientaram ser «uma mais-valia na garantia desses direitos se for feita correctamente». Contudo, «não basta transferir responsabilidades, é preciso garantir meios financeiros próprios para suportar esses novos encargos». Mais importante, concluiu-se, só faz sentido falar em descentralização quando forem repostas as freguesias injustamente retiradas à revelia da população.