CT do BPI recusa concentração

A OPA do CaixaBank, a aquisição do Novo Banco ou a fusão com o Millennium BCP, que têm sido apontadas como opções de futuro do Banco BPI, reflectem «pretensões de acumulação e concentração do capital». Eventuais benefícios para os accionistas representarão «prejuízos sérios para a economia nacional e para os portugueses, e uma tragédia para os trabalhadores das empresas envolvidas», considerou a Comissão de Trabalhadores do Banco BPI, que se reuniu extraordinariamente para analisar os falados cenários, sobre os quais a comissão executiva do conselho de administração evitou responder-lhe.

Para a CT, «devem ser revistos, com urgência, os perfis dos actuais banqueiros em Portugal». Num comunicado de 23 de Março, refere que, depois do caso BES/GES e da solução «resolução» (criando o Novo Banco, para ser alienado a curto prazo), o Estado português está a criar um «Banco de Fomento», sem sequer considerar a hipótese de usar o Novo Banco, como estrutura já existente. Isto, afirma a CT, «confirma que o actual poder político não se identifica com os interesses nacionais e está completamente ao serviço dos interesses do capital financeiro multinacional».

Quanto às candidaturas do Santander Totta e do Banco BPI à aquisição do Novo Banco, a CT acusa os seus administradores de não fazerem «um estudo sério sobre os impactos de tal acto na economia nacional, na manutenção dos postos de trabalho, na cobertura geográfica da rede bancária» e de não estarem «a garantir os interesses dos portugueses e de Portugal». «Pelo contrário, sabem que não acautelarão nenhuma das preocupações que aqui evidenciamos» e sabem que «lançarão milhares de trabalhadores no desemprego» e «milhares de lares na miséria», mas «terão concluído que desta desgraça os accionistas sairão a ganhar muito». A CT do BPI entende que «estes administradores não podem ser considerados aptos para a continuação do desempenho de tais funções».

De igual forma, «a supervisão/regulação, que promoveu o concurso, que seleccionou os candidatos, que aceitou estes e eventualmente outros nestas condições, não é idónea» e «não tem perfil para o desempenho desta função».

Como «a natureza do capital é de domínio dos outros poderes», a CT considera «imperioso o contributo de todos para abolir esta subordinação» e apela ao empenhamento de todos os trabalhadores bancários «nesta luta em que todos somos vítimas, apesar de na primeira linha aparecerem os do Banco BPI, do Novo Banco e do Santander Totta».

 



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