PCP nas empresas

Alargar e dar sentido à luta

Na luta de classes que se intensifica, o PCP assume o seu lugar ao lado dos trabalhadores nas empresas, cimentando a unidade e reforçando a resistência. 

Só unidade e luta dos trabalhadores pode conduzir a vitórias

A célula do PCP na Caixa Geral de Depósitos está a distribuir um comunicado em que apela à luta pela mudança, na empresa como no País. Fazendo um retrato da evolução da situação económica e social do País nos últimos meses e anos, o Partido reafirma em seguida algumas das suas exigências fundamentais para a CGD e para o sector financeiro: uma Caixa Geral de Depósitos «com 100 por cento de capital público, como referência no sector bancário, nacional e internacional, garantindo o apoio à economia nacional e o acesso a serviços bancários de qualidade às populações, com uma gestão íntegra e dedicada à causa pública»; a aplicação imediata dos acordos de empresa em todos os seus clausulados; o pagamento do subsídio de Natal de uma só vez; a reposição da dotação dos Serviços Sociais, anulando os cortes implementados pela administração em 2013; a recusa de «qualquer manipulação» na contagem dos tempos para efeitos de promoção; e a exigência de que todas as medidas para minimizar a crise tenham «aplicação universal» na empresa.

Também a Organização dos Trabalhadores Comunistas do Sector da Vigilância de Lisboa editaram mais uma edição do seu boletim, no qual se insurgem «contra a exploração e o roubo dos nossos direitos». Para tal, garante o Partido, a «unidade de todos os vigilantes é possível, urgente e indispensável». Em causa está o que o PCP considera a «ofensiva das empresas de segurança privada contra os legítimos direitos e interesses dos vigilantes»: senhas de almoço que ficam por pagar; processos disciplinares «por tudo e por nada»; perseguição a trabalhadores sindicalizados; férias de 22 dias (e não 25, como consagra a lei) são algumas das «patifarias contra quem trabalha», praticadas já não apenas por «pequenas empresas de vão de escada», como pelas grandes Prosegur, Securitas, Esegur, Prestibel, 2045, Strong, Sharon, entre outras.

No boletim, a organização partidária repudia o despedimento colectivo de 56 trabalhadores actualmente em curso na Securitas e denuncia a exploração que grassa em muitas empresas do sector, que amealham elevados lucros à custa dos baixos salários e da precariedade: são os casos, por exemplo, da Prestibel e da Esegur, que constam na lista das 100 maiores empresas portuguesas; uma e outra conseguiram em 2013 tantos ou mais lucros do que a Prosegur com respectivamente metade e um terço dos trabalhadores.

Stress e destruição

A Organização das Grandes Superfícies de Lisboa do Partido também editou um novo número do seu boletim, intitulado «confiança e luta». Saudando a «resistência com que os trabalhadores das grandes superfícies têm respondido ao roubo de direitos, à repressão, às humilhações de que são alvo das mais diversas formas», patente nas lutas da hotelaria do El Corte Inglés e na greve dos trabalhadores da logística da Sonae, o PCP denuncia o recurso a «formas inconcebíveis de trabalho» por parte dos grupos da grande distribuição.

Exemplo recente é o trabalho de reposição durante a noite, que «além de ser desnecessário, dá cabo da saúde, desregula o dia-a-dia, o descanso e é mais um factor de desestabilização da vida familiar». Para o Partido, se a intenção é – como diz o patronato – prestar um «bom serviço» aos clientes, então que seja aumentado o número de trabalhadores durante o dia, e não de noite. Devido ao aumento da exploração e consequente degradação das condições de trabalho, aumenta o número de trabalhadores com depressões e outras expressões de stress.

Na edição de Janeiro do «Via Ascendente», os ferroviários comunistas do Entroncamento contestam o anúncio da abertura do concurso para a privatização da CP Carga, no próximo mês de Abril, e o destino semelhante que espera a Refer – não as linhas nem a catenária, para já, mas estações, apeadeiros e apartamentos espalhados um pouco por todo o País, resultantes do desmantelamento da rede ferroviária nacional. A célula do Partido garante que com a luta dos trabalhadores «nem tudo correrá como as trombetas do Governo já anunciam».




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